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"Couldn't leave you if I try"

Percorri os corredores num passo apressado.

Assim que cheguei perto do quarto de Brandon, a minha mãe abandonava o mesmo. A mesma deu pela minha presença pouco depois, mostrando-me um sorriso. Não evitei sorrir de volta e adentrei pelo quarto, encontrando um Brandon sentado a petiscar a comida que provavelmente a minha mãe acabara de lhe dar.

Os nossos olhares encontraram-se. Lágrimas encheram os meus olhos, quando um pequeno sorriso surgiu no rosto dele e os seus braços se abriram com alguma dificuldade.

Rapidamente, me enrosquei nos braços do moreno com a barba enorme. Saboreei o calor do seu abraço durante longos minutos, sem querer afastar-me.

- Não te conseguia deixar, mesmo que tentasse. – Sussurrou, levando as lágrimas a descer pelo meu rosto.

Afastei-me dele, passando as mãos pelas bochechas. Sentei-me à beira da cama, sem desviar o olhar dele.

Um mês, um mês se passou sem ele.

Não sabia o que lhe dizer. Queria perguntar o que lhe aconteceu, se sabia quem estava por trás so rapto e da tortura, embora sabendo que não fosse importante. Não, naquele momento. Brandon estava de volta e não havia nada mais importante que isso, naquele momento.

- Há alguém que te quer ver. – Murmurei, aproximando-me da porta. Fiz sinal para que o Justin entrasse e logo, as gargalhadas fracas de Brandon chegaram aos meus ouvidos.

- Não acredito que estavam juntos! – A minha mãe reclamou, visto que Brandon se estava a esforçar e pediu-me para não o massacrar.

Encostei a porta, observando o momento romântico entre ambos. Brandon, agradecia a Justin por não ter desistido de mim e Justin apenas murmurou que não resisti aos seus encantos. Queria esmurrá-lo pela piada de mau gosto.

As gargalhadas de ambos invadiram os meus ouvidos. Sentei-me na tão conhecida cadeira e fiquei a observá-los.

- Eu sei quem está por trás disto. – Murmurou, após uns minutos de silêncio. – Frank Hardy.

Naquele momento, tudo me caiu aos pés. Assim que as palavras de Brandon foram bem assimiladas por mim, senti o chão desabar por baixo dos meus pés.

Agora fazia sentido.

A reabertura do caso do meu irmão, o aparecimento dos rapazes no túnel e o facto de terem mencionado o meu pai. Não apenas eles, mas também os polícias que interrogaram a minha mãe. Por alguma razão, aquele nome constava em ambos os processos, no do meu pai e no do meu irmão.

Pelo pouco que me foi revelado, ele era parceiro do meu pai no antigo trabalho. Para além, de um amigo de longa data. E graças ao seu testemunho, o meu pai passou a viver numa cela.

Justin estava confuso com a minha reação, sentia os meus olhos arregalados e os meus lábios entreabertos. Já Brandon, mostrava-se igualmente confuso.

Ele sabia do envolvimento do homem no caso do meu pai, mas nada mais que isso.

- Amyah, estás bem? O nome diz-te algo?

- Justin, podes deixar-nos sozinhos?

O mesmo assentiu, tocando com o punho no de Brandon, antes de sair do quarto.

- Eu sei no que estás a pensar e não quero que te envolvas! Amyah, ele deixou claro que era a ti que queria chegar, não te dês a ele.

- Eu preciso de falar com o meu pai.

- Amyah, estás a ouvir?!

- Precisas de descansar. – Levantei-me, beijando a sua testa. – Venho ver-te amanhã, sim?

- Promete que não fazes nada! Promete. - Balancei a cabeça, saindo do quarto.

Frank Hardy, os teus dias estão contados.

(...)

- Estás bem? – Olhei para Justin, que acabara de estacionar à frente do prédio. – O Brandon acordou e tu continuas com aquele olhar...

- Está tudo bem. – Forcei um sorriso, inclinando-me para ele. – Vejo-te depois?

Balançou a cabeça.

Levei os meus lábios aos dele durante meros segundos, peguei na mala e sai do carro, apressando-me a entrar no prédio.

Assim que entrei no apartamento, subi as escadas apressada e fechei-me no quarto, com o computador sob as pernas. Respirei fundo, antes de abrir documentos e fotografias de ambos os casos, pois há bastante tempo que não o fazia. Mentalizei-me que não iria conseguir nada e deixei-os num canto do computador.

Sabia aqueles processos de trás para a frente e vice-versa.

Comparei as fotos de ambos os casos, das pessoas que assistiram à morte do meu irmão e áquelas que estavam na praia, quando o meu pai foi humilhado e arrastado pela polícia.

Um grupo de pessoas, estavam em ambas as fotos. Procurei fotografias nas pastas do meu pai, comparando Hardy com todos os membros do tal grupo. Como suspeitava, ele encontrava-se em ambos os locais. No bar da praia, atrás da fita – esta colocada pela polícia ao chegar ao local onde o carro ardia. Não havia qualquer dúvidas agora, visto que reconhecia o rapaz que me esmurrou no túnel, ao lado de Hardy com um telemóvel na mão.

Frank, Trevor e Richard em ambas as fotos.

Imprimi ambas as fotos, dobrando-as e colocando as mesmas na minha carteira. Desci as escadas, procurando encontrar Kellan, visto que a minha mãe trabalhava.

- Kellan? – Pausou o filme que via atentamente, para me encarar. – Será que posso levar o teu carro amanhã?

- Posso saber onde vais?

- Penitenciária Estadual de San Quentin.

A expressão dele tornou-se pensativa e meio curiosa. Sabia no que estava a pensar, mas pouco me importava. Precisava de falar com o meu pai, de saber a verdade por trás de tudo, algo que não o fizera há sete anos atrás. E não o via, desde então.

Kellan acabou por apontar para a mesa ao canto da sala, perto da entrada, onde as suas chaves estavam.

- A tua mãe sabe que vais?

- Não. Mas podes dizer-lhe quando chegar amanhã de manhã. – Encolhi os ombros, abandonando a sala.

Texting Josh and JC
Amanhã, 8am estou perto do cais, vamos a San Quentin

Troquei as minhas roupas por umas mais confortáveis, desligando o computador. Sentei-me na cama com o telemóvel nas mãos, visto que JC perguntava-me sobre Brandon.

Depois, uma mensagem de Justin chegou ao meu telemóvel, atenuando um pouco aquilo que estava a sentir, devido ao dia que me espera.

Text from: Justin McCann
(11:56pm) – Que tal o teu primeiro encontro?
- Obrigada Justin
(11:58pm) – Não fui obrigado (:

AMYAH  ➛  JUSTIN BIEBER Onde as histórias ganham vida. Descobre agora