Garanti-lhe que não me ia embora e Pattie fechou-se na casa de banho, pois necessitava de tomar banho e trocar de roupa.

Um suspiro abandonou os meus lábios e involuntariamente, o meu olhar cruzou-se com o do Justin. Notava o quão desamparado estava. Os seus olhos estavam marejados, a sua expressão bastante desiludida.

Não estava a aguentar vê-lo de tal maneira. Sabia perfeitamente que tentava esconder aquilo que estava realmente a sentir, embora não estivesse a ter muito sucesso.

Sem pensar nas minhas ações, levantei-me do sofá e aproximei-me dele. Assim que os nossos olhares se cruzaram, não hesitei e puxei-o para um abraço. Enrolei os meus braços no pescoço dele, mantendo-o perto de mim. Ao início, ele manteve-se quieto, conseguia perceber o quão tenso estava. Depois, acabou por enroscar-me nos seus braços, respirando fundo perto da minha orelha.

- Obrigado. – Sussurrou, apertando mais o abraço.

- Não agradeças.

- Eu amo-te tanto. – Sussurrou novamente, deixando-me sem reação. Se não estivessemos presos um no outro, estava a olhá-lo com cara de parva.

- Lembraste da última coisa que me disseste? – Assentiu, afastando-me minimamente dele, apenas para me encarar. – Disseste que nunca me ias perdoar. Deixaste isso bem claro, Justin.

- Tens a noção como é que me senti? Eu vi-te a levar um tiro, quase morreste nos meus braços! – Elevou o tom de voz, afastando-nos. Passou as mãos pelos cabelos despenteados, começando a andar ás voltas. – Foda-se Amyah, nunca pensei que fosses capaz de me magoar tanto.

- Que querias que fizesse? Arriscasse a levar-te comigo e ver-te levar um tiro? Era isso que querias?! Era Justin?

- Foda-se, não! – Gritou, atirando os braços ao ar. – Não, não era!

- Então não me atires com isso à cara! Porque sabes que mais? Não me arrependo, faria tudo outra vez!

- Que merda, Amyah, que merda! – Balançou a cabeça, soltando um riso nervoso e irónico, acabando por se sentar no sofá com a cabeça apoiada nas mãos e os cotovelos pressionados nas pernas. – Pensei que te ia perder. – Murmurou mais calmo.

- Não podia deixar de o fazer. Tivesse as consequências que tivesse.

- Não eras tu que ias sofrer com as consequências! Alguma vez pensaste no que podia ter acontecido? Puseste a hipótese de perder a vida?

- Claro que sim!

- Pensaste na tua mãe? Pensaste no Brandon? Pensaste no teu pai? Foda-se, pensaste no que iam sofrer? Não! Só pensaste em ti e esqueceste-te que tu irias ser a única que jamais teria oportunidade de pensar! - Voltou a levantar-se.

Os seus olhos estavam marejados. Todo ele era um misto de emoções descontroladas, tanto sentia raiva, como tristeza. Tanto queria explodir comigo, como perdia as forças para o fazer. Custava-me tanto olhá-lo, ver o quão despedaçado estava e o pior, era estar a discutir com ele, depois da tarde atribulada que tivera. Ele não merecia passar por isto, não mesmo.

Respirei fundo, tentando manter-me calma. Uma lágrima escorreu pela sua bochecha, e logo a seguir outra. Justin apressou-se a limpá-la, murmurando várias asneiras seguidas.

Os meus olhos, encheram-se de lágrimas também. Porra, eu não queria discutir com ele. Queria abraçá-lo e confortá-lo o máximo possível.

- Eu não pensei. Estava cega de raiva, desejosa por vingar-me. Fui egoísta para a minha mãe, para o Brandon, para o meu pai, para toda a gente. Para ti, inclusive. E eu sei, eu sei que te desiludi! Sei o quão difícil foi lidar com o que viste...

- Não Amyah, não sabes. – Interrompeu-me. – Nunca vais sentir a aflição de sentir a vida de alguém que amas a escapar-te pelos dedos. Literalmente.

- Justin, pára! – Elevei a voz. Não bruta, mas começando a sentir-me vulnerável. – Tu não me perdeste! Eu estou aqui, á tua frente. – Aproximei-me dele. – Tu não me perdeste. Nunca vais perder.

- Eu quis perder-te no momento em que sai do teu quarto. Nunca dessa forma, jamais aguentaria lidar com a tua ausência do mundo, mas queria tirar-te da minha vida. Arrancar tudo aquilo que sentia por ti e deitar fora, tal como tu fizeste. E nem pensaste duas vezes antes de o fazer.

As palavras dele começavam a bater forte dentro de mim. Começavam a atingir-me com força inexplicável. Estava tão magoado, tão desiludido. Como é que fui capaz de fazer com que se sentisse desta maneira?

Controlei as lágrimas dentro dos meus olhos, após assimilar cada palavra. Engoli-as todas a seco, mantendo-me firme à sua frente.

- Podias ter-me perdido para sempre, no entanto não perdeste. Eu estou aqui, à tua frente. Dois meses já passaram, tens a certeza que queres desperdiçar todos os outros que se aproximam?

Ele manteve-se em silêncio.

- Preferes continuar a ser orgulhoso? Ou preferes deixar-me recompensar-te por todo o tempo perdido? Porque eu estou disposta a fazê-lo. Quero devolver-te todos os sentimentos que ponderaste arrancar de ti, mas que não foste capaz de o fazer. E tudo, porque me amas. Por isso, peço-te que me deixes amar-te da mesma maneira.

Antes de qualquer resposta, a mãe dele saiu da casa de banho.

Ignorou tudo aquilo que lhe chegou aos ouvidos, pegando nos seus documentos, decidida a terminar esta fase obscura da sua vida.

(...)

Estava ansiosa para lerem este capitulo! Não me perguntem porquê, mas estava ahah

O que acham? Quero opiniões! Está mesmo quase a acabar

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