Capítulo 47

78K 8.5K 19.3K
                                    

Thomas narrando:

- Se minhas contas estiverem certas, e sempre estão... - O gerente de uma das filiais dizia tentando me impressionar. - Teremos um avanço de vinte por cento da nossa capital em menos de...

Mas eu parei de ouví-lo quando desviei os olhos para os convidados e encontrei Henry caminhando apressado, como se procurando por alguém. A primeira coisa que notei foi que Angeline não estava com ele; a segunda, foi a preocupação em seu rosto.

- Mandarei minha secretária encaixar você em minha agenda para terminarmos essa conversa. - Falei interrompendo o gerente em uma de suas frases. - Com licença.

E sem seu consentimento, fui em direção a Henry ignorando quando alguém chamou meu nome. Meu guarda-costas apertou os passos quando me viu.

- Onde ela está? - Perguntei imediatamente, tão logo cheguei perto o suficiente para ser ouvido.

- Ela está sendo incomodada por um rapaz, senhor. Eu tentei defendê-la, mas ela disse que o conhecia, então...

- Leve-me até ela.

- Sim, senhor. É por aqui.

Felizmente Henry sabia reconhecer quando a pressa era bem vinda, então encontrei Angeline de costas em menos de dez segundos. Ela conversava com um homem mais alto e tinha a atenção de diversos convidados, mas definitivamente, considerando o modo como parecia se manter na defensiva, eu sabia que ela não se sentia à vontade em estar ali.

Merda, eu sabia que não devia tê-la deixado sozinha.

Enquanto me aproximava, pude ouvir o infeliz emitir de forma impertinente:

- ... feita pra mim, então eu acho que o mais lógico a se fazer, seria eu...

- Algum problema por aqui? - Perguntei a segurando pela cintura, chamando imediatamente sua atenção.

Ele interrompeu o que estava dizendo quando seus olhos me encontraram e recuou um passo instintivamente, empalidecendo logo em seguida.

É isso aí, imbecil. Seja lá quem for você, acabou de mexer com a garota do seu patrão.

- Hm... não, senhor. Eu...

- Não foi a você que eu perguntei. - Olhei para ela e a encontrei de olhos fechados, como se fazendo uma prece ou algo assim. - Angeline?

Ela respirou profundamente antes de abrir os olhos e fitar o homem à sua frente, e depois de encolher o ombros, resmungou indiferente:

- Eu te avisei.

Os olhos do rapaz se tornaram perceptivelmente maiores enquanto ele a encarava, como se implorando que ela me mantivesse desinformado do que estava acontecendo. Ele desviou os olhos para a multidão que nos assistia por um momento antes de se voltar para ela e balançar a cabeça para os lados, em desespero.

Ah, mas você não vai convencê-la...

- Não vai me apresentar seu amigo? - Perguntei puxando-a para mais perto do meu corpo.

- Senhor, me desculpe. - O desconhecido apelou antes de gesticular para Henry, que estava ligeiramente atrás de mim. - Eu pensei que ela fosse acompanhante daquele homem, porque...

- Eu estava garantindo a segurança dela, idiota. - Henry respondeu. - Não sou convidado, sou o guarda-costas.

A multidão continuava assistindo em silêncio, exceto pelos burburinhos dos expectadores criando teorias para explicar o que estava acontecendo.

- Eu... sinto muito, senhor. Eu realmente não sabia...

Beijei o cabelo de Angeline sem conseguir olhar para o rapaz em minha frente, minha raiva aumentando um grau a cada palavra que ele dizia.

Um plano para nós (PAUSADO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora