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DJ AJ BJ

Amanhecera há pouco mais de vinte minutos. O sol estava forte, iluminava o meu quarto, mesmo com as cortinas fechadas. Talvez, porque o tecido não era tão opaco quanto pensava. Ao perceber que Alexa já não estava no meu quarto, abri as cortinas e espreguicei-me, saindo depois do quarto.

Enquanto descia as escadas, prendi os meus cabelos no cimo da cabeça, encontrando então, Brandon e Alexa na cozinha.

Deram-me os bons dias e eu limitei-me a forçar um sorriso. Sentei-me de frente para Brandon, enchendo uma tigela com cereais e leite. Mantive-me em silêncio, pois sinceramente não tinha nada para dizer.

Numa outra altura, iria questionar Alexa durante horas esquecidas, mas naquele momento, nem forças para isso tinha. Passara parte da noite em claro e a outra parte, a reviver a partida do meu irmão vezes sem conta. Há bastante tempo que não tinha pesadelos com tal acontecimento, mas o facto de Alexa ter aparecido, dos arquivos e da pressão que sentia nos meus ombros para trazer justiça, começava a acordar remorsos e sentimentos de culpa dentro de mim.

Pouco ou nada comi, apesar da tigela quase a transbordar. Sai da cozinha, sentando-me no sofá a passar os canais.

- Os arquivos vão estar no teu correio dentro de uma hora. – A voz de Alexa invadiu os meus ouvidos, captando as minhas atenções. – A pessoa que os vem entregar, é de confiança. E Frank não sabe que a conheço.

Balancei a cabeça, voltando a olhar para a televisão.

- Espero que não seja nenhum esquema, Alexa. – Murmurei bruta o suficiente para soar como uma ameaça. Um aviso.

A morena não respondeu.

(...)

Olhava para a minha cama, onde três arquivos estavam lado a lado. No primeiro, em letras grandes e pretas estava escrito o nome do meu pai. No segundo, o do meu irmão e por fim, o de Brandon.

Ansiava por abri-los, mas receava o que podia encontrar. Assustava-me o quão traumatizantes as fotos podiam ser. Assim como a narração dos acontecimentos. E segundo Alexa, eram realmente aterrorizantes. Contara-me que apenas havia aberto o do meu irmão, e que ficara bastante assustada com as palavras do próprio pai.

Alexa, Brandon, a minha mãe, Kellan e Madison estavam na sala. Nenhum se pronunciou a partir do momento em que peguei nos arquivos e me fechei no quarto.

"David Johnson
(...) Tudo aquilo que sempre necessitei de ver na sua expressão, estava agora a saborear. Tão assustado e confuso com a situação. Apanhara-me no acto, o que o deixou de queixo caido. Queria rir-me da situação, mas agi como um alucinado, fingindo não perceber o que tinha acontecido. Forçando lagrimas, lamentando assim a morte da minha família. David aproximou-se, pegando na arma que havia tirado a vida das pessoas naquela sala. Entreguei-lhe a arma, ajoelhando-me à sua frente. E foi, nesse mesmo momento, que a polícia arrombou a porta, presenciando a situação. O papel de alucinado, tornou-se no papel de vítima que implorava ao melhor amigo que não levasse a sua vida, também (...)"

Havia fotos da sua exposa e filhos mortos. Fotos de meros salpicos de sangue. Frank Hardy era realmente alucinado ao ponto de tirar uma foto onde estava sentado entre a sua família morta. Um brilho orgulhoso no olhar, tal como o sorriso que preenchia o seu rosto.

Até uma foto do momento em que o meu pai adentrou na casa, arrombando a porta, pois provavelmente, ouvira o tiroteio.

Peguei no arquivo do meu irmão a medo. Receava o que podia encontrar dentro do envelope castanho. Havia folhas, fotografias e uma pequena pen... Talvez, o vídeo que outrora havia visto no telemóvel de Trevor?

