Capítulo 51

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Nota da autora: Eu vou decepcionar algumas pessoas nesse capítulo.

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Thomas narrando:

"Eu não vou te deixar." As palavras de Angeline ecoavam em minha mente depois que ela voltou para a cozinha. "Preciso que você acredite nisso."

Eu queria acreditar. Droga, como eu queria... mas não podia. Tudo o que eu conseguia imaginar era em seu choque e seu horror ao descobrir que eu estava destinado a me casar com outra mulher, o que a faria esquecer tudo o que estava me prometendo naquele momento. Contar a ela a verdade seria admitir que setenta por cento de todo o patrimônio da minha família estava em jogo por causa de um maldito contrato aparentemente irrevogável que eu assinei, e para não nos prejudicar, ela se afastaria. Porque é assim que ela é, ela é o tipo de pessoa que pensa nos outros antes de si mesma; e minha maior convicção é que ela pensaria no bem-estar da minha família antes de pensar na própria felicidade... então eu a perderia.

Fechei os olhos e apoiei os cotovelos ao lado do prato inacabado à minha frente, passando as mãos pelo cabelo.

Eu não posso perdê-la, droga. Não desse jeito. Não sem antes ter esgotado todos os meus recursos, métodos e esforços para resolver essa questão. E se no final eu ainda não tiver conseguido, então eu deixarei ir... mas não agora. Agora não.

Balancei a cabeça e me levantei, ignorando o restante da comida em meu prato. Minha decisão estava tomada: ela poderia até saber a verdade, mas apenas no momento em que eu encontrasse a brecha que procurava no contrato para desfazê-lo sem afetar minha família. Até lá, eu não tinha escolha a não ser esconder tudo. Um dia ela entederia meus motivos.

Peguei meu paletó sobre o encosto da cadeira e me dirigi para fora, onde Henry esperava profissionalmente na frente do carro.

- Pronto para ir, senhor? - Ele perguntou abrindo a porta traseira do veículo.

Eu entrei sem responder. Não que eu estivesse irritado ou algo assim, mas em minha mente não tinha lugar para nada mais além das palavras que Angeline me disse há alguns minutos.

Henry assumiu seu lugar atrás do volante enquanto eu olhava para a entrada da casa através do vidro fechado da minha janela. Eu sabia que ela provavelmente estava me esperando na cozinha, onde alegou que eu a encontraria... mas eu apenas deixei meu guarda-costas dirigir para longe da casa, ignorando o olhar que ele me lançou através do espelho retrovisor.

Covarde! meu inconsciente gritou. Me lembro que no dia anterior ela me disse que isso não estava afetando apenas a mim, mas a ela também, o que me fez entender que toda sua frieza era uma farsa: um modo de se proteger ao manter distância. Ela também estava caminhando descalça sobre um vulcão em erupção como eu, nossa única diferença era que eu sabia o motivo, ela não. E eu era incapaz de contar.

Maravilhoso, Thomas. Sempre tão autossuficiente e destemido... veja a que ponto você chegou.

Encostei minha cabeça na janela me sentindo dez milhas abaixo do fundo do poço, enquanto repassava suas palavras em minha mente:

"Você está errado, eu entenderia sim. Você errou, mas foi antes de mim."

Ah, Angel... o que importa não é em que dia cometi meu erro, mas o dia em que terei que enfrentar as consequências dele. Isso você não entenderia.

"Você vai ter que confiar em mim. Você não vai me perder. Não importa o que tenha feito antes de me conhecer, o que importa é que está tentando consertar agora. Eu sei que você está se esforçando... e isso é tudo."

Um plano para nós (PAUSADO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora