- Podem deixar-nos a sós? – A morena pediu, referindo-se a mim. A minha mãe e o Kellan subiram as escadas, embora um pouco receosos. – Sei o que aconteceu ao teu pai, ao teu irmão e a Brandon. Os sócios do Frank não fazem nada sem antes gravar ou fotografar. Arquivos e arquivos numa das gavetas do clube de prostituição.

- Porque me contas isso?

- Porque estou farta de ser o saco de pancada e sexo de todos eles. – Balançou a cabeça, mostrando-se chateada. – Não sabia nem de metade, até conhecer Brandon na cave. E quando apareceste no bar, decidi enfrentar o meu pai. Dessa vez, não me deixou tão mal quanto hoje.

- O que fizeste hoje?

- Escondi-lhe os arquivos sobre a tua família e o Brandon.

- Onde? – Ela preparou-se para falar, mas eu continuei. – Porque raio devo acreditar em ti? O Frank destruiu a minha família!

- Não sou como ele, Amyah. O teu pai conhece-me...

- Ele falou-me de ti, do porquê de ter sido incriminado. – Interrompi-a, levantando-me do sofá e começando a andar de um lado para o outro. – Isto não faz sentido. Porque haveria Frank de guardar consigo ficheiros que o podem pôr trás das grades?

- Tendo a certeza que nenhum dos seus sócios o irá trair. Muito menos a sua filha. E para além disso, Frank confia de olhos fechados nas pessoas com quem trabalha no clube. Para além dos milhentos códigos de acesso à divisão com os arquivos e provas.

- E tu conseguiste quebrar tudo? – Arqueei a sobrancelha e ela encolheu os ombros.

- Tive os meus meios.

- Tipo assediar um dos seus seguranças? – Ela balançou a cabeça, explicando-me que também não era importante a forma como conseguiu, mas sim que tem os arquivos em seu poder. – O que queres por esses arquivos?

- Quero que o mates. – Arregalei os olhos, perante a resposta direta dela. – Ou pelo menos que o faças sofrer o dobro que ele me fez. E o triplo que te fez a ti.

- Matá-lo seria fácil demais para ele. Acredita, viver com a culpa ou a frustração é a pior tortura.

- Viver? – Elevou a voz, levantando-se de repente do sofá, mantendo a manta á sua volta. – Viver?! Ele não merece isso.

- Viver atrás das grades, Alexa. – Encostei-me ao sofá. – Quanto tempo achas que vai ficar preso? O que achas que lhe irão fazer na cadeia? Não será propriamente uma cadeia de luxo.

- Que o matem. Torturem! Façam o que quiserem com ele.

- Exatamente. – Ela voltou a sentar-se, murmurando algo como ter sentindo uma tontura. – Quero saber onde estão os arquivos e só depois penso no que fazer em relação a esse filho da puta. Mas uma coisa posso garantir, o Frank vai ter aquilo que merece.

Ela balançou a cabeça e eu chamei a minha mãe, para que começasse a desinfetar as feridas dela, enquanto eu fui buscar uma toalha ao quarto e umas roupas para que a rapariga ficasse minimamente confortável.

(...)

Pouco ou nada havia jantado, não conseguia deixar de pensar em Alexa e nas coisas que me havia contado. Sentada no sofá, olhava para a televisão, embora os meus pensamentos não estivessem no filme. Justin, sentando ao meu lado, parecia também distraído. Já Brandon, assim que lhe contei que Alexa estava na minha casa, apressou-se a abandonar Santa Monica e a adentrar no apartamento.

A morena dormia no meu quarto, num colchão perto da cama, que a minha mãe havia preparado para a mesma. Segundo o que me havia dito, Alexa passou por um bocado bastante difícil.

Não conseguia sentir pena dela. Compaixão, também não era a palavra adequada. Só o facto de ter uma ligação com Frank Hardy, enojava-me.

- A Alexa não para de tremer. – Brandon pronunciou-se ao descer as escadas. – Penso que esteja com febre.

A minha mãe levantou-se da mesa, pegou no termómetro e nuns comprimidos, desaparecendo pelas escadas. Já Brandon, sentou-se perto de nós, com uma expressão preocupada e pensativa.

- O que é que achas disto tudo, Amyah?

- Não sei, sinceramente.

- Eu acho que ela está a ser sincera, tu viste o estado em que estava. O que achas, Justin?

- Não me quero meter. – Murmurou, encarando-me. – Mas se a Alexa está realmente a ser sincera, haverá de te dizer onde estão os arquivos.

- E se for uma armadilha? – Brandon salientou.

- Paciência. – Encolhi os ombros. – Ela não ia deixar os arquivos num sítio onde o Frank fosse capaz de chegar, voltando a ficar com eles.

- A Alexa não se ia sacrificar tanto por uma mentira. – Justin acrescentou e um silêncio constrangedor pairou na sala.

A minha cabeça estava a mil.

Por um lado queria acreditar que os arquivos estavam realmente com Alexa e que não era nenhum truque, pois dessa forma podia trazer justiça ao meu pai, vingar a morte do meu irmão e satisfazer o desejo de vingança que Brandon sentia. Pois, o meu desejo de vingança jamais será saciado, visto que o meu irmão nunca irá voltar.

Nem por um minuto. Nunca irá dar-me o último abraço, o último beijo, o último conselho. Nem mesmo, um último adeus.

(...)

Tenho feito updates frequentes e gostava de saber o que estão a achar, visto que estamos na reta final da história!
Comentem com a vossa opinião, sabem que é sempre importante receber feedbacks.

AMYAH  ➛  JUSTIN BIEBER Where stories live. Discover now