Capítulo Trinta e Sete

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Chegamos ao shopping e os gemeos já estavam eufóricos pedindo para irmos para a playland. Helena queria sentar um pouco, mas ela sabia que suas crias não as deixariam em paz enquanto não estivessem nos brinquedos. O dia era deles, eles ditavam as regras.

Fomos para a fila comprar as fichas e logo depois, deixamos os pequenos se divertirem. Ficavam me chamando para ir com eles o tempo todo. Mas, muitos brinquedos eram apenas para bebês do tamanho deles.

- Vamos nesse, tia Lilice? - Pediu Pepe.

- Você pode ir mas, eu não. - Explico que pelo meu tamanho sou restrita.

- Você é do tamanho deles, claro que pode ir. - Helena fala divertida.

- Então, vamos Tia. A mamãe disse que pode ir... - Insiste Pepe.

- Não, meu anjo, sua mãe só está brincando com o meu tamanho. Eu realmente, não posso ir. - Tento explicar.

- Pode sim. Vamos... - Eu tive que pedir a moça que controlava o acesso dos brinquedos para dizer aos gêmeos que eu não podia ir naquele brinquedo. Só assim eles acreditariam, porque se dependesse da mãe deles, não acreditariam em mim. Essa Helena é uma moleca crescida. Agora, ela estava lá rindo da minha cara. Como é cínica.

- Bonito né, Dona Helena. - Me viro para ela com a mão na cintura.

- Sabia que você assim, brava com essa mão na cintura... - Helena se achega mais perto me envolvendo pela cintura, me puxando para perto de seu corpo. Eu olho fixamente para seus lábios rosados, sinto meu corpo esquentar na hora. Vontade de beijá-la ali mesmo no meio do parquinho. - Com essa mão na cintura... Fica parecendo uma xícara. Xícara de café! - Ela ri. Mano, eu mato essa mulher agora ou depois? Xícara de café? Ta de brincadeira comigo, né?

- Pára, Helena! - Sorrio sem graça.

- É sério. - Helena sorri. - Mas saiba que é a xícara mais linda que já vi. - Ela ousa me beijar com um Selinho. - A menor de todas, porém, a mais linda. - Helena gargalha. E eu me desvencilho dela, brava.

A tarde era agradável e estávamos nos divertindo. Um tempo depois, Helena fez uma pausa para o lanche. Depois voltaremos para brincar novamente.
Na hora dos comes e bebes, Helena quis puxar assunto sobre tudo o que estávamos passando. Ela falava baixinho.

Eu estava sentada ao seu lado, enquanto que Pepe e Dudu estavam sentados um do lado do outro em nossa frente

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Eu estava sentada ao seu lado, enquanto que Pepe e Dudu estavam sentados um do lado do outro em nossa frente. Auxiliavamos os dois a todo o momento para não derrubarem sua comida no chão.

Quando Helena puxava assunto, os dois olhavam para nós. Eu não queria dizer nada ali. Acho que não era apropriado. Então, não conversei muito.

As vezes, deixava ela sem resposta. Ela percebeu que eu estava meia incomodada e mudou de assunto. Falava sobre os brinquedos, ela ria da minha cara de medo ao ir na montanha russa minúscula e ainda assim eu sentia medo.

E ela estava certa, eu tava morrendo de medo. Para mim, era alto ainda. Os dois cuecas também, riam. Nem sei se eles entendiam as coisas como nós adultas, mas parecia que sim.
Depois, nós voltamos para os brinquedos, Helena soltou os pequenos na piscina de bolinha por algum tempo.

Sentamos em um banco em frente ao brinquedo. A gente ria para eles que ficava o tempo todo nos chamando para ir brincar. O brinquedo era imenso, teve uma hora que os meninos sumiram da nossa vista, Helena já começou a procurar por eles.

Eu pedi informações a controladora de acesso e ela me disse que eu poderia entrar lá para procurá-los pois o brinquedo era para adultos, também. Minha altura correspondia ao requisito. Eu entrei. Os achei dentro de um dos tubos, era fechado como eles se empolgaram lá dentro, não saíram mais.

Quando me viram chegando, os dois gritaram assustados e correram, eu gritei igual um leão ugindo, e corri atrás deles, os tubos eram grandes e largos o suficiente para aguentar adultos de ate 150 kilos. Bacana, vou brincar de pega pega com eles. So não dava para ficar em pé, dava para sentar, mas andar, apenas engatinhando.

Entre tubos, crianças e bolinhas coloridas os dois corriam desesperados na tentativa de fugir de mim, eu estava sorrindo muito com aquilo. A cara de medo deles era engraçada e divertida. Engraçado mesmo, foi quando todo mundo desceu escorregando por uma rampa.

Os pequenos afundaram mas bolinhas, e eu também, em seguida. Eles tentavam levantar para correr de mim mas não dava. Eu puxei a blusa de Dudu e ele caiu de volta, Pepe me jogava bolinhas na tentativa de me fazer soltar de Dudu. Eu entrei na brincadeira e fingia que as bolinhas era algo que me combatia como uma arma letal. Caiam entre bolinhas, gritavam e sorriam muito.

Era engraçado. Eu consegui agarrar os dois e afundá-los nas bolinhas. Eu estava morta. Depois os dois subiram em cima de mim, me prendendo embaixo do peso deles. Eu gritava pedindo ajuda.

Lá de fora, a mamãe sorria, pedindo para os cuecas não me matarem. Eu gritei de dentro pedindo para que Helena fosse me salvar dos cuecas.

- Vem mamãe, salvar Lilice. Vem... - Dudu gargalhava com um olhar desafiador para sua mãe.

- Eu vou pegar vocês dois e vou prender ali, hein. - A mãe ameaçava prender os filhos num cubo que parecia ser uma jaula. Eles riam e diziam que duvidava do que a mulher dizia. Helena falava que entraria lá e eles iam ver só.

- Como ousam desafiar a deusa Helena? Crianças insolentes! - De repente, a loira apareceu falando palavras medievais e os garotos saíram rapidamente de cima de mim, correndo cada um para um lado.

Foi engraçado porque nesse momento, correram e bateram de frente um com o outro. Caíram mas levantaram rapidamente entre gritos, falando para eles mesmos correrem de Helena, eu ri tanto que já não tinha força para levantar.
Helena me ajuda a ficar de pé.

- Agora, tia Lilice e eu vamos acabar com os dois viloeszinho peraltas! - Diz Helena se armando para pegá-los.

- É! Agora, os irmãos cuecas vão se ver com as heroínas, Lena e Lilice! Vão aprender que ser vilão, não compensa... - Eu digo enfatizando como uma super heroína dos quadrinhos. Helena olha pra mim e da risada. A gente tenta se manter firme mas a cena é hilária, ainda bem que o local está vazio. Era dia de semana, tinha apenas algumas poucas crianças, nós éramos as únicas adultas ali, adultas só que mais infantis que as proprias crianças.

Nós avançamos atrás dos pequenos com tudo. Subimos as escadas, escorregamos pelas rampas, escalamos cordas, caímos várias vezes, engatinhamos entre os tubos, por fim, pegamos os pirralhos. Até cairmos largadas, acabadas e cansadas submersas em bolinhas coloridas. Após recuperarmos nosso fôlego, era hora de ir embora.

O passeio foi maravilhoso. Eu precisava mesmo me distrair. Me diverti muito com a molecada, inclusive Helena, que é uma moleca crescida e eu estava descobrindo que a admirava ainda mais depois disso.

VANILLA O Sabor Mais Doce   (CONCUÍDO)✔Where stories live. Discover now