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Alguns raios de sol entravam pelo quarto. Havia me esquecido de fechar as janelas na noite anterior. Marli me sacudia de leve tentando me despertar, o que funcionou.
-Senhorita? – Disse confirmando se eu ainda dormia. – Bom dia, Vossa Alteza. – Se afastou e começou a andar pelo quarto ao perceber que sim, eu já havia despertado.
-Bom dia. – Retribuiu e me levantei. De alguma forma, estava me sentindo estranhamente disposta. Acho que uma boa e longa noite de descanso me ajudou em algo.
-Parece que a Senhorita teve uma ótima noite de sono.
-Pelo visto sim. – Afirmei apenas
-Mas poderia ter me chamado. Eu teria lhe ajudado com o vestido, penteado, maquiagem, e a tomar um banho.
-Não precisava. Além disso, estava muito cansada, não queria fazer nada, a não ser deitar-me e dormir.
-Mas então vá tomar banho enquanto eu separo sua roupa. – Ela avisa.
-Está bem. – Falei relaxando enquanto tirava aquele pesado vestido, ele realmente incomodava para dormir, não irei fazer isso novamente.
Ao sair, Marli ajudou-me com o meu cabelo e rosto, onde ainda havia vestígios de maquiagem. Coloquei o meu uniforme de treino e segui para o Salão de Refeições, onde provavelmente, todos já me aguardavam. Naquele momento realmente não me importei em saber se estava ou não no horário.
Cumprimentei minha prima, meus irmãos, com quem por sinal não conversava a um bom tempo, os gêmeos Abhram e meus pais. Felix não havia chegado, por incrível que pareça, estava mais atrasado que eu.
Conversava com Daphne e Henry animadamente, já que eram os mais próximos de mim na mesa naquela manhã.
Felix chega abrupto e apressado, ele, ao contrário de mim, certamente havia perdido o horário. O mesmo já estava com suas roupas de treinamento. Sentou-se no lugar vago a minha frente.
-Perdeu a hora? – Perguntei enquanto desfrutava do meu desjejum.
-Foi sem querer. – Respondeu confirmando minha hipótese. – Parece animada. – Falou levantando seu olhar ao meu.
-Estou. Acordei disposta. – Respondi brevemente.
-Que bom. Veremos como se sairá nos treinos de hoje. – Soou desafiador com seu tradicional sorriso de canto.
-Veremos. – Disse retribuindo o olhar.
O resto do café da manhã foi rápido e cheio de conversas agradáveis, não parecíamos estar a um milímetro de uma guerra eminente, mas hoje eu não pensaria sobre isso, hoje, me concentraria em meus deveres e lições.
Pedi licença as pessoas restantes na mesa do café e me retirei.
Alguns minutos depois já me encontrava na sala de treinamentos. Estava positiva quanto ao dia de hoje, e não via a hora de depositar isso em algo, como em meus poderes, que eu mal podia esperar para usar.
Felix chegou logo após eu, Reynold, como sempre, já estava presente. Assim começou-se mais uma sessão de treinamentos estimulantes.
-O que é isso Grace? – Felix questionou ao ver minha maestria em derrota-lo.
Havíamos iniciado nossa primeira luta, e, mesmo sem ser algo relativamente "novo", fui eu quem ganhei dele sem muito esforço.
-O que? – Indago com uma falsa ingenuidade. – Minha incrível capacidade em ganhar de você? Ah, nada, apenas um dos meus diversos talentos. – Respondi com desdém e o mesmo revirou os olhos.
Após estes poucos segundos de pausa entre os diversos poderes que eram lançados entre a arena de treino, voltamos ao ritmo.
Felix acabou jogando uma bola de fogo praticamente em meus pés, o que me desiquilibrou. Mas antes de cair, sinto suas fortes mãos me segurando pela cintura, livrando-me da queda.
-Acho melhor não se vangloriar tanto, princesa. – Falou irônico.
Com meu cotovelo retirei sua mão da minha cintura e o virei para mim, onde o acertaria com um golpe do meu outro braço em seu rosto, mas o mesmo foi mais rápido segurando meus pulsos e deixando me imobilizada.
-O que é isso Grace? Consegue fazer melhor... – Ele me provoca, debochando da minha tentativa falha de o acertar.
Então, sem mais nem menos, faço com que a eletricidade percorra todo o meu corpo, me deixando de certa forma... fatal ao toque. O que acaba eletrocutando levemente Felix, o que me deu uma sensação enorme de vitória.
-Grace! – Ele me repreende ao começar a se recompor.
-Ah, não reclame querido, foi você quem pediu. – Falei cínica.
-Hoje você está engraçadinha, não? – Ele indaga sarcástico.
-Sempre fui. – Dei de ombros e seguimos para onde Reynold nos aguardava.
-Os dois estão melhorando. Grace, lembre-se de não focar apenas no seu inimigo, há também todo o resto do ambiente. E Felix, você o contrário, não tente usar apenas o que está ao seu arredor, e não se esqueça que seu inimigo não hesitara em te matar. – Reynold faz suas anotações a nós dois, que apenas assentimos, esforçando-nos para que aquilo penetrasse em nossa memória e não errássemos da próxima vez. – Estão dispensados, nos vemos amanhã. – Reynold fala, como sempre, sério e firme, com as duas mãos cruzadas para trás do corpo.
Eu e Felix seguimos juntos até onde os nossos corredores se separam, comentando sobre a aula e coisas que ambos devemos melhorar.
-Temos chances de ganhar, não temos? – Perguntei a Felix antes de seguir para o meu quarto.
-Claro que temos. Somos ótimos. – Ele afirma e eu assinto, expulsando aquela pequena insegurança de minha mente.
Sigo até meu quarto onde tomo um banho e já fico pronta para a recepção dos convidados que teremos a tarde.
Marli me ajudava apenas a abotoar o vestido quando escutamos uma batida na porta, ela termina de abotoar e atende, logo deixa a pessoas entrar, então vejo que se trata de Henry.
-Henry. – Digo surpresa ao vê-lo pelo reflexo do espelho, seguindo até ele e o abraçando.
-Isso era tudo saudade? – Ele debocha do meu forte abraço no mesmo.
-Para de ser bobo. – Disse revirando os olhos. – Então o que te trás aqui? – Pergunto sentando-me em meu divã.
-E eu preciso de um motivo para vir falar com a minha querida irmã? – Questiona incrédulo com o meu pensamento e eu apenas arqueio uma das minhas sobrancelhas. – Está bem, eu preciso de ajuda em algo.
-E é claro, você veio pedir para a pessoa mais sabia deste palácio, no caso eu, certo?
-Acho que errei o quarto então, deveria ter ido falar com Reynold. – Ele debocha e eu fecho o rosto, o que o fez rir por alguns instantes. – Ok, ok, eu preciso falar com você em algo que eu imagino que só você poderá me aconselhar. – Ele cede um tanto irritado pelo fato de eu estar certa.
-Eu te conheço irmãozinho, agora por favor, não me prive mais e conte-me de uma vez por todas.
-O que eu preciso falar, é algo completamente sigiloso, é a única pessoa que eu confio e que sabe sobre o assunto, entende?
-Ainda não, mas estamos chegando lá... – Respondo como forma de incentivo para que ele fale logo o que quer que seja.
-Você precisa prometer que não vai surtar, gritar, ou ter qualquer tipo de reação do gênero, combinado?
-Combinado.
-Meu Deus, eu me sinto um idiota falando isso. – Alisa os cabelos frustrado.
-Fala logo! – Apresso meu irmão.
-Como... – Ele respira fundo. – Como e-eu conquisto u-uma... garota? – Ele pergunta um pouco enrolado com vergonha de estar falando isso com a irmã mais velha.
-Ah meu Deus! – Falo pausadamente.
-Você prometeu que não teria reação. – Ele diz antes que eu surtasse.
-Mas... é sobre meu irmãozinho estar apaixonado! Abre uma exceção, por favor. – Praticamente imploro.
-Eu vou me arrepender disso, vai, pode surtar, solta esse grito oprimido. – Diz com desdém arrependido da própria escolha.
Eu comecei a gritar e a pular com ele. O mesmo permanecia com a feição fechada e ruborizada. Já eu continha um enorme sorriso que ia de orelha a orelha.
Como assim ele já está se apaixonando? E antes de mim?!
-Quem é a sortuda? – Falei ao me recuperar e voltar para o divã.
-Isso eu não posso contar. – Eu fico boquiaberta. – Ainda. – Ele acrescenta o que me reconforta.
-Por favor Henry, me conte, por favor. Eu nunca te pedi nada. – Peço encarecidamente a ele.
-Se você não tivesse surtado, talvez eu contasse, mas como surtou, acho melhor manter para mim isso, pelo menos por enquanto, não faço ideia de qual seria a sua reação ao saber quem é. E sim, você já me pediu diversas coisas, a literalmente dois minutos me pediu para poder surtar. – Ele fala apontando os meu erros no último pedido.
-Posso ao menos saber se eu a conheço? – Pergunto sugestiva.
-Sim, você a conhece. – Ele fala dando de ombros. – Agora sem mais perguntas sobre isso.
-Está bem. – Acabo me rendendo. – Agora no que precisa de ajuda? – Pergunto por fim.
-Como eu devo agir com ela? – Pergunta sem me olhar nos olhos, mas não o questionei, sei o quanto é difícil aceitar e entender seus sentimentos, principalmente falar sobre eles. Sem contar que é sobre Henry que estamos falando, um dos garotos mais tímidos e que mais esconde o que sente em todo esse mundo.
-Seja você mesmo primeiramente. Não seja grudento, nenhuma mulher gosta disso. – O alertei seriamente. – Seja cavalheiro, gentil e educado. Porém não fique muito rendido por ela, isso vai te fazer parecer muito fácil. A trate como a melhor e mais especial pessoa no mundo, mas também lhe de seu próprio espaço. E não se preocupe, seu humor o ajudará muito na hora de flertar. – Digo a ele.
-Igual como o Felix faz com você? – Ele questiona com um sorriso malicioso.
-Sim. – Respondo sem pensar, então me dou conta. – Quer dizer, não! Eu falei sem nem ter escutado a pergunta. Não, com certeza não. Eu e o Felix não flertamos. – O asseguro e ele apenas ri nasalmente.
-Sei... – Fala ainda desacreditado.
-Pergunte ao mesmo. Somos bons amigos, e parceiros agora. – Afirmo ao meu irmão.
-Eu não discordei de nada, é você que está na defensiva. – Ele fala comprimindo um sorriso travesso o que me faz jogar uma almofada em sua cabeça. – Grace?! Qual é o seu problema?!
-Você. – Respondo com um sorriso cínico. – Eu não posso te eletrocutar, então pelo menos posso tentar te machucar com isso. – Aponto para a almofada no chão.
-Sim, e eu amo que você faça isso. – Ironiza.
-Amaria muito mais se meus poderes funcionassem e você. – Falo maquiavélica e o mesmo me lança um olhar cínico.
-Melhor irmos para o almoço antes que eu morra pelas sua mãos. – Debocha se levantando e eu o acompanho. – De qualquer jeito, obrigado. – Ele fala ao sairmos do quarto e percebi a sinceridade em seu olhar.
-Você é meu irmão, pode pedir ajuda com o que quiser. – Asseguro-lhe com um sorriso dócil sem mostrar os dentes.
No caminha ao Salão de Refeições, encontramo-nos com Daphne e Alicia que vinham dos jardins.
-Meninas. – Disse abraçando cada uma. – O que estavam fazendo?
-Nada, só passeando. – Alicia responde leve como sempre. – Estão indo para o Salão de Refeições? – A mesma pergunta e eu e meu irmão afirmamos com a cabeça. – Os acompanharemos então. – Ela fala indo ao lado de meu irmão, ficando entre eu e ele, enquanto Daphne ia ao meu direito, permanecendo na ponta.
-E como você está, digo, com o Peter? – Perguntei, pois, fazia tempos que não falávamos sobre esse assunto em específico.
-Estamos indo cada vez melhor. – Ela afirma com um sorriso tímido e bochechas coradas.
-Fico muito feliz. – Falei apertando sua mão tentando demonstrar minha alegria genuína pela minha prima.
-Eu também. – Ela não consegue conter outro sorriso. Está realmente apaixonada. – Te contarei em mais detalhes mais tarde, está bem? Já estamos chegando no salão. – Ela avisa apontando com o olhar as grandes portas que dão para o Salão de Refeições.
-Irei cobrar. – A aviso lhe lançando uma piscadela.
Adentramos nós quatro no salão, onde meus irmãos mais novos, meus pais, os pais de Felix, meu tio, Reynold, Peter, e o próprio Felix, estavam. Os dois, Felix e Peter, conversavam juntos em um tom baixo, porém energético.
Henry se sentou a frente dos outros dois meninos e foi introduzido na conversa. Enquanto eu e as meninas nos sentamos também próximas umas das outras.
Foi um almoço descontraído e animado. Muitas risadas eram ouvidas pelo local.
Jamais imaginaria que estávamos em uma situação tão complicada e tão angustiante. Ontem mesmo eu estava preocupada, e hoje? Estou serena, leve e segura. Irônico, não?
Após este excepcional almoço, tivemos um pequeno intervalo de uma hora até os convidado chegarem.
Hoje chegariam alguns dos nossos aliados que vieram nos dar apoio em toda essa situação. Eles se hospedariam por uma semana, se não me engano. E é claro, eu e Feliz precisávamos estar presentes para este momento, afinal, estão aqui por nós.
Meus pais os recepcionaram primeiramente, os acomodando em seus quartos e lhes deixando tudo o que precisassem a disposição. E então, lhes deram privacidade para descansarem e se arrumarem até as quatro horas, que seria o horário da nossa pequena recepção apenas com as pessoas mais relevantes para o momento. O primeiro-ministro, e os demais que tinham grande importância no parlamento. Alguns senadores e deputados. Os monarcas de Hallstatt. O general, meu tio. E é claro, a comitiva dos visitantes. Sem contar a presença minha, do Felix, dos gêmeos Abhram e de Daphne.
Infelizmente, por meu irmão não ter completado dezoito anos, embora vá completar em poucos meses, ele foi deixado de fora da recepção, alegaram que seria algo para adultos. Gostaria de sua presença, porém não insisti ou discuti, já que ele mesmo se pôs a favor dessa decisão.
Vestia um vestido azul marinho, simples e sem muito enfeites. Era justo em minha cintura e tronco, tornando-se um pouco mais rodado na saia. Seu cumprimento ia, mais ou menos, até um pouco abaixo dos meus joelhos. Usava apenas brincos e pulseiras com apenas algumas minucias o que as tornavam especiais.
Daphne e Alicia usavam o mesmo modelo de vestido. As cores eram amarelo pastel, nada berrante, e creme, respectivamente. Porém o de Daphne havia mangas até os pulsos, e o de Alicia com mangas apenas na clavícula, deixando seus braços expostos, e o meu com mangas no estilo bufante nos ombros.
Combinamos de nos encontrar no corredor para seguirmos juntas até a recepção, e após muitas trocas de elogios e um pouco de conversa fiada, seguimos até a sala onde seria feita a recepção.
Se encontrava na área sul do palácio, a parte que mais batia sol e que dava de frente com os jardins. O salão era grande, mas não tanto quanto o Grande Salão, que era especial para bailes, contudo, ocupou perfeitamente todas as pessoas convidadas. Este era menor e com uma decoração diferente, o tema mais primaveril, cheio de flores por todo o espaço. Grande e altas janelas no estilo francês cercavam todo o lugar. Realmente é o melhor salão para se dar uma recepção dessas a esta época do ano. Confesso ser o meu salão preferido.
Uma bela e deleitosa música era escutado ao fundo, aclimatando o ambiente.
Ao chegarmos fomos prontamente recebidas pelos meus pais, que não esperaram para nos apresentar aos ministros que conversavam anteriormente.
Após alguns minutos já havíamos sido apresentadas a todos, o que significava que poderíamos ficar em paz conversando entre nós sem sermos descorteses.
Nos juntamos em um canto do salão onde parecia não haver tantas pessoas como no centro. Não demorou para que Peter e Felix se aproximassem de nós.
-E aí? Como foram as apresentações? – Felix perguntou sarcástico a nós três.
-Melhor impossível. – Daphne respondeu fingida.
-Como se livraram dos cumprimentos? Não vi vocês conversando com ninguém. – Alicia observou e questionou os dois, o que fez com que eu e Daphne nos virássemos para eles no mesmo instantes, com feições interrogativos de como conseguiram tal façanha.
-Felix e eu fomos inteligentes o suficiente para sermos os primeiros a chegar depois dos seus pais. – Peter direciona-se a mim ao falar. – Então toda vez que alguém chegava, já éramos apresentados e conversávamos. Assim era mais fácil de lidar, pequenos grupos são a melhor tática ao invés de enfrentar tudo isso de uma vez. – Ele explicou.
-Tudo bem, pode elogiar. Foi brilhante, não? – Felix assegura se gabando.
-Embora odeia admitir, foi mesmo. – Disse cedendo e dando de ombros.
-Por que Henry não veio? – Alicia pergunta após alguns minutos de conversa.
-Ele, aparentemente, não é adulto, já que não completou 18 anos. E essa recepção seria algo mais sério, apenas para maiores de idade. Não era digno de "crianças". – Fiz aspas com os dedos explicando a todos e eles apenas assentiram.
A recepção durou quase três horas. Parece que esses monarcas têm realmente muito o que resolver. Não fiquei presente todo esse tempo, é claro. Eu e meus amigos fomos em bora bem antes. Quando conseguimos escapar, decidimos ir até a biblioteca onde poderíamos nos divertir de uma forma mais livre, sem precisarmos olhar nossa postura, nossa educação, e todas essa regras que prendem pessoas como nós.
-E então? Como os dois estão com tudo isso de competição e arena? – Peter pergunta e logo recebe um olhar mortal da irmã. – O que-? – Ele questiona não entendendo, mas ela o corta novamente.
-Entenda Peter querido, que talvez não seja legal falar sobre isso, ok? Tem coisas que não precisam ser ditas para serem entendidas. – Ela diz a ele e eu acabou rindo da situação.
-Não se preocupe. Eu não me importo de falar. – Disse dando de ombros sem me importar. – Eu estou melhor. No início eu estava aflita e agoniada, estava preocupada com toda essa pressão e chance de morrer, é claro. Mas agora estou mais despreocupada. Claro, eu entendo a importância de tudo isso, porém tento, para o meu próprio bem, esquecer sobre assunto a maior parte do tempo, ou acabarei indo à insanidade. – Ri nasalmente em minha última fala.
-E você, Felix? – Daphne volta-se a ele também curiosa para ouvir sua opinião.
-Eu também entrei em um baque de realidade no início. Sabem, não parecia real. Não podia ser. E eu fiquei muito nervoso, devo confessar, quando nossos pais sugeriram isso. Parecia que eles queriam sacrificar os próprios filho em troca de um pedaço de terra. Mas depois a Grace me explicou e acabou me convencendo. E desde então tenho estado mais tranquilo. Tenho muita fé de que venceremos. Somos realmente bons. E além de tudo, temos vantagem, eu estou na equipe. – Falou com humor apontando para si mesmo no final aliviando o clima e fazendo todos os presentes rirem com tal afirmação.
O assunto sobre a competição acabou aí e então seguimos para o próximo assunto aleatório.
Foi um fim de tarde agradabilíssimo. Fiquei feliz por Felix estar cada vez mais próximo do meu grupo de amigos, digo, ele está se enturmando e isso é bom.
Saímos da biblioteca imensa do palácio quando já era a hora do jantar. Dessa vez tínhamos muitos convidados e as outras mesas do Salão de Refeições estavam postas.
Conversa e risadas soavam por todos o salão. O clima estava de festa, embora isso estivesse longe da realidade. Pelo menos, temos todos nos distraído neste dia.
Ao voltar para o meu quarto decidi ler um pouco. Fazia tempos que eu não pegava um bom romance e relaxava até altas horas fascinada em ler mais um capítulo.
No final, acabei ficando cansada de mais para terminar o livro, e, ao olhar o relógio, percebi que já fazia quase cinco horas que eu estava lendo. Realmente não havia me dado conta.
Já eram duas da manhã, e eu não teria energia no dia seguinte, precisava dormir o quanto antes possível.
Guardei o livro e segui para a minha cama que eu mesma já havia arrumado. Não gosto de chamar nenhuma criada, nem mesmo a Marli, este horário e para algo tão insignificante, além disso, acho que eu consigo arrumar minha própria cama.
Fechei os olhos e, mesmo tendo demorado um pouco, consegui pegar no sono antes do que o esperado.
Finalmente descansando meu corpo e minha mente por completo adormecendo.






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O Preço da CoroaWhere stories live. Discover now