Capítulo 50

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Angeline narrando:

Eu devia ter acabado de pegar no sono quando pensei ter escutado a voz de Henry, tão distante que era como em um sonho:

- Não faça isso, senhor...

- Tire essa mão de mim, merda. - Agora era a voz de Thomas que soou arrastada como a de uma pessoa drogada.

- Está muito tarde, me deixe te levar para casa.

- Eu preciso... ver... a Angel.

Acordei e pisquei, sonolenta, tentando distinguir o mais rápido possível se eu estava sonhando ou se as vozes eram reais.

- Ela deve estar dormindo agora. O senhor pode falar com ela amanhã.

São reais.

Pulei do sofá e abri a porta o mais silenciosamente possível, tomando cuidado para não acordar minha mãe.

- Esse é o problema, Henry. Eu não posso...

Mas ele parou de falar quando me viu sair de casa.

- O que está acontecendo? - Perguntei em voz baixa caminhando até ele, que se mantinha levemente curvado, apoiado em Henry.

- Angel... - Resmungou dramaticamente, como se meu nome fosse sagrado.

- Angie, eu sinto muito. - Henry se desculpou. - Eu tentei evitar que ele te acordasse, mas você o conhece...

- Você está tão linda, Angeline...

- E você está bêbado. - Balancei a cabeça em reprovação e peguei sua mão para assumir o lugar de apoio. - Tudo bem, Henry. Eu o levo pra casa.

- Tem certeza? Ele é um tanto pesado.

- Eu dou conta. - Eu espero.

- Ah, não. - Thomas reclamou debilmente, se recusando a andar. - Nós precisamos conversar, Angel.

- Podemos fazer isso amanhã. Venha, eu vou te colocar na cama.

- Não... - Ele cambaleou e olhou para Henry. - Diga a ela, Henry.

Ele, por sua vez, franziu a testa confuso.

- O que quer que eu diga, senhor?

- Conte a ela... o que você sabe.

- Eu não acho que eu saiba de alguma coisa.

Thomas bufou impaciente, cambaleando outra vez antes de se apoiar em mim.

- É claro que sabe. Você... você sabe de tudo.

- Desculpe, senhor... eu realmente não sei do que está falando.

Balancei a cabeça para os lados, ciente de que aquela conversa não daria em nada.

- Está bem, já chega. Vou te levar pra cama.

- Não, Angel... - Thomas me olhou suavemente. - Não desse jeito.

- De que jeito, então?

Ele balançou a cabeça e passou a mão em minha bochecha com delicadeza.

- Eu estou bêbado... isso precisa ser especial pra você.

Franzi profundamente a testa. Agora não era apenas Henry quem estava perdido na conversa.

- Está bem... eu não sei o que está dizendo, mas você precisa dormir. Venha, eu te ajudo.

- Henry... - Ele choramingou, enquanto eu praticamente o arrastava em direção à sua casa. - Você é o pior... guarda-costas... do mundo.

Um plano para nós (PAUSADO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora