Be Your Everything

由 bmt5hh

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[FINALIZADA] Existem muitas definições para o amor. Uns dizem que amor não existe sem sacrifício. Outros dize... 更多

Capitulo 1 - Someone different
Capitulo 2 - Unexpected
Capitulo 3 - Smile
Capitulo 4 - Speeechless
Capitulo 5 - Little note
Capitulo 6 - Friend
Capitulo 7 - Idiot
Capitulo 8 - Goodnight kiss.
Capitulo 9 - First kiss
Capitulo 10 - Kiss me
Capitulo 11 - Picnic
Capitulo 12 - Bad Day
Capitulo 13 - Distraction
Capitulo 14 - I promise
Capitulo 15 - Sinu
Capitulo 16 - Good night
Capitulo 17 - Love
Capitulo 18 - Gift
Capitulo 19 - Girlfriend
Capitulo 20 - No way
Capitulo 21 - Chasing pavements
Capitulo 22 - Parents
Capitulo 23 - Bath
Capitulo 24 - Why?
Capitulo 25 - Fuck it
Capitulo 26 - Lego house
Capitulo 27 - Keep calm...
Capítulo 28 - New chapter
Capítulo 29 - Heartache
Capítulo 30 - Incident
Capítulo 31 - Shit!
Capítulo 32 - Normal
Capítulo 33 - Not you, Lo.
Capítulo 34 - Same thing
Capítulo 35 - Take me into your lovin' arms
Capítulo 36 - Decision
Capítulo 37- Angel
Capítulo 38 - You can kiss me right now
Capítulo 39 - Do you love me?
Capítulo 40 - God help me.
Capítulo 41 - It's a good day, Camila.
Capítulo 42 - Something is going on...
Capítulo 43 - Fucking perfect
Capítulo 44 - Jealous
Capítulo 46 - Freak
Capítulo 47 - How I Met Your Ex Girlfriend
Capítulo 48 - Something about love
Capítuo 49 - One Month
Capítulo 50 - Hickey
Capítulo 51 - The nightmares in my head are bad enough
Capítulo 52 - Don't cry (parte 1)
Capítulo 53 - Don't cry (parte 2)
Capítulo 54 - Hello beautiful
Capítulo 55 - That day
Capítulo 56 - Home.
Capítulo 57 - Lucky
Capítulo 58 - Prom?
Capítulo 59 - Happy birthday, Camila
Capítulo 60 - Lavenders
Capítulo 61 - Back at one
Capítulo 62 - Foreboding
Capítulo 63 - San Miguel
Capítulo 64 - Nightmare house
Capítulo 65 - The Visit
Capítulo 66 - Bad dream?
Capítulo 67 - Reality sucks
Capítulo 68 - Grey
Capítulo 69 - Space is just a word
Capítulo 70 - Is everything okay?
Capítulo 71 - Time
Capítulo 72 - Give me love
Capítulo 73 - Back to normal
Capítulo 74 - Dinner
Capítulo 75 - New conquests
Capítulo 76 - Our song
Capítulo 77 - Porn
Capítulo 78 - Camp pt. 1
Capítulo 79 - Camp pt. 2
Capítulo 80 - Camp pt 3
Capítulo 81 - Accounting
Capítulo 82 - Just a long day
Capítulo 83 - College
Capítulo 84 - Trouble in paradise
Capítulo 85 - Necklace
Capítulo 86 - A drop in the ocean
Capítulo 87 - We need to talk
Capítulo 88 - Fresh start
Capítulo 89 - A big step
Capítulo 90 - Hero
Capítulo 91 - Please be mine
Capítulo 92 - Graduation
Capítulo 93 - Forgiveness
Capítulo 94 - Honeymoon
Capítulo 95 - Change of plans
Capítulo 96 - Complicity
Capítulo 97 - Freddy
Capítulo 98 - Ready
Capítulo 99 - Fear
Capítulo 100 - Results
Capítulo 101 - I'm not afraid
Capítulo 102 - Sunday, bloody sunday
Capítulo 103 - Working it out
Capítulo 104 - The f word
Capítulo 105 - Problem
Capítulo 106 - Don't be afraid to be scared
Capítulo 107 - Doctor
Capítulo 108 - Twins
Capítulo 109 - Be Your Everything

Capítulo 45 - Breaking the rules

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由 bmt5hh

Camila POV

Encarei o meu desenho, avaliando se estava bom ou ruim. E pela primeira vez percebi que não tinha como julgá-lo, classificá-lo. Porque?

Porque eu nunca tinha desenhado aquilo antes.

Passei quatro dias trabalhando nesse desenho e agora que o terminei, não sabia dizer se era digno de rasgar a folha e ir para o lixo ou deixá-lo no lugar. Suspirei, me remexendo no banco e fechando meu caderno de desenhos. Fechei os olhos o máximo que consegui, buscando na memória o dia em que Lauren me levou no lago. Foi isso que eu tentei desenhar, mas os detalhes não estavam claros na minha mente. Nunca tinha tentado desenhar nada diferente e provavelmente não iria tentar tão cedo.

Peguei meu celular e suspirei, verificando a hora. Abri o caderno de desenhos de novo em uma página nova, começando os desenhos de sempre. Então eu percebi que mudar era sempre um problema e eu não estava falando apenas da minha condição. De quase tudo. Inclusive meus desenhos, mudar era um problema para mim. Fechei o caderno novamente, frustrada com essa nova percepção e consultei o horário de novo.

Que droga.

Já passava das onze horas da noite e Lauren ainda não havia chego. Ela mandou uma mensagem dizendo que não iria conseguir chegar a tempo do jantar e que estava muito ocupada, por isso iria chegar bem mais tarde que o de costume. Não que eu desconfiasse sobre ela estava falando a verdade nem nada disso. Eu apenas estava nervosa e muito preocupada com Lauren em cima daquele veículo mortífero a essa hora da noite.

Estava ficando um pouco frio, mas eu não me preocupei em entrar. Gostava de ficar no quintal, sentada naquele banco de madeira, apenas curtindo o silêncio e relaxando. Já havia tomado banho e estava até de pijama, apesar de não estar com sono. Suspirei sozinha e peguei meu celular, que estava com os fones conectados, então dei play no aleatório e Hozier começou a cantar Sedated.

Acho que eu sou a única pessoa do mundo que gosta das músicas que o aleatório escolhe para tocar.

Peguei o livro que eu estava lendo mais cedo, antes de criar coragem para terminar o desenho e abri na página que havia parado. Não estava com um pingo de sono, apesar de já estar realmente tarde. Acho que em parte era porque amanhã seria sexta e eu iria visitar a clínica. Nunca ficava calma quando essas coisas aconteciam, nunca.

Fechei os olhos, tentando livrar essas imagens de minha cabeça e larguei o livro de lado quando Lauren passou pela porta dos fundos com o cenho franzido, como se procurasse alguma coisa. Podia ver, mesmo de longe, o quão cansada ela parecia estar. Larguei os fones e o livro em cima do banco, indo na sua direção ao mesmo tempo que ela notava que eu estava ali.

- Oi. – Disse baixinho quando me abraçou. – Tudo bem com você? –Perguntou quando eu escondi o rosto em sua camisa.

- Sim. Só estava com saudade e preocupada com você. – Lauren beijou o topo de minha cabeça e me apertou um pouco mais.

- Eu to bem, relaxa.

- Não gosto quando você fica até tarde na rua. – Confessei, involuntariamente fazendo um bico que Lauren fez questão de beijar.

- Não estava na rua, princesa, eu estava na livraria.

- Não importa. É tarde do mesmo jeito, é perigoso do mesmo jeito e você estava longe de mim do mesmo jeito. – Lauren deu um beijo na ponta do meu nariz.

- Você é uma gracinha preocupada comigo, sabia? Mas eu sei me cuidar, ok? – Lauren disse e depois beijou minha testa.

- Hm, ok. – Falei soltando-a. – Vem, você deve estar com fome. Seu prato está pronto, só vou esquentar no microondas. – Puxei Lauren pela mão até chegarmos na cozinha, onde ela sentou em um dos bancos e apoiou os cotovelos no balcão, bocejando. – Muito trabalho, amor? – Indaguei depois que voltei do quintal porque tinha ido buscar meu livro, meu caderno e meu celular.

- Pra caralho. – Lauren revirou os olhos. – O babaca do Matthew faltou hoje, adivinha quem se fodeu o dia todo sozinha naquela merda de depósito carregando caixa de livro pra lá e pra cá? Eu. Tomar no cu esse chefe babaca. – Dei a volta no balcão e beijei sua bochecha.

- Calma, Lo. – Falei me sentindo um lixo porque sabia que Lauren não estaria tendo que passar por nada disso se não fosse por minha culpa. Se ela não tivesse brigado com os pais (por minha causa) nada disto estaria acontecendo. – Me escuta. Você vai jantar, depois vai tomar um banho bem quentinho e vai dormir, ok? Assim você descansa. – Dei um selinho nela.

- Posso dormir com você? – Indagou quando nos separamos.

- Claro.

- Como foi seu dia? – Perguntou bocejando e apoiando o queixo na mão enquanto eu ia abrir o microondas que havia acabado de apitar.

- Foi bem. – Respondi abrindo a geladeira. – Quer dizer, na verdade a Hailee e uma amiga dela, Ally, sentaram perto de mim. – Enchi um copo com refrigerante e levei os dois para ela, do outro lado do balcão.

- Obrigada. – Disse pegando o garfo. – Mas elas falaram contigo?

- Sim. Só que... Eu não fiz nada. Apenas fiquei lá,escutando elas conversarem. – Contei, encarando o balcão.

- Isso é ótimo, sabia? Eu to orgulhosa de você. Muito orgulhosa. – Sorri ao ouvir Lauren falar daquele jeito. Gostava de fazer coisas que deixassem ela e minha mãe felizes. – Pensando em amanhã? – Perguntou quando viu que eu não falei mais nada.

- É, mais ou menos isso. – Respondi cabisbaixa.

- O que foi? Fala comigo, princesa.

- Não sei, Lo. É só que... Tem que dar certo, sabe? – Ela assentiu.

- Pequena, me escuta. Você não precisa colocar toda essa pressão em cima de si mesma, ok? Isso só piora as coisas, quer dizer, não fica pensando que tem que dar certo. Vai dar certo se tiver que ser. E se não for ou alguma coisa der errado, a culpa não é sua. Eu vejo o quanto você tem tentando nesses últimos meses. Tem tentado bastante e não há palavras no mundo que expressem o quão orgulhosa eu fico quando vejo você tentar. Porque o que importa, no fim das contas, é que você tentou. Se deu certo ou errado, é apenas uma consequência. Tentar por si só já significa que você ao menos tem força de vontade para ir atrás do que quer, então já é um avanço. Por mais que você não ache isso ou pense que eu só estou falando para que você não fique triste, não, não é nada disso. Isso é o que eu acho e sei que é verdade depois de tantos meses de convivência com você. E, quer saber? Eu amo você por tudo isso. – Grudei nossas testas enquanto algumas lágrimas escorriam pelo meu rosto. – Amo você pelos motivos mais insanos e sem sentido, amo você pelos seus erros, seus acertos, amo você simplesmente porque você é você. Não que eu ache que isso tudo vá mudar de repente só porque eu disse todas essas coisas, é só que a única coisa que eu tenho a oferecer a você é amor de todas as formas que eu conheço e todo o meu apoio pra ajudar você a passar por tudo isso hoje, amanhã, depois e todos os dias da minha e da sua vida.

