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O quê?
Meu pai... faleceu?
Morreu?
Não está mais entre nós?
Não o verei mais?
Não consigo raciocinar...
-O quê? – Indago desnorteada. – Meu pai... faleceu? – Digo retorica, deixando uma risada nasal escapar. – Não. – Rio mais uma vez. – O meu pai não. Não ele. Ele não está morto. Afinal, eu o verei no escritório, ele vai me ajudar, vou trabalhar com ele... não, ele não se foi. – Meu sorriso poderia ser considerado verdadeiro se não fosse pelas lagrimas que escorriam.
As pessoas lidam de diferentes formas com o luto. E naquele instante, estava em negação, não podia, não conseguia, acreditar que aquilo era mesmo a verdade, o que de fato estava acontecendo na minha vida. Duvido que seja a primeira reação de todos ao receber uma noticia como essa, na verdade, é até compreensível.
-Você está enganado. – Repito olhando Reynold que tinha os olhos vermelhos devido ao choro que segurava. – Você... está enganado, não é?
-Grace... – Felix começa dizer ao se aproximar.
-Não. Todos vocês estão errados. – Exclamo em tom acusador. – Ele não... morreu. Ele não... – O processamento da noticia me deixou atônita, me colocou em estado de transe. – Felix, ele não...? – Falo quando vejo Felix próximo a mim, quase me tocando. – Ele... ele não podia. Ele disse que faríamos isso juntos! – Minha voz embargada e fraca já mostrava o quão perdida eu estava em meio a minha própria mente. – Não, não, não...
Perco todas as minhas forças e estou prestes a cair antes de ser segurada por Felix mais uma vez, a única coisa que me manteve em pé. Ele me segura com firmeza sussurrando que ficará tudo bem, mas eu sei que não, não ficará tudo bem.
Minhas mãos tremulas, meus lábios batem um contra o outro enquanto o choro ecoa pela minha voz. A visão turva e o meu atual estado dificultam para que eu possa ficar em pé... até que eu desisto de tentar, simplesmente desisto percebendo que não terei forças para sair dali durante um bom tempo.
Fungo tentando me controlar, mas tão grande é o pânico que se instaura em mim que duvido muito que qualquer coisa poderia ser forte o suficiente para me trazer de volta a realidade.
Meu pai morreu.
Ele morreu!
E eu... eu não consigo acreditar. Não é possível. Não é... como? Como ele morreu? Não era para ser assim. Não era! Ele não merecia esse ataque cruel. Não merecia! A pessoa mais pacífica que eu já conheci foi morta em um ataque, irônico não?
Meu pai... meu querido pai... não está mais entre nós. Eu nunca mais o verei. Nunca mais verei a pessoa que me criou. A pessoa que me ensinou a ser quem sou. A pessoa que me amou incondicionalmente... o meu pai!
Não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não, não... não!
Não pode ser!
A forma como foi morto, tão brutal, tão horrenda. Mas morreu como um herói. Salvando a minha mãe.
Ele foi tão justo, até na hora de sua morte. Jamais o esquecerei. Jamais deixarei que não saibam o grande homem que ele foi. E só de pensar que não estarei mais com ele... ele não verá o meu amadurecimento, e todo o crescimento que ainda terei. Ele não estará comigo... nunca mais ouvirei sua voz, nunca mais verei os seus olhos com aquele brilho da vida, seu toque, o beijo em minha testa antes de dormir, o abraço reconfortante, as broncas. Ele não estará quando eu assumir a coroa. Quando me casar, quando tiver meu primeiro filho. Auggie nem vai se lembrar direito do pai...
-Não pode ser real. – O meu choro era alto e descontrolado, soluçava e fungava, queria que aquilo não estivesse, eu faria de tudo para que não estivesse acontecendo. – Ele se foi mesmo, não foi? – Me virei para Felix que assentiu com um olhar compadecendo-se da minha dor, como se já tivesse a sentido ou a sentisse agora. – Por favor, isso não é real, é? – Falo sem nem sequer pra quem me direciono. A única coisa que tenho como resposta é a sensação de Felix me segurar mais firme enquanto deposita um leve beijo em minha cabeça.
As lâmpadas ao nosso redor começaram a estourar, o que já era de se esperar. Perdi totalmente o controle da minhas emoções e sentimentos, consequentemente, dos meus poderes. Felizmente, foram só as lâmpadas que estouraram e queimaram.
Um trilhão de lembranças assombram a minha mente. De todas as vezes que brincamos um com o outro, as vezes que brigamos, mas também as vezes que nos reconciliamos. Toda palavra de carinho e toda de aconselhamento. As vezes que nos ajudamos e as vezes que trabalhamos junto.
Tudo isso não se repetiria. Nunca mais.
Isso tinha que ser mentira. Não podia...
Havia se passado quase meia hora que eu estava ali, parada, sem conseguir mover um musculo, apenas chorando e recordando. Não estava nem de perto recomposta, meus olhos vermelhos e inchados já diziam tudo, mas pelo menos consegui me levantar.
O coração destruído e a mente nele.
Parecia que eu estava em estado catatônico. Meu rosto não conseguia expressar nenhuma expressão e eu não falava absolutamente nada.
-Vamos leva-la para sua mãe e seus irmãos. – Reynold avisa e eu apenas assinto sendo guiada por Felix que me sustentava para que não desabasse novamente. Duvido que teria qualquer força para pronunciar até mesmo uma única e singela palavra.
No caminho, nada era pronunciado, até Felix se dirigir para Reynold:
-O senhor sabe alguma informação sobre a minha família? – Ele pergunta, a voz hesitante.
-Não se preocupe, já faz alguns dias que eles voltaram para Hallstatt. – Reynold responde tranquilizando Felix que relaxa os músculos e assente para Reynold em sinal de agradecimento.
Fomos levados por Reynold até o lado de fora, dessa vez, o céu azul parecia acinzentado, as plantas não tinham cores vibrantes, o sol não brilhava, o meu pai não estava mais vivo...
Felix que segura firme a minha cintura e o meu braço me olha vez ou outra, possivelmente assustado com a minha reação. Ninguém nunca me viu assim, eu nunca fiquei assim, e acho que nunca mais ficarei.
Lagrimas ainda rolavam pelos meus olhos, já meu rosto, não continha qualquer traço de expressão.
Andamos por poucos minutos até pararmos de frente para um grande barraca verde musgo, militar obviamente.
Adentramos e uma mulher de cabelos loiros que se misturam com o branco juntos em um coque baixo está de costas para nós.
Ela se vira ao perceber nossa presença.
-Mãe... – Tenho a minha primeira reação.
Seu rosto era indecifrável. Um misto de saudade, tristeza, surpresa, felicidade, amargura... tudo isso juntos.
-Grace. – Ela diz e corre para me abraçar.
O seu abraço foi inexplicável. Ela me abraçou de uma forma que eu nunca havia sentido antes. Como se precisasse de mim, como se tivesse me encontrado. Foi o mesmo tipo que senti quando acharam que eu estava morta na ilha, talvez ela também achasse que eu estava morta, mas agora, descobriu que estou viva. E consigo sentir tudo isso, todo o seu amor, toda a sua saudade naquele abraço, onde ela me segura já dizendo que não me soltaria tão cedo. O seu toque me acalma e me tira levemente de onde estou, lembrando-me que ainda tenho minha mãe, que ela está aqui e agora estou em seus braços, e não pretendo sair tão cedo.
-Mãe. – Digo me afundando em seu pescoço onde posso sentir seu cheiro tão familiar e que tanto ansiei. – Mãe eu... o papai... – Comecei falar já voltando a chorar incontrolavelmente em seu pescoço, desabando novamente, talvez até pior que da primeira vez.
É incrível o fato de bastar apenas um olhar de nossos pais para que derrubem a barreira de emoções que tentamos esconder ou sustentar em um momento difícil.
Percebo que Samuel, Reynold e Felix já não estão mais na barraca dando-nos privacidade.
-Eu sei meu amor, eu sei. – Sinto lagrimas quentes tocarem minha pele. Ela estava chorando... eu nunca a vi chorar. – Ele estaria muito orgulhoso de você. – Ela fala o que faz com que eu sinta uma dor indescritível.
-Eu queria tanto ver meu pai, mãe, tanto. Você não tem ideia do quanto que eu lutei por vocês na arena, não tem ideia. – Disse ao me desvencilhar de seu abraço sem nem saber como consegui tal proeza sem cair e perder todas as forças restantes.
-Eu sei minha querida. E nós estivemos orando por você de forma incessável. – Ela fala depositando as duas mãos em cada lado do meu rosto. – Eu estou tão feliz que sobreviveu, tão feliz... – Ela deixa um beijo em minha bochecha e outro em minha testa.
-Eu não consigo me sentir feliz, mãe. O papai morreu, isso acabou com qualquer contentamento que eu tive por ter sobrevivido. – Lhe disse revoltada com tudo o que aconteceu. – Como... como aconteceu tudo isso?
-Bom-. – Ela ia começar falar.
-Mãe, não, espera. Eu não quero saber, não agora. No momento eu não consigo. – Lhe corto antes que me contasse.
-Como quiser meu amor. – Ela se senta na cama que havia ali e eu vou ao seu lado.
-Onde estão Henry, Auggie e Ashley? Não consigo imaginar como estão se sentindo. – Perguntei engolindo todas as minhas emoções.
-Henry está revoltado, havia ido cavalgar na floresta para espairecer, não se preocupe, há uma guarda por perto para que ele esteja seguro. – Ela se apronta a dizer. – Auggie não compreende muito bem, e nem espero que consiga entender, sei que mais tarde teremos que explicar de novo. Já Ashley... ela não teve reação alguma, não sei como está. – Minha diz abaixando seu olhar preocupada. – Ela não chorou, não gritou, não fez nada, ficou ali parada, e depois fomos levados pelos soldados para sermos protegidos enquanto o ataque ocorria. – Minha mãe explica e até eu fico espantada. Ashley é extremamente emocional e sensível, achei que ela estaria se afundando como eu. Quem não estaria?
-E onde ela está agora? – Pergunto fungando devido ao tanto que chorei.
-Foi tentar resgatar os livros que não foram destruídos em seu quarto. – Minha mãe responde. – Está procurando uma distração, um refúgio, eu suponho. – Ela fala cruzando as mãos em cima do colo.
-Vou atrás dela, talvez ela se abra comigo, sabe como somos. – Disse soltando uma leve risada sem humor enquanto passava o polegar pelas bochechas molhadas pelas lagrimas.
Preferia me preocupar com os sentimentos dos meus irmãos e em como eles estavam lidando com tudo isso ao invés dos meus. Admito que até prefiro ignorar os meus. Na maioria das vezes, não estou pronta para lidar com eles, são sempre muito intensos, de mais para que eu suporte, e eu com certeza não estava pronta nesse momento para tentar entende-los. Sinto-me completamente, irrevogavelmente perdida.
Por isso, fiz o que sei fazer de melhor com as minhas emoções: as ignorei e foquei nas do restante da minha família.
Ao sair da barraca, dessa vez conseguindo andar sozinha até o palácio, adentrei vendo os mesmo funcionários de antes limpando os escombros do que foi destruído nesse maldito ataque.
Comecei a andar em direção ao quarto da minha irmã mais nova.
Chegando ao seu quarto, bati na porta, porém ninguém me respondeu, então entrei do mesmo jeito. Porém, Ashley não estava ali.
Se não estava em seu quarto só poderia estar ou nos jardins ou na biblioteca, eram os lugares que mais ficava.
-Com licença, viu minha irmã? – Perguntei a uma das funcionárias.
-Acho que a vi indo nessa direção, vossa alteza, provavelmente para os jardins. – A moça de aparência jovem respondeu.
-Obrigada. – Assenti e segui por onde ela me falou.
