Capítulo Setenta e Quatro

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Finalmente eu entrei em casa, pela insistência de Helena sobre falar comigo eu acabei convidando para que entrasse também.

A casa estava vazia, eu fiz um café, enquanto existia um silêncio entre nós. Helena estava visivelmente incomodada, dava pra perceber por seus movimentos corporais.

Quando Helena tocou no assunto, foi o motivo de me fazer cuspir tudo o que estava engasgado na minha garganta.

Falei sobre tudo, desde o acidente de Mônica, e o desprezo que Helena me deu, quando eu tentei me suicidar para acabar com a dor em meu peito, no momento que eu mais precisei ela não estava la.

E eu lhe perguntava o que ela queria de mim a essa altura da vida. Por que não me deixa em paz? Porquê me atormenta dessa forma?

Eu não recebia respostas alguma, nem ler seus olhos poderia tentar já que ela os escondia atrás de oculos com lentes escuras. Helena me ouvia de cabeça baixa apenas.

— Aly, eu não tiro sua razão em nada... Mas talvez entenda o meu lado depois que eu lhe mostrar tudo.

—  Ok Helena, já que insiste então me diga o que lhe trouxe aqui num dia nublado como hoje?

Por reparar que o dia está revelando um sol tímido entre nuvens mais escondido do que pickles em bigmac, não deixo de me perguntar o porque dos óculos de sol. Algo que não vejo como um acessório tão necessário para o clima.

—  Andei pensando em tudo o que aconteceu e cheguei a conclusão que te devo mesmo umas respostas. Portanto, suba, vista uma roupa quero lhe levar há um lugar.

— Agora? — Pergunto surpresa.

— Neste mesmo instante. — Ela responde curta. 

— Tabom, eu vou me trocar. — Respondo.

—  Vista algo de cor neutra, nada que seja alegre. — Ela ordena. Helena está com uma cara de velório. E depois de pedir isso, eu hein, o que será que ela quer?


•°• ✾ •°•



— Helena porquê me trouxe aqui? — Eu  andava a passos relutantes ao seu lado. Meu coração estava acelerado, não seria o passeio que eu imaginei para nós hoje. Se soubesse jamais teria aceitado. — Helena... — A chamo mas ela não me direciona nenhuma palavra, nem um olhar se quer. Ela ainda mantém seus óculos em seu rosto.

Por fim depois de andar um bocado, Helena pára. Ela fica um tempo olhando para um pequeno espaço a sua frente.

— Pois bem Alice... — Ela pausa. — Aqui está a resposta para suas perguntas. Você se colocou em perigo por esta resposta então, eu tenho por obrigação acabar com isso de uma vez por todas.

— Mas eu não estou entendendo nada Helena, porquê me trouxe aqui? — Estou realmente confusa.

— Preste bem atenção ao nome esculpido nesta pedra. — Ela diz apontando para um ponto.

— Tayna Vitória da Silva Vale.

Leio em voz alta. E ao mesmo tempo gaguejante. Estou sem reação olhando para a lápide a minha frente. Um vento gelado envolve meu corpo e eu sinto um arrepio me consumir de imediato. Olho para Helena, e por detrás de seus óculos vejo lágrimas caírem.

VANILLA O Sabor Mais Doce   (CONCUÍDO)✔Where stories live. Discover now