Não sabia se ela já tinha terminado de falar ou não, apenas pousei meus lábios sobre o dela, sem capacidade alguma de formar uma resposta a altura. Depois Lauren me colocou no colo e eu me encolhi, sentindo-a acariciar meus cabelos.

- Meu amor, não chora. – Disse quando eu funguei.

- Não to chorando de tristeza. – Expliquei. – É só que... Você é a melhor coisa que já me aconteceu, eu não me lembro de ter feito nada de tão bom na vida pra merecer você.

- Olha... – Lauren disse secando minhas lágrimas. – Claro que são pouquíssimas as garotas do mundo que tem o privilégio de serem dignas de Lauren Michelle Jauregui, mas... – Dei um tapa no braço dela, rindo.

- Sua idiota! – Falei ainda rindo.

- O macho dessa casa já chegou? – Minha mãe perguntou entrando na cozinha. Eu e Lauren franzimos o cenho tentando imaginar quem diabos podia ser o macho dessa casa até que eu percebi que minha mãe estava falando de Lauren e desatei a rir, junto da minha mãe. Ambas ríamos expressão confusa de Lauren.

- Gente, do que vocês estão rindo? – Perguntou enfiando a última garfada de comida na boca.

- De você. – Respondi ainda rindo. Lauren fechou a cara quando entendeu.

- Olha, vocês são duas ridículas, isso que vocês são. – Falou levantando e colocando o prato e o copo na pia. Ela abriu o registro da torneira para começar a lavar o prato, quando minha mãe a impediu.

- Não, querida, deixa que eu lavo isso pra você. – Lauren franziu o cenho, estranhando a atitude. – Então... – Minha mãe começou a falar. – Como está a minha querida norinha? – Perguntou para Lauren, que levantou uma sobrancelha.

- Tá bom, tia, se você quer alguma coisa, a hora de falar é essa. – Minha mãe se fingiu de ofendida.

- Isso é um absurdo, eu não acredito que você possa acreditar que eu sou tão interesseira a esse ponto. – Lauren cruzou os braços, olhando para minha mãe fingindo irritação. A cena era hilária, eu só sabia rir naquele momento. – Mas olha, já que você se ofereceu, eu preciso muito que você arraste a minha cômoda de lugar, porque meu anel caiu lá embaixo e eu não consegui pegar. – Lauren revirou os olhos.

- Adiantaria eu dizer que não vou arrastar nada? – Minha mãe negou com a cabeça. – Ok, eu já volto. – Lauren sumiu pela porta da cozinha e eu arrastei meu caderno de desenho até mim, na intenção de já ir adiantando aquele desenho que eu tinha começado lá fora, antes de Lauren chegar. Mal havia acabado o esboço, na verdade.

Depois de lavar o prato e o copo, minha mãe foi buscar seu notebook e sentou, começando a mexer em algo. Lauren apareceu na porta da cozinha quinze minutos depois, ligeiramente suada e com um anel na mão, que ela colocou do lado do notebook.

- Tá aqui o seu precioso, Gollum. – Disse para minha mãe, que ignorou a piadinha, levantou e beijou a bochecha de Lauren.

- Obrigada, nora mais linda desse mundo.

- Tia, eu já peguei o anel. Sem bajulação escrota, ok?

- Vá se foder, Lauren. – Disse, rindo.

- Bem melhor assim. – Lauren bocejou de novo. – Olha, eu vou dormir, to morta de cansada hoje.

- Amor, me espera, eu vou com você. – Falei recolhendo o resto das minhas coisas de cima do balcão.

- Pra que esse fogo todo? – Minha mãe interrompeu e eu fiquei vermelha na hora. – Espero que seja somente pra dormir. Do verbo deitar e fechar o olho.

- Claro que é. – Lauren respondeu esfregando os olhos.

- Apesar de que né, do jeito que a Lauren tá com sono, Camila, nem se você quisesse. Sabe, é bom pra já ir acostumando. Tipo quando eu tinha a sua idade e ia dormir na casa do meu namorado, na época, daí eu fazia toda aquela surpresa, colocava uma camisola transparente e uma langerie sexy, ele dizia que eu estava linda e virava para dormir. Nunca fui tão humilhada em toda a minha vida, e olha que não aconteceu uma vez só não. Acho que aquele garoto tinha problema de ereção. – Minha mãe deu de ombros enquanto eu ficava estupidamente vermelha por minha mãe estar contando sobre a intimidade dela com os namorados e Lauren quase dormia em pé. –Mas quem liga, né? Lauren não tem um pinto mesmo. Ainda bem, né? Porque ela é menina. E se ela fosse menina e tivesse um pinto, seria muito estranho. Seria quase... De outro mundo. – Ela se levantou e bateu no ombro de Lauren, que tinha o cenho franzido e bocejava de novo. – Lauren, nunca pensei que fosse dizer isso, mas to feliz porque você tem uma vagina.

- Agradeça ao cromossomo X. – Lauren respondeu rindo um pouco.

- Gente... – Falei achando que tinham tacado álcool e fogo nas minhas bochechas. – Isso é sério?

- Apesar que eu não consigo imaginar como se transa sem um pinto. Quer dizer, existem pintos de borracha, mas... Lauren, nem pense em usar um pinto de borracha na minha filhinha, você está entendendo? – Lauren franziu o cenho.

- Pinto de borracha? Isso nunca passou pela minha cabeça, cruz credo. – A expressão de minha mãe mudou no mesmo segundo.

- Então você quer dizer que nunca pensou em pinto de borracha, mas já pensou em tirar a pureza da minha filha? Sua pervertida dos infernos!

- Tia... Eu preciso dormir. – Lauren disse bocejando pela décima terceira vez, como se minha mãe não tivesse dito nada.

- Você pode ir dormir, só me responde isso. Como faz pra transar sem um pinto? Não que eu queira, é que a curiosidade é mais forte que eu. – Eu queria muito me enfiar debaixo do balcão da cozinha e só sair de lá quando estivesse surda ao escutar Lauren explicar... Aquilo.

- Tia. – Lauren segurou os ombros de minha mãe e eu via que suas bochechas também estavam vermelhas. – Dedos. Língua. Espero que tenha entendido e que tenha uma ótima noite. – Falou me puxando pela mão para sair da cozinha.

- Lauren, espera, rapidinho. – Lauren parou onde estava e se virou para minha mãe. – Sério agora. Eu preciso chegar mais cedo amanhã no trabalho porque meu chefe organizou uma grande reunião e eu vou ajudar ele a preparar tudo, então não vou poder levar ela na escola. Você pode levar?

- Posso, claro. – Respondeu me lançando um olhar fofo por um segundo antes de voltar seu olhar a minha mãe.

- Tudo bem, obrigada. – Lauren bocejou de novo. – Vão dormir, meninas. Eu vou terminar um trabalho aqui no note e já vou também.

- Boa noite, mãe. – Falei subindo as escadas logo atrás de Lauren depois de beijar-lhe a bochecha.

Lauren foi tomar banho e eu, como já estava de pijama mesmo, fui para o quarto e Lauren e ascendi a luz, reparando na bagunça que aquilo estava. Não iria conseguir fazer muita coisa, mas catei todas as roupas que estavam espalhadas pelo quarto, penduradas na cadeira do computador, na maçaneta, por cima da cômoda e joguei todas no cesto de roupa para lavar, aquilo por si só já deu uma boa organizada. Sua cama era pura bagunça então eu troquei os lençóis e a fronha dos travesseiros, troquei o edredom e coloquei tudo pra lavar também.

Bem melhor assim.

Deitei na cama que eu havia acabado de arrumar e me cobri, esperando Lauren aparecer. Ela logo entrou no quarto esfregando os olhos e começou a revirar as gavetas da cômoda.

- Lo... O que você tá procurando?

- Meu carregador. Meu celular tá descarregado e eu não sei onde enfiei essa bosta. –Ri pelo nariz da cara fechada dela procurando o objeto. Uma gracinha.

- Lo, quero fazer uma pergunta. Pode?

- Claro, princesa.

- O que é uma ereção? – Fiquei um pouco envergonhada quando perguntei isso em voz alta, quer dizer, minha mãe tinha falado sobre isso e eu sabia que era algo meio... Impuro, mas fiquei curiosa.

- Olha, amor, não que eu seja especialista em anatomia masculina, mas até onde eu sei, ereção é quando o homem fica excitado, ou seja, quando o pênis fica rígido. Algo assim. – Ela deu de ombros e eu corei tão violentamente com a resposta que considerei não falar mais nada. – Achei essa porra! – Disse tirando o carregador de uma gaveta e pegando seu celular.

- Lo...

- Hm?

- Você já... Com homens? – Perguntei mais vermelha do que um tomate. Lauren fez uma careta engraçada de nojo enquanto deitava do meu lado.

- Não, credo, tá amarrado. Que horror, nem morta. – Eu ri e Lauren bocejou de novo.

- Meu anjo, dorme, você tá com sono. – Apaguei a luz do abajur.

- Só vou dormir depois que ganhar um beijinho. – Selei nossos lábios e Lauren me puxou para deitar no ombro dela.

- Dorme bem, amor. – Falei sentindo-a depositar um beijo no topo de minha cabeça e já pressentindo que seria daquelas noites que eu mal conseguiria dormir por conta de amanhã. Que ótimo.

- Eu amo você, princesa. Boa noite. – Beijei a bochecha dela e voltei a me deitar, me forçando a fechar os olhos, pelo menos.

Lauren com certeza já estava dormindo aquela altura e eu ainda acordada, depois do que eu calculava ser pelo menos uma hora e meia. Acordada, olhando para o escuro, tentando não pensar em amanhã, porque isso era a última coisa que eu precisava no momento. Era o que estava me deixando tão mal e me impedindo pelo menos de ter um sono descente.

Fiquei com sede e desci para beber um copo de água, então voltei para o quarto de Lauren o mais devagar que consegui, não queria fazer barulho para não acordá-la. Subi na cama com movimentos lentos e finalmente me deitei, puxando as cobertas devagar para me cobrir.

- Amor? – Ouvi sua voz sonolenta chamar. Eu sou uma anta mesmo.

- Te acordei, anjo? Desculpa.

- Tudo bem, amor. Você não dormiu ainda? – Perguntou tateando para me encontrar debaixo do edredom.

- Não. – Soltei o ar pesadamente.

- Vem cá, princesa. – Lauren me puxou para perto dela e começou a me fazer cafuné para ver se eu ficava com sono.

Não deve ser novidade que Lauren dormiu tentando me fazer dormir, mas pelo menos eu fiquei com sono. Então eu apenas fechei os olhos e tentei não pensar em nada, feliz por finalmente dormir. [...]

Eles estavam perto... Atrás de mim. Do meu lado. Na minha frente. Me fazendo tropeçar e cair todas as vezes que tentava me levantar ou correr. Eu suava e chorava descontroladamente, enquanto tentava fugir. Nada daquilo fazia muito sentido e nem precisava, eu só sabia que teria que fugir.

- Camila! – Um deles me chamou e eu fui empurrada no chão percebendo que havia uma parede atrás de mim. Não havia mais para onde correr. O choro não me deixava ver seus rostos... Diabos, eu estava em pânico. – Camila! Acorda logo, pelo amor de Deus. – Não entendia porque eles estavam me mandando acordar, acordar de que?

Até que um deles pegou meu braço e começou a sacudir repetindo que eu deveria acordar. Não entendia o que estava acontecendo, só queria sair logo daquele lugar, sumir, morrer, qualquer coisa que me fizesse ficar longe daquelas pessoas que eu mal conseguia enxergar o rosto. Além de tudo, estava escuro.