Queria tanto vê-la, queria que ela soubesse que eu havia sobrevivido e que agora estava ali para ela. Preciso vê-la. Quero reconforta-la, e de alguma forma me alto reconfortar. Eu só quero encontrar-me com a minha irmã.
No caminho, acabo passando pela biblioteca, aproveito para entrar, dar uma olhada e checar se Ashley não está mesmo ali.
Temos uma biblioteca vasta e diversificada. É grande, clara e cheia de prateleiras repletas dos mais variados livros. Esse foi possivelmente o único lugar não afetada pelo ataque, já que tudo, pelo visto, está como antes. É um lugar tão lindo.
Lembro-me quando eu vim aqui pela primeira vez, com o meu pai... Foi ele quem me trouxe aqui na primeira vez, ele quem...quem me apresentou o meu primeiro livro. Recordo-me perfeitamente de quando leu para mim "Os Três Mosqueteiros", fiquei tão fascinada com história que o fiz ler pelo menos umas cinquenta vezes. Naquele dia decidi que queria ser cavaleira, uma guerreira especialista em espadas e faria parte da guarda real, de certa forma acabei realizando tal sonho, não da forma como eu esperava quando tinha cinco anos, mas realizei, sou boa com facas e guerreei – em vão – pelo meu reino no meio de uma ilha. Contudo, infelizmente, meu pai não está aqui para me ver concluindo tal feito, um feito que lhe disse tantas vezes que realizaria, e é justamente ele, quem não está aqui.
Sequei com o polegar a lagrima solitária que caia pelo meu olho esquerdo, voltando a realidade e afastando tais memórias. Observo com nostalgia o lugar que permaneceu intacto. O lugar que me proporciona memórias tão maravilhosas, mas que são, ao mesmo tempo, tão dolorosas.
Dou as costas para a biblioteca e sigo até a porta de saída, não sem antes olhar de relance mais uma vez a grande e, à minha visão de quando tinha cinco anos, magica biblioteca real.
Ao fechar a porta, foi necessário me escorar ali para recompor minhas forças. Atrás de mim havia um lugar que despertou memórias que eu nem sequer me recordava até há alguns minutos. Atrás de mim estava a minha infância, juntamente com toda a minha inocência e ingenuidade. Atrás de mim estava um pedacinho do meu pai.
Suspirei profundamente e então voltei meu olhar para o corredor, me lembrando o porquê de ter vindo e para onde deveria ir. Ashley. Precisava encontra-la.
Dobrando a esquina do corredor me deparo com Felix e Samuel vindo em minha direção. Reparo agora que nós três continuamos com a roupa da arena, honestamente não me importo nem um pouco com o que me visto neste momento.
-O que estão fazendo aqui? – Pergunto direta.
-Sua mãe pediu para que a procurássemos. – Felix respondeu com aquele mesmo olhar protetor que tinha quando estávamos na arena.
É estranho falar assim: estávamos. Passamos por tanta coisa e agora estamos aqui... Por incrível que pareça, preferia quando eu estava lá e sabia que toda a minha família estava viva e segura.
-Ela falou que havia ido procurar Ashley, mas que estava demorando muito. – Samuel completou com um olhar compassivo.
-É, eu... eu. – Pigarreio contendo minhas lembranças. – Eu estava na biblioteca, achei que pudesse estar lá já que não estava no quarto. Uma das funcionárias disse que ela poderia estar nos jardins, estava a caminho de lá. – Expliquei aos dois que ainda estavam parados ainda a minha frente.
-Podemos ir com você? – Samuel sugere e antes que eu tenha a chance de recusar Felix se põe ao meu lado.
-Nós vamos com ela. – Ele diz e eu franzo a testa com o seu ato, porém não protesto, não tenho cabeça alguma para discutir qualquer coisa com alguém, e sei que ele está apenas preocupado, a meia hora eu mal conseguia andar fragilizada pelas noticias da morte... da morte dele.
Continuei o meu caminho sem falar nada, apenas seguindo rumo aos jardins.
Estávamos na área oeste do jardim, área perto do lago onde fiz meu piquenique com os meus irmãos antes da minha partida.
-Vamos ao norte do jardim. Ela deve estar lá. – Felix sugere depois de não a encontrarmos por ali.
-Sim, sim. – Concordo com a cabeça um pouco distraída.
A verdade era que eu já começava a me afligir por não encontrar minha irmã. Foram muitas emoções para um dia só, e tudo o que eu queria era encontra-la de uma vez por todas.
Saber onde toda a minha família está, é uma das formas que arranjei de me reconfortar. Não consegui impedir a morte do... a morte dele, porém, se estiver com meus irmãos e minha mãe, posso tomar conta deles, e isso, por hora, já me basta.
-Talvez ela tenha voltado para a barraca de sua mãe. – Samuel supõe já que, mesmo a procurando até agora, não tivemos sinal algum.
-Talvez, mas vamos continuar. – Falo continuando a andar os deixando para trás.
Os jardins são enormes, e ainda há a floresta, ela pode estar em qualquer lugar por aqui. Ou... talvez ela tenha mesmo voltado, há essa opção. Mas mesmo assim, quero procurá-la, algo que me diz que ela não voltou, e minha intuição não costuma falhar.
Andamos, andamos e andamos, já estávamos nos aproximando das florestas que havia ao sul, perto de um precipício que dava para o mar.
-Acha mesmo que ela está aqui? – Felix pergunta ficando ao meu lado que estava um pouco mais a frente do dois que seguiam atrás de mim.
-Acho. – Respondo curta e direta já caminhando a frente. No momento eu não queria ninguém me contrariando, me fazendo perguntas ou qualquer coisa do tipo. Eu seguiria meu objetivo, o alcançaria e depois... depois eu veria o que iria acontecer.
Com esse pensamento volto o meu foco para o caminho que estava seguindo.
Socorro
Uma voz distante ecoa pela minha mente. Acho que eu finalmente enlouqueci.
Socorro!
Ouço mais uma vez.
Só posso estar louca.
Falo a mim mesma.
-Socorro. – Escuto um terceira vez e agora percebo ser uma voz distante, e real.
Olho para os lados, mas não há ninguém em meu campo de visão a não ser Samuel e Felix.
Felix se aproxima de mim mais uma vez, dessa vez um tanto extasiado.
-Ouviu também? – Ele pergunta e eu assinto com o olhar firme.
-Socorro! – A voz soa mais próxima e mais forte. – Alguém me ajuda! – É uma voz de criança com certeza, e pela finura, de uma garota.
Ashley!
Olho imediatamente exasperada para Felix, ele ainda parece confuso com a situação.
-Ashley... – Sussurro ainda atordoada por ser a minha irmã quem grita por ajuda. – Ashley?! – Grito de volta, mas não há retorno.
-Grace! – Ela grita depois se alguns segundos.
-Ashley! – Começo a correr em direção a floresta e logo sou seguida pelos dois garotos que me acompanhavam. – Ashley, por favor. Ashley! – Começo a gritar e a correr desesperadamente.
Eu não posso perder mais alguém, não posso, não posso!
Estava ofegante e cansada, minhas forças já haviam se esvaído a tempos, mas não deixaria minha irmãzinha em perigo, por isso, corri, fiz o que podia fazer naquele instante, corri o mais rápido que pude, com tudo o que tinha, eu precisava alcança-la, precisava.
Um som ensurdecedor ecoa de repente. Paro de correr no mesmo instante. Olho confusa para Samuel e Felix que também pararam ao meu lado.
Ah meu Deus!
Reconheço esse som. É um helicóptero militar. O mesmo que nos buscou na arena.
Ah não, não, não, não.
Droga!
Começo a correr o máximo que posso sendo acompanhada por Samuel e Felix que não me deixam sozinha. Em poucos minutos estamos no fim da floresta, no penhasco que da para o mar.
Ok, ok, eu preciso respirar. Não consigo me concentrar, entender o que está acontecendo. Eu... eu... eu não consigo perder mais alguém.

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Um dos capítulos mais tristes que já escrevi na minha vida, eu confesso, chorei escrevendo.








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