Capítulo 53

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Thomas narrando:

Enquanto meus dedos se embrenhavam entre o cabelo macio de Angeline e meus lábios tocavam suavemente os seus, as palavras que eu dissera minutos antes ecoavam repetidamente em minha cabeça num ritmo constante:

Eu amo você!

Em apenas um dia, meu humor sofreu tantas variações quanto jamais havia sofrido em toda a minha vida. Eu fiquei triste, confuso, com raiva, apreensivo, apavorado, e agora, feliz pra cassete. Não que minha confissão fizesse parte da lista de coisas que eu pretendia realizar aquele dia, e não que eu estivesse esperando por isso... mas aconteceu. Simplesmente saiu da minha boca sem que eu me desse conta realmente e sem que eu pudesse evitar, como se toda a razão em minha mente tivesse se esvaído e dado lugar para o medo de perdê-la. Eu apenas me deixei levar pelo momento e pronunciei as três palavras que eu nunca havia dito pra nenhuma outra mulher.

E elas nunca significaram tanto.

Eu amo você!

Me lembro que meu pai me avisou que a partir do momento que meu sentimento por ela se transformasse em amor, eu estaria decretando meu próprio caos. O que ele não sabia, era que mesmo naquele dia meu caos já estava decretado. Meu coração pertencia a Angeline. Meus pensamentos eram todos dela. E embora não estivesse em meus planos admitir isso em voz alta, eu não podia negar que nunca estive mais feliz e aliviado em toda a minha vida.

Uma pequena voz no fundo do meu inconsistente me avisou que existia uma grande chance de eu me arrepender disso, mas eu a empurrei para longe. Independente de quais seriam as consequências, eu escolhia Angeline. Agora isso não se tratava mais de uma possibilidade, o fato era que eu não tinha a opção de me casar com outra mulher que não fosse ela. Independente do quanto eu sairia perdendo, eu não abriria mão dela... porque enquanto eu a tivesse, eu teria tudo.

- Hm... - Ela resmungou ao separar nossos lábios suavemente, quebrando nosso beijo. - Acho que devíamos ir com calma.

Abri os olhos para olhá-la, minha testa franzida e minha respiração saindo com dificuldade.

- Eu não sei como poderia ser mais calmo, Angel.

Ela sorriu e acariciou minha barba com as pontas dos dedos.

- Eu preciso entrar, minha mãe pode aparecer na porta a qualquer momento.

Olhei por sobre seu ombro apenas para constatar que, embora existisse uma distância de cerca de quarenta metros nos separando, não havia nada que impedisse Sarah de nos ver caso de fato abrisse a porta.

- Eu não me importo. - Falei me inclinando para beijá-la novamente, mas pela segunda vez naquele dia, ela virou o rosto me rejeitando.

- Thomas, estou falando sério. - Resmungou pressionando meu peito com uma mão para me afastar. - Eu não quero que ela nos veja assim.

Me distanciei um pouco para olhar seu rosto de novo, uma sombra de confusão pairando sobre mim.

- Está com vergonha?

- É claro que não. - Ela revirou os olhos antes de olhar para a grama. - Eu só acho que... bem, minha mãe não... ela não...

- Não confia em mim. - Completei.

Ela me olhou outra vez, e eu quase podia ver tristeza em sua expressão. Ou talvez fosse medo.

Um plano para nós (PAUSADO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora