Capítulo 11 - Parte I

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Angeline narrando:

As lágrimas surgiram em meus olhos enquanto Thomas falava comigo sem piedade, mas foi apenas quando ele passou pela porta que elas escorreram. No entanto, por um motivo totalmente diferente do qual tinham sido formadas.

- Angie... - George disse vindo até mim. - Eu sinto muito, sinto muito...

Ele me abraçou, mas isso apenas serviu para me trazer soluços.

- Quantas vezes isso já aconteceu? - Perguntei quase sem conseguir falar.

O mordomo me soltou.

- O que?

- Ele se sentar pra comer... e não tocar na comida. Ele não tocou na comida, George. - Apontei para o prato intacto sobre a mesa. - Quantas vezes isso já aconteceu?

Ele franziu profundamente a testa, sem entender onde eu estava querendo chegar.

- Eu acho que... nunca. Mas não tem problema, você pode cozinhar pra ele amanhã de novo.

Balancei a cabeça e ri. E chorei. E caí de joelhos.

- Angie... - George se abaixou ao meu lado, mas eu neguei sua ajuda com um aceno de cabeça.

E bem ali, ajoelhada na copa onde estava, fechei os olhos e tentei falar num sussurro:

- Obrigada, Deus... obrigada, obrigada, obrigada...

- Angeline? - Abri os olhos para minha mãe no instante em que ela entrou na cozinha. - Meu Deus, o que aconteceu? - Perguntou se ajoelhando na minha frente, segurando meu rosto entre as mãos.

- Eu acho que ela não queria que o patrão almoçasse. - George disse confuso.

- Oh, meu amor... não precisa se preocupar, você cozinha tão bem...

Neguei com a cabeça.

- A comida... - Expliquei limpando as lágrimas, ciente de que outras viriam. - Está repleta de sal.

Minha mãe franziu a testa, enquanto o rosto de George ficava pálido como papel.

- Como?

- Eileen queria me prejudicar. Eu não sei porquê. - Meu rosto se contorceu com a formação de novas lágrimas quando me lembrei disso. - Eu não fiz nada com ela, mãe... mas ela despejou todo o sal do suporte na comida.

Os olhos de George se arregalaram chocados.

- Santo Cristo! - Disse cobrindo a boca com a mão.

- Deus, essa menina não tem limites. - Minha mãe o olhou. - O patrão não comeu?

- Não, ele recebeu uma ligação e saiu apressado.

- Ele brigou comigo. - Solucei. - O Sr. Strorck... ele descobriu que Tyler veio me ver ontem, e... brigou tanto comigo, mãe.

- Foi a Eileen outra vez. - George disse enquanto minha mãe me envolvia num abraço pra me confortar. - Ela deve ter visto, com certeza foi ela.

- Se ele não tivesse um motivo para brigar comigo... o telefone dele não teria tempo para tocar antes de ele comer. - Mordi o lábio me afastando do abraço da minha mãe. - Você percebe, George? Tudo isso... tudo foi premeditado por Deus.

Eles se entreolharam por um momento, tentando digerir tudo o que acabara de acontecer.

- O que ele disse? - Minha mãe o perguntou.

- Ele praticamente... bem, ele praticamente disse que ela não pode mais respirar sem a permissão dele. - George me olhou. - Mas por que você não me contou? Você devia ter me contado sobre a comida!

Um plano para nós (PAUSADO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora