Carl entrou na sala pouco depois, carregando a sua típica cara trancada, que parecia mais grave esta manhã.

- Conta-me Amyah, como é ter um pai na prisão? – Arqueei a sobrancelha, encarando-a. Ashley mostrava um sorriso superior. Uma gargalhada escapou pelos meus lábios, captando algumas atenções. – Achas engraçado?

- O facto de seres ridícula? Sim, acho bastante engraçado.

Ela voltou a falar do meu pai.

Sem hesitar, dei um pontapé numa das pernas da cadeira, fazendo com que se desequilibrasse, embora não caísse da mesma. O seu olhar aterrorizado pousado sobre mim, fez-me sorrir satisfeita.

Até que teve o azar de gargalhar sobre o facto dele estar preso. Dessa vez, para além do pontapé, levei a mão às costas da cadeira, pressionando-a para trás.

- Ó meu deus, Ashley querida, estás bem? – Levantei-me em choque, fingindo-me de preocupada.

Algumas gargalhadas se fizeram ouvir. As mesmas desapareceram, após um grito de Carl, que se aproximou de nós. Reclamou com a loira, não esperando um comportamento tão infantil e inadequado por parte de uma aluna com alto prestígio, obrigando-a a sentar-se na fila da frente.

Sentei-me também, após a sala acalmar.

Ashley estava a comprar uma guerra que jamais poderá vencer. Não tinha quaisquer problemas de a enfrentar. Já não havia qualquer ameaça em relação ao ginásio, já não havia qualquer entrave.

Era maior de idade, as minhas escolhas vão ser as minhas consequências, somente minhas.

(...)

O fim das aulas chegou, entretanto.

Sentada num dos pilares que sustentava a bancada exterior, num lugar mais escuro e pouco movimentado, levava uma ganza aos lábios. Não colocara muito conteúdo com o tabaco, pois não tencionava voltar a passar mal e o meu estômago não estava propriamente forte para aguentar.

Encostei a cabeça ao pilar, sentindo o meu corpo relaxar. Fechei os olhos, dando um último bafo na ganza, antes de a atirar para o chão e a pisar.

Um suspiro abandonou os meus lábios, levando com ele parte do peso que sentia sob mim. Parte da pressão, da culpa e das emoções descontroladas dentro de mim. Se havia algo fundamente, era manter o controlo.

- O que estás aqui a fazer? – Abri os olhos, encontrando uma figura masculina conhecida. O olhar dele pousou na ganza espezinhada perto de mim, voltando a pousar em mim. Um sorriso fechado surgiu no meu rosto, apesar da sua expressão descontente.

- O que é que isso te interessa?

- Nada, nada. – Atirou as mãos ao ar, aproximando-se de mim. – Sentes-te intocável, outra vez? A flutuar? – Ele soltou uma breve gargalhada, o que me fez franzir a sobrancelha.

- Boa tentativa.

Peguei na minha mala, levantando-me e passando por ele. Antes, virei-me e repeti o mesmo gesto. Pisquei-lhe o olho, deixando-o um com sorriso fechado e idiota no rosto.

Ri-me para dentro e percorri os corredores, até sair da escola e chegar à paragem. As palavras de Madison ecoaram pela minha cabeça, fazendo com que percebesse que só iria ter autocarro dentro de duas horas. Suspirei e comecei a caminhar na direção do apartamento.

Se de autocarro chegava em quinze, vinte minutos, a pé ia demorar uma eternidade.

Coloquei os fones nos ouvidos e aumentei o som ao máximo, começando a minha caminhada. Enquanto isso, trocava algumas mensagens com Michael, que me havia informado da mudança do horário de treinos, sendo agora igual ao meu.

Se ele estava com ideias perversas, bem que as podia tirar da cabeça.

(...)

Um capítulo logo pela manhã e uma capa nova feita pela baby-idle ! Ela tem imenso jeito, o que acharam da capa?
E claro, o que estão a achar do desenvolvimento da história?

AMYAH  ➛  JUSTIN BIEBER Onde as histórias ganham vida. Descobre agora