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Pool

A primeira semana de aulas, do segundo período passara a correr. Para além de ter faltado logo no primeiro dia, visto que não me sentia mentalmente preparada para enfrentar toda aquela confusão novamente.

Sentada na tão conhecida cadeira, olhava para Brandon. Continuava adormecido, apesar dos seus hematomas começarem a sarar.

Mesmo contra as regras, a minha mãe contava-me de todos os progressos que Brandon fazia. Ele estava fora de perigo, apesar da probabilidade de voltar a ter sensibilidade na perna esquerda fosse pouca. Entristeceu-me bastante saber, não quero imaginar quando Brandon acordar e souber também.

Lembro-me perfeitamente das manhãs de verão a surfar em Santa Monica, Malibu, Venice... Qualquer praia que lhe aparecesse na mente, ao acordar. Imensas saudades dessas manhãs.

Suspirei, aconchegando-me melhor no sofá, visto que já lá estava há uma hora.

Os pais de Brandon foram em viagem na passagem de ano para a Europa. Irritava-me profundamente vê-lo naquelas condições, sem o apoio da sua família.

- Amyah, a hora de visitas terminou. – Balancei a cabeça, levantando-me contra a minha vontade. Beijei a testa de Brandon, saindo depois do quarto.

A minha mãe verificou as máquinas, trocou o soro e saiu do quarto, também. Pediu-me que a acompanhasse num lanche tardio, o que acabei por fazer. Sentamos-nos na mesa do bar do hospital, com duas sandes mistas e dois copos com sumo de laranja natural à nossa frente.

- Bem... Eu esperei uma semana para te perguntar sobre o Justin.

Não queria ter aquela conversa. Aliás, não havia nada para conversar. Passava mais tempo com ele agora, apenas porque não era tão próxima de Alisson e não falava há algum tempo com Kaya ou Michael.

James continuava de férias com a família.

Acabei por lhe explicar que não havia nenhuma relação entre mim e o Justin. Éramos apenas amigos. Claro que a minha mãe não aceitou a minha explicação, relembrando a noite em que cheguei com ele ao hospital. Sussurrou algo como não ter o sutiã vestido e ele ter uma marca um pouco visível de batom no pescoço.

Arregalei os olhos e ela começou a gargalhar, o que me levou a sorrir. Balancei a cabeça, perante o olhar curioso e animado dela.

- Ele parece-me bom rapaz! E está mais que na altura, de explorares uma nova relação.

- Mãe...

- Amyah, já se passaram três anos. – Murmurou firme, pronta para um discurso filosófico. – Eu sei como terminou a tua última relação, sei que te fechaste bastante desde esse ano. Mas porque não arriscar? Tenho a certeza que o Justin jamais te vai levantar a mão.

- Eu não preciso de uma relação. – Murmurei, igualmente firme.

- Não acredito nisso, Amyah. Toda a gente precisa de amor na sua vida.

- Pois, eu não sou toda a gente.

- A quem o dizes.

Ambas levamos o copo à boca, desviando o olhar uma da outra.

Pousei o copo pouco depois, visto que o meu telemóvel vibrou. A mensagem era de Justin. Virei o telemóvel para a minha mãe, que encolheu os ombros, com um sorriso a aparecer no rosto dela.

Soltei leves gargalhadas, virando de novo o telemóvel para mim. Abri a mensagem, ponderei e respondi.

Text from: Justin McCann
(06:23pm) – Tenho um desafio para ti.
- E no que consta esse desafio?
(06:30pm) – Propriedade privada, onde uma piscina pública foi construída, apesar de nunca inaugurada.
- Estou pronta às 10pm.

- Então...? – Murmurou, quando deslizei o telemóvel pelo bolso das calças.

Revirei os olhos e terminei de lanchar.

(...)

Eram nove da noite, estava deitada no sofá da sala, com uma tigela cheia de salada de fruta. Prestava atenção ao filme que passava na AXN, enquanto saboreava as diferentes frutas que levava à boca.

Quando terminei de comer, verifiquei quanto tempo faltava para o filme acabar. Na programação, dizia que faltavam vinte minutos. Terminei de ver o filme, antes de ir para o meu quarto e procurar pelos biquínis. Não me lembrava em que gaveta havia guardado.

Revirei as gavetas do armário, acabando por encontrar. Vesti o primeiro conjunto que encontrei, colocando tudo a monte nas gavetas, fechando-as.

Tirei uma camisola de sem mangas justa e umas calças pretas de desporto largas ao longo das pernas e um pouco mais justas ao pé do tornozelo. Calcei as converse pretas e soltei o cabelo, visto que estava entrelaçado numa trança.

Tirei uma toalha de praia do armário, peguei no telemóvel e nas chaves de casa, descendo as escadas para o sofá, onde me voltei a sentar.

(...)

- Queres fazer as honras?

Ri-me levemente, saltando a vedação à volta do edifício baixo com a piscina no seu interior. Esperei que o Justin saltasse também a vedação e apressei-me a adentrar no edíficio, visto que Justin conseguiu quebrar o cadeado com um dos tijolos amontoados a um canto da vedação.

Não havia qualquer alarme, algo que o rapaz verificou também. Nem uma câmara de vigilância, não havia como aparecer alguém.

O espaço era quente, visto que o vento não entrava na área. Justin acendeu luzes de natal na zona das espreguiçadeiras, estas também amontoadas, para nos dar mais iluminação, visto que se acendessemos as luzes do edifício, alguém podia reparar.

- Quando é que te tornaste tão rebelde?

- Quando te conheci? – Revirei os olhos e ele gargalhou, deslizando a camisola pela cabeça. Descalçou os ténis também, atirando-se para dentro da piscina. – Pelo que esperas? A água está quente!

Balancei a cabeça, tirando uma das duas ganzas que havia feito antes de sair de casa. A expressão do Justin tornou-se menos divertida, mesmo tentando disfarçar. Levei a ganza aos lábios, queimando a ponta da mesma com o isqueiro. Descalcei os ténis e as calças de desporto, colocando-os perto do casaco já atirado para um canto.

Mantive a camisola vestida, sentando-me à beira da piscina, enquanto o Justin aproveitava e mergulhava.

Coloquei as pernas dentro de água. A temperatura estava ótima mesmo, o que me tentou a mergulhar. Assim que terminei de fumar, molhei ligeiramente a ganza para a apagar e coloquei de volta no maço, colocando-o de novo na mala.

Senti as mãos do Justin nas minhas pernas e um forte puxão, que me fez mergulhar na piscina. Emergi, procurando encontrá-lo. Ele gargalhava, talvez pelo pequeno guincho que soltei, ao sentir o puxão. Nadei até ele, pronta para me vingar, mas as suas mãos agarraram nas minhas, mantendo-nos pouco afastados.

- Porque me trouxeste aqui?

AMYAH  ➛  JUSTIN BIEBER Onde as histórias ganham vida. Descobre agora