Palavras de uma autora esgotada

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"Não fiquei satisfeita (...)"
"Não tenho paciência com pessoas sem compromisso."
"Se ela fosse uma escritora de verdade daria mais prioridade para os livros e para os leitores."
"Isso é uma falta de consideração muito grande com a gente."
"(...) um monte de promessas que não serão cumpridas."
"Se não pode escrever, não começa."
"Pra que falar o dia se não vai cumprir?"
"Ela não tem responsabilidade."
(...)

Eu não costumo responder mensagens, vcs já devem saber disso. Por serem muitas, isso acaba me tomando muito tempo. Mas dessa vez li tantas mensagens assim, que eu quis - não, eu precisava - aparecer.

Devem haver pessoas dizendo: Achei que a atualização fosse continuação da história, mas não. É só um aviso tosco.

Sim, é só um aviso tosco. Um desabafo. Um grito de socorro. Drama? Não, nem chega perto. Vcs não sabem da metade do que eu passo.

"Se ela fosse uma escritora de verdade"... é sério? Mas gente, pra quem ainda não sabe, me deixe contar uma novidade: eu não sou uma escritora de verdade! Eu trabalho por meio período cuidando de uma criança e tendo que lidar com humor imprevisível da minha patroa todos os dias, tenho aula na parte da tarde e igreja a noite, preciso dar satisfações ao meu pastor sobre o grupo ao qual sou regente, já tenho trabalhos para entregar no prazo, tenho que cuidar da minha casa, sempre agradar minha mãe e aceitar o fato de que nada que eu fizer na vida será suficiente, então não! Eu não sou uma escritora de verdade! Eu não tenho o privilégio de entrar em meu quarto, fechar a porta, pegar meu celular e passar meu tempo escrevendo sem ter alguém me chamando e exigindo coisas de mim 24 horas por dia. Vcs não sabem o que eu tenho que enfrentar todos os dias, vcs não sabem.

"Por que marca uma data se não vai cumprir? Por que prometer?" Porque. Vocês. Pedem. De 10 mensagens que recebo, 05 delas são: "Quando vai ter capítulo novo?" Então eu tento. Sério, eu tento com todas as minhas forças cumprir o prazo que determinei, e não saio da página de edição enquanto não termino. Eu me atraso, eu me odeio, eu fico totalmente inquieta e perturbada. Eu tenho medo de olhar os comentários do livro, medo do que vou encontrar, embora saiba que grande parte dos leitores me entendem. Mas então, eventualmente, eu me deparo com comentários como estes que destaquei acima. Como acham que me sinto, então, percebendo que a válvula que encontrei para escapar de repente me suga para mais fundo?

Eu não escrevo porque ganho algo com isso, escrevo pq amo. Tranquilidade e paz é tudo o que recebo, e é suficiente. Só o que peço, é que por favor, tentem ser um pouco mais compreensíveis e não me julguem quando atraso. Eu odeio atrasar, assim como vcs. E se querem parar de ler, eu imploro, parem, mas não venha nos comentários dizer que não tenho compromisso, responsabilidade ou que quer que seja. Por favor, por favor... não transformem minha válvula de escape numa câmara de tortura.

A quem me defendeu, obrigada. Eu amo tanto vocês, mas tanto, que chega a doer.

E por favor, me perdoem. Prometo que não vou fazer um capítulo assim outra vez, não importa o tipo de comentário que vcs deixarão aqui.

E isso tudo - ou quase tudo.

O próximo capítulo estará disponível em breve.

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