"Andrew Johnson
Sinceramente, não sabia o que era mais gratificante. Se a morte do filho mais velho de David, se os gritos desesperados da sua filha, ao observar o irmão a arder até à morte. A rapariga aflitíssima, tentava passar pelos braços dos amigos, dos policias e bombeiros já perto do local. Esperneava-se e gritava pelo irmão, como se isso o fosse ajudar.
(...)
Nunca um trabalho havia sido tão bem conseguido. Trevor, estava de parabéns. Executara o plano como combinado, conseguindo fotos e um video fantástico, do momento em que o carro começou a arder e o pânico se instalou em Andrew. O pânico nos olhos dele, os bocados de roupa já queimados, os gritos de dor e por fim, as cinzas deixadas no local, após o fogo ter sido apagado. Nada mais saboroso que isso. Oh David, porque não assististe a este momento? Talvez te visite na cadeia e mostre o vídeo. Ou talvez não. Estranho a presa correr atrás do predador, certo?"

Havia muito mais escrito, embora não fosse capaz de me torturar. As fotografias espalhadas pela cama. As minhas lágrimas escorriam freneticamente, acabando por cair nas minhas pernas desnudas e dobradas à chinês. Tudo dentro de mim estava descontrolado. Principalmente, com as fotografias. Conseguia perceber o quão assustado o meu irmão estava assim que começou a sentir o calor.

Inclusive, fotografias minhas a chorar desesperadamente e a gritar. Tentava alcançar o carro a todo o custo, embora impedida por vários homens com o dobro do meu tamanho.

O fogo a atenuar e uma Amyah caída de joelhos perto do carro.

Arranjei forças, por mais minimas que fossem, para confirmar o arquivo do Brandon. Tinha a certeza que ler o que Frank escreveu, jamais podia ser tão doloroso, do que ouvir Brandon contar.

"Brandon Jones
Ele tenta manter-se imóvel. Talvez por desejar a morte, talvez para fingir-se de forte.
(...)

Pulso realmente fraco. Ele estava mais morto que vivo. Os rasgos na pele dele, o pulso fraco, a respiração da mesma forma. Desidratado, os ossos quase visíveis. A morte estava-lhe a tocar nas costas, pronta para o levar quando estivessem cara-a-cara"

Parei de ler, pois os meus olhos estavam cheios de lágrimas. Não conseguia ver direito, devido ás mesmas. Passei as palmas das mãos pelos meus olhos já doridos e coloquei os arquivos na gaveta da secretária. Não queria olhar para eles. Não conseguia sequer.

O meu próximo passo era encontrar-me com Mike, pois sabia que queria ajudar-me e que conhecia pessoas que iriam ajudar-me sem pensar duas vezes. Iriam enfrentar Frank e quem mais fosse sem hesitar. Garantiu-me segurança, garantiu-me sucesso em relação a apanhar Frank. Entregá-lo ás autoridades ou até mesmo, entregá-lo a um caixão.

Mensagem para: Mike
- Ainda estás disposto a ajudar-me? Contata os teus amigos e amanhã à noite encontramos-nos no túnel.

Pousei o telemóvel na cama e desci as escadas, procurando encontrar Alexa. Havia pensado melhor sobre a vingança que prometera a Brandon. Não podia deixar que se arriscasse por mim. Não podia deixar que nenhum deles o fizesse. Por mais que implorasse para lhe manter informado, eu não o podia fazer.

E o mesmo se adequa a Justin, assim como a Josh e JC.

(...)

A Amyah vai mesmo vingar-se... Qual será o resultado?

Obrigada pelas visualizações, são 100 por capítulo e isso deixa-me mesmo feliz!

Meninas do Brasil, desculpem o palavreado, caso não entendam, não hesitem a falar comigo que eu tento arranjar algo melhor!

AMYAH  ➛  JUSTIN BIEBER Onde as histórias ganham vida. Descobre agora