- Camila! – Escutei Lauren exclamar quando eu abri os olhos.

- Lauren? – Perguntei perdida, tudo o que eu enxergava era o escuro a minha volta. Minha respiração estava pesada, eu suava frio e sentia as lágrimas escorrerem pelo meu rosto por mais que não entendesse para onde aquelas pessoas haviam ido. – É você, Lauren?

- Sim, princesa. Sou eu. – Disse e eu senti um alívio absurdo quando seus braços me envolveram.

- Cadê eles? – Perguntei escondendo o rosto em seu peito. – Você mandou eles embora, Lo? – Comecei a chorar novamente, com a sensação de medo que senti lá dentro tomando conta do meu corpo.

- Só tem eu e você aqui, meu amor. Fica calma. – Respondeu baixinho afagando meus cabelos.

- Não, Lo. Eles estavam aqui, eu senti, eu... – Solucei apertando os dedos em volta do tecido da blusa dela.

- Você teve um pesadelo, minha princesa.

- Pesadelo? – Perguntei e Lauren confirmou.

- Sim, um pesadelo que já acabou. – Fechei os olhos, querendo bater minha cabeça na parede. Havia sido só a droga de um pesadelo estúpido, eu não deveria estar tão nervosa assim.

- Desculpa. Não queria acordar você. – Suspirei. – De novo.

- Shh, relaxa. – Lauren beijou minha testa. – Agora dorme, princesa. Amanhã você vai ter um longo dia, precisa descansar. – Obedeci e me ajeitei na cama, me sentindo com sono.

"Pelo menos isso", pensei antes de fechar os olhos e me concentrar em dormir pelo resto da noite. [...]

Narrador POV

Lauren acordou naquela sexta feira sabendo que ela daria sua moto para poder passar o resto do dia dormindo sem nenhuma obrigação. Já que isso não era uma opção, ela apenas arrastou seu corpo para fora da cama e foi em direção ao banheiro, esperando que um banho gelado pudesse acordá-la. Depois que se arrumasse, ela iria acordar Camila e ir fazer o café enquanto a menina se aprontava.

Não havia sido uma noite das mais fáceis, principalmente para Camila. Além do primeiro pesadelo, a menina ainda havia acordado três vezes no meio da noite, todas as vezes por causa de sonhos ruins. Lauren queria poder fazer alguma coisa para ajudar a menina a ficar mais calma, mas realizou que não havia nada que ela pudesse fazer.

Nada.

Xingou quando a água gelada bateu em seu corpo, despertando-a para a infinidade de pontos doloridos que haviam em suas costas e seus ombros. Não deveria ter feito todo o serviço do depósito da livraria ontem e queria muito mandar aquele gerente engomadinho se foder, mas infelizmente ela precisava do maldito emprego, que não era tão ruim assim desde que ela não precisasse fazer essas merdas.

Lauren saiu do banho e se enfiou dentro dos shorts jeans desfiados e da blusa xadrez preto e vermelha. Depois colocou seus coturnos. Havia sido a primeira roupa que ela encontrou no guarda roupa, não estava nem um pouco preocupada se a roupa que usava estava boa ou não. Só parou para se olhar no espelho quando foi escovar os dentes e foi quando decidiu que precisaria de um pouco de maquiagem e um pente de cabelo se não quisesse passar o dia todo parecendo figurante do The Walking Dead.

Quando deu um jeito na sua cara de morta e penteou os cabelos que nem gente, foi até o quarto acordar Camila, que parecia finalmente dormir em paz depois daquela noite conturbada. Se ajoelhou ao lado da cama e afastou os cabelos da menina do rosto, beijando sua têmpora esquerda.

- Princesa, acorda. – Sacudiu seu ombro de leve e Camila se remexeu. – Amor? Acorda. – Sacudiu a menina mais um pouco, que acordou.

- Já é de manhã? – A expressão sofrida que Camila fez quebrou Lauren completamente.

- É sim, pequena. – Respondeu acariciando as costas da mão da menina com o polegar. Camila enfiou o rosto dentro do travesseiro.

- Lo... Eu quero faltar a escola.

- O que? Por quê? – Lauren franziu o cenho e no segundo seguinte estava trincando os dentes. – Alguém fez alguma coisa com você? Se fez, me fala quem foi porque eu juro que eu...

- Amor. – Camila chamou, esfregando os olhos. – Ninguém fez nada comigo, tá bom? – Lauren se sentiu bem mais aliviada. – Eu só to cansada. Sei que você também está. – Ela mordeu o canto do lábio meio apreensiva, como se estivesse prestes a dizer alguma coisa proibida ou até mesmo um palavrão. – Vamos matar aula? – Ela ergueu as sobrancelhas como se para aumentar a intensidade do pedido e Lauren riu da fofura da situação.

- Como assim "vamos matar aula"? – Lauren se levantou, fingindo de ofendida. – Você está tentando me levar para o mau caminho? Isso é um absurdo!

- Idiota. – Camila riu e depois fez um biquinho. – Lo, não seja chata e responsável. Pelo menos não hoje, quer dizer, eu to nervosa por causa da clínica e eu não queria ficar mais nervosa indo a escola e eu ficaria menos nervosa ainda se você ficasse comigo. – Lauren coçou a cabeça, indo se sentar na beira da cama.

- Que chantagem barata, Camila. Nunca pensei que fosse ouvir algo assim vindo de você. – Resmungou brincalhona e passando a mão nos cabelos. Depois pegou Camila de cima da cama ainda que suas costas reclamassem horrores pelo esforço e colocou a menina no colo, afastando seus cabelos do rosto e ficou séria. – Olha, Camila, você sabe que sua mãe não está em casa e eu sou uma besta apaixonada por você que faz tudo o que você quer, mas se você acha que pode usar isso contra mim e acha que eu vou deixar você matar aula e eu vou matar a minha aula pra ficar contigo por conta disso, você está certíssima, vou trocar de roupa. – Lauren bicou seus lábios rapidamente, depois colocou Camila de volta na cama e foi tirar os jeans e os coturnos.

Camila riu baixinho na cama voltando a se embrenhar nas cobertas e logo Lauren apareceu usando uma blusa sem mangas branca e um short folgado azul. Ela entrou debaixo das cobertas também e Camila não hesitou em se aconchegar nela o máximo que conseguiu, sentindo seus braços a acomodarem melhor.

- Estamos quebrando regras, uh. – Lauren disse, com um meio sorriso. – Não é emocionante?

- Muito. Estou me sentindo incrivelmente rebelde aqui deitada nessa cama lutando pra não desmaiar de sono. – Camila disse e as duas riram.

- Ah, esqueci de falar. Troquei minha folga de amanhã pra hoje, porque eu não sei quanto tempo a gente vai demorar lá na clínica e eu faço questão de acompanhar você. – Lauren comentou e Camila pensou em responder que não precisava, mas precisava sim e ela não poderia estar mais feliz por isso.

- Obrigada, meu anjo. Vou me sentir bem melhor com você por perto. – Lauren sorriu ao ouvir Camila falar daquele jeito e beijou a boca da menina suavemente.

Depois nenhuma das duas disse mais nada, estavam cansadas demais para isso. Camila podia ainda se sentir nervosa para ir a clínica, mas ela sabia que dar certo ou não só dependia dela. Tentou se concentrar em coisas e pensamentos bons. Tentou buscar o sentimento de confiança que ela sentiu depois de saiu do consultório do Dr. Halphins.

Nada.

Decidiu desistir de tudo e voltar a dormir, afinal de contas, só iria visitar a clínica depois que acordasse. Por enquanto, estava livre de preocupações.

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