70

1.6K 83 8
                                    

Quem diria que algum dia iria estar a imitar algo que vi num filme. Parece absurdo, uma ilusão, mas talvez me sinta mais leve.

Mais leve do que o habitual, pois já nada me preocupa.

É frustrante sabes? Parece que a minha vida perdeu toda a animação que outrora tinha. Animação, como quem diz.

Já não sinto aquela adrenalina, já não arregaço as mangas para fazer frente a alguém.

Pergunto-me se também no estranhas toda a tranquilidade que me envolveu no momento em que acertei todas as pontas soltas. Desde a vingança, até descobrir que era capaz de voltar a aceitar alguém na minha vida.

Alguém por quem sou capaz de arriscar, por quem nutro num carinho imenso. É impossível não o fazer, não valorizar a pessoa que tenho a meu lado, depois de todas as desilusões. E, custa-me referir todas as vezes em que fui bruta e injusta para ele.

Mas sabes o que custa mais?

Não te ter, Andrew. Creio que por mais tempo que passe, jamais me vou habituar. Já se passou tanto tempo e o vazio continua aqui. A dor, apesar de atenuada, continua a existir.

Será que algum dia vou ser capaz de te abraçar? De cobrar todas as lágrimas com sorrisos de alegria?

É tão injusto. A tua partida, tão novo e com tanto para viver. Por mais que tentem tirar algo bom desta ausência, eu não consigo. Achas normal alguém dizer que cresci com a tua partida? Que me tornei uma pessoa tão forte e independente?

É ridículo.

Preferia mil vezes ser fraca e depende, e ainda ter-te aqui.

Ser fraca e receber a tua força. Ser dependente, mas dependente de ti. Da única pessoa que me deu a conhecer tantos sentimentos negativos. Tantas emoções exaustivas.

No entanto, eu encontrei a minha paz. Graças ao Justin. Graças ao Brandon e a todas as pessoas que não foram capazes de desistir de mim.

E ainda me tornaram tão lamechas e apegada, achas isto normal?

A mãe finalmente aceitou a minha paixão por boxe. Algo que me acalma e me faz sentir alguma adrenalina.
Ah, ganhei os primeiros combates do torneio, mas terminei em segundo lugar. A mãe estava na primeira fila, levava as mãos aos olhos a cada queda que dava e gritava de emoção a cada queda que o adversário dava.

Consegues acreditar que tentou invadir o ringue, quando acabei no chão, sendo derrotada? Hilariante.

Tanta escrita, para atear fogo ao papel e deixá-lo voar pela cidade. Foi o que fizeram no filme. Por momentos acreditei que a Katina tinha intenções de se suicidar.

Bem... Não vou continuar a cansar a mão ou a ser lamechas.

Vejo-te em breve, Andrew.

Dobrei a folha A4 em dois, agarrando no isqueiro de JC. Ateei fogo a uma das pontas do papel e quando este começou a arder a meio, abri a mão e observei a rota da folha pelo céu, esta a desfazer-se em cinzas.

Não deixei de sorrir.

Senti os braços do Justin a envolverem-se na minha cintura e um beijo ser depositado no meu ombro.

- Untill we meet again.

(...)

Digo e volto a repetir, os meus finais são péssimos, terríveis. Admito que não sei fazer finais felizes e que os deprimentes também não são nada de especial.

No geral, não sei fazer finais. Não sei porquê, mas sei que nunca soube fazer.

Obrigada a todas as pessoas que acompanharam a história!
Fiquei bastante feliz pelas milhares de visualizações no geral e pela média de cento e cinquenta views por capítulo.

Vocês são incansáveis, espero que continuem a acompanhar os meus projetos, como eu tenciono continuar a partilha-los com vocês.

E pronto, é isto.
Mais uma história acabada!

Obrigada!

AMYAH  ➛  JUSTIN BIEBER Onde as histórias ganham vida. Descobre agora