Capítulo 25

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Thomas narrando:

- George... - Chamei discretamente o mordomo que tinha uma bandeja de petiscos na mão.

- Sim, senhor?

Eu estive travando uma guerra comigo mesmo desde que a festa começou - há mais de uma hora -, para chamá-lo, mas só agora consegui coragem suficiente.

- Você viu Angeline?

Sim, eu sei que ela disse que não viria, mas talvez... bem, quem sabe...

- Sim, senhor. - George respondeu quase me fazendo derrubar a taça de champanhe que eu tinha na mão. - Ela foi pra casa de uma amiga há mais de três horas. Disse que voltará amanhã de manhã.

Permaneci olhando o mordomo por um momento, estático.

Então ela não estava brincando. Ela realmente não vai vir. Não que eu tivesse duvidado quando ela destacou com todas as letras que iria para a casa da amiga, mas por um momento - talvez mais que um momento -, eu me agarrei com todas as forças na esperança de que, por algum motivo, ela estaria aqui.

Merda, Thomas, e daí? Não é você que deseja que ela mantenha distância?!

- Tudo bem. - Balancei a cabeça para dispersar esse pensamento. - Volte ao trabalho, George.

- Com licença, senhor. - George inclinou a cabeça em reverência e se afastou, para servir os convidados.

Talvez eu devesse ter deixado ela ser garçonete também. Então, mesmo que não fosse prudente estar perto dela o tempo inteiro, pelo menos ela estaria aqui.

- Thomas... - Ouvi a voz do meu pai e me virei. - Que bom saber que fez amizade com os chineses.

Ele estava acompanhado por três dos chineses que estiveram em minha casa há uma semana, e instantaneamente meus olhos varreram todos eles em busca do desgraçado que despertou minha ira. Felizmente, o homem que estava faltando era ele.

- Feliz aniversário, Strorck. - Wang disse me estendendo a mão para um cumprimento formal.

- Obrigado. - Respondi seriamente, assim como respondi ao Gao Lin e Yong, que também me desejaram felicidades.

- A menina Angie não está aqui hoje? Senti falta dela.

Fechei a cara. Mas que raios esses malditos chineses tem que não podem parar de se interessar por ela?!

- Não, ela não vem. - Respondi simplesmente.

- É uma pena. - Wang resmungou, em seguida sorriu. - Bem, vamos circular por aí, conhecer novos amigos. Você sabe, festas são sempre um ótimo lugar para dar origem a um novo negócio.

Assenti brevemente dispensando-os, e os três se foram.

- Você está bem, filho? - Meu pai perguntou preocupado.

- É claro. Por quê?

- Parece sério demais, até irritado.

Respirei fundo, devagar, e bati calorosamente em seu ombro.

- Estou bem, pai. Não se preocupe.

Prerambulei pelo salão agradecendo as felicitações que eu recebia e parando vez ou outra para conhecer famílias de empresários que já fecharam negócios comigo. Duas ou três vezes tive que me esquivar de suas filhas, que eles faziam questão de aprofundar nas apresentações achando que elas seriam boas o suficiente para me conquistar e me fazer dividir o que tenho na junção de um casamento que por ventura pudesse acontecer. Como se eu já não estivesse destinado a isso.

Um plano para nós (PAUSADO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora