AMYAH ➛ JUSTIN BIEBER

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Frank Hardy (2)

A noite caiu.

Encarava C-Jay, Luther e Jasper perto de um dos pilares do cais de Santa Monica. As roupas escuras perto do pilar, fazia com que ficassem camuflados. O que era pretendido. Olhei ligeiramente para uma das pequenas 'casas' dos nadadores-salvadores, reparando em Zoe deitada, com uma sniper.

Pela mira da arma, olhava em redor, procurando qualquer movimento.

Olhei então, para o cais de Santa Monica, onde Mike e a sua namorada estavam encostados. Trocavam carícias, como se nada estivesse prestes a acontecer.

Sentada num dos bancos no parque de estacionamento, esperava ansiosamente pela chegada de Frank Hardy. Através do número de telemóvel que Alexa guardava, consegui contatar Frank, dizendo-lhe que estava com a sua filha e que havia recebido informações preocupantes sobre o seu trabalho sujo. A sua voz alterou-se nesse momento, principalmente quando salientei a descoberta dos tais arquivos que tanto lutara para esconder.

Insistiu numa conversa a sós. Num local movimentado, dai o cais de Santa Monica ter sido o escolhido.

Mike garantiu-me que ele não iria descobrir nada, visto que apenas era chefe de um clube de prostituição e não fazia nada com as suas próprias mãos. Enquanto, as pessoas com quem havia falado, eram peritas em preparar armadilhas do género.

Sentia-me sob pressão. Não conseguia deixar de pensar que tudo dependia de mim.

- Amyah Johnson, nunca pensei que fosses corajosa ao ponto de me desafiares.

Mantive-me sentada. Frank Hardy sentou-se ao meu lado, cruzando a perna como se fosse algum tipo de empresário. Encostou-se ao banco, olhando para o reflexo da lua no mar. Tal como eu. Não me sentia tensa, apenas desejava esmurrá-lo por cada lágrima que me fez deitar ao longo destes três anos.

- Creio que por esta altura, já leste os arquivos. – Voltou a murmurou.

- Creio que isso não lhe diz qualquer respeito.

- Modera o tom de voz, não me faças perder a cabeça.

- Ainda acha que isso me preocuopa? – Forcei um riso sarcástico, levantando-me. Virei-me para Frank. O rosto de um assassino, que levou parte de mim, deixando um vazio impossível de ser preenchido. – Se quiser a sua filha de volta, vai ter que fazer algo por mim.

- E o que queres?

- Que retires a queixa contra o meu pai.

- Achas que o vou fazer? – Gargalhou alto, fazendo com que a minha paciência começasse a evaporar-se. – Jamais vou abdicar de algo que me deu tanto prazer.

- Então, também não se importa que os arquivos...

A mão dele apertou o meu rosto com força, fazendo-me ficar bastante perto do rosto dele. Num tom ameaçador, deixou claro que lhe iria devolver os arquivos ou então, iria ver a minha vida andar para trás. Mais do que havia visto estes últimos três anos. Mais do que vi, quando o meu pai foi detido em plena luz do dia.

Num movimento bruto e firme, o meu braço foi de encontro ao pulso dele, fazendo com que me largasse. Dei um passo atrás, tentando manter-me calma. Calma ao ponto de não usar nenhuma arma contra ele.

- O melhor é mesmo matar-te. – Revirou os olhos, puxando a arma das calças. – De qualquer forma, irei encontrar a minha filha e mandá-la cumprimentar-te no outro lado.

Antes que pressionasse o gatilho, uns passos apressados na nossa direção, fizeram-me olhar para trás. Justin atirou-se para cima de Frank e uma confusão instalou-se à minha volta, visto que vários carros parados esperavam por algo.
Os sócios de Frank corriam agora na nossa direção, assim como Jasper, C-Jay e Luther. Zoe por sua vez, tentava atingir Frank, mas algo aconteceu, visto que os tiros cessaram e nenhum deles acertou no alvo.

Antes que Frank tivesse oportunidade de fugir, lancei-me num combate corpo a corpo com ele. Sem qualquer arma. Esmurrava-o e sentia o seu punho contra mim. Ás tantas, já rebolávamos pelo cimento do estacionamento.

Antes que ele pudesse rebolar para cima de mim, esmurrei o queixo dele. Peguei na arma que lhe havia caído quando Justin se atirou para cima dele, dando-lhe com o cabo na boca. O sangue começou a escorrer de imediato e antes de largar a arma, dei-lhe novamente com o cano, mas desta vez, na cabeça, de forma a deixa-lo zonzo e incapaz de se virar novamente a mim.

Os meus dedos pressionavam contra o pescoço dele. Quando os apertava, os seus olhos arregalavam-se. Um tiroteio inciou-se então, obrigando-me a procurar abrigo atrás de um dos carros.

Observei Justin escondido num outro carro, junto a Mike e à namorada dele. Zoe corria até ao próprio carro com Luther, visto que ambos estavam bastante feridos.

Quando as sirenes se fizeram ouvir, não hesitei em correr na direção de Frank.

Quando o observei, fui obrigada a parar de correr. Apoiado em Trevor, com um sorriso ensanguentado, Frank apontava-me a arma com que lhe havia batido. Passei a mão pelo sobreolho, trazendo algum sangue atrás. Um sorriso sarcástico e provocador continuava no rosto daquele homem.

Porque raio não o matei quando tive oportunidade?

- Porque insistes tanto? Jamais voltarás a ver o teu irmão. Ele nunca irá regressar e provavelmente, agradece o que fizemos por ele. – Gritou, com alguma dificuldade visto que estava magoado. – E o teu pai? Deve ter a vida que sempre sonhou a partir do momento em que tu nasceste. Já o teu amigo, irá viver traumatizado para o resto da vida. E sabes Amyah? Agora é tarde demais para os ajudares. Se calhar, devias de ter chegado um pouco antes.

Todo o meu sangue fervia. A minha vontade era chegar ao pé dele e estoirar de vez com a cabeça dele. Dei um passo em frente e ele colou o dedo ao gatilho, pronto para me tirar a vida.

Um grito abandonou os lábios do Justin. Ele queria vir ter comigo, embora Mike o impedisse.

Quando a polícia começou a correr na nossa direção, senti algo atravessar o meu peito. Os meus olhos arregalaram-se, ao tirar a mão do local e ver o quão ensanguentados os meus dedos estavam. Um outro disparo foi efetuado por parte de Frank.

Não me sentia forte agora. Sentia-me vulnerável.

Cai de joelhos no chão, sentindo uns braços à minha volta. O último rosto que decorei foi o de Justin, pois os meus olhos fecharam-se e tudo à minha volta se tornou inexistente.

(...)

Faltam exatamente dez capítulos para a história acabar. Ainda nem consegui fazer o último, pois eu e finais não nos damos nada bem