Capítulo Noventa e Quatro

123 31 37
                                    

⚠️ O capítulo contém 1.417 palavras⚠️

417 palavras⚠️

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.





— O quê os amores da minha vida estão fazendo?

— Mamãe chegou...

— Mami...

Meus pequenos terroristas estavam sentados no tapete, ao lado de Alice, usando o tablet em cima do centro no meio da sala de estar, assim que ouvem a minha voz, levantam as pressas e correm em minha direção.

Acabo de chegar em casa após meio período de trabalho na empresa.

— Nossos cuecas estão me ajudando com a leitura. — Alice abre um sorriso ao falar dos meninos que estão cada dia mais grudados nela. Eles amam passar o tempo com ela. Querem fazer tudo junto.

— Estão ajudando ou atrapalhando?

— Estão sabendo ler em braile bem melhor do que eu. Acredita?

— Engraçado, por que na escola, “neguinho” não sabe ler, ainda. Estranho, não?

Sorrio da careta dos dois. Que sabem mais palavras em inglês e francês do que a própria língua nativa. Agora, estão sabendo até ler em braile? Vai entender o modo de aprender do cérebro dessas crianças. Sabem até ler sim, mas precisam de mais prática.

— O Dudu que não sabe lê. Eu sei já.

— Eu sei sim. Mentiroso.

Já estávamos rindo dos dois soltando farpas de novo. Estão com seis aninhos de idade, e já começaram a ler. Aprendem tudo com facilidade. Só que ainda encontram um pouco de dificuldades, o que julgo normal.

— Os meninos já sabem ler braile, então? E você, meu amor? Como está se saindo?

— Pensei que fosse demorar bem mais para aprender a minha frase favorita.

— Frase favorita, é? E qual é?

— Hurrum, vem aqui perto que eu te falo... — Ela coloca a mão ao redor da boca para que os meninos não escutem.

Alice chega pertinho do meu ouvido para dizer a frase, e eu sinto vontade de arrasta-la para o quarto, só para obedecer a sua ordem.

A sem vergonha falou o que quis e quando dou por mim, suas bochechas estão vermelhinhas. Fala safadeza e depois fica tímida? Essa garota me mata.

— Então é para isso que está arduamente se esforçando para aprender braile?

— Só por este motivo... pensou que fosse porque? Pra prestar ENEM? Claro que não, já tenho planos, irei escrever um romance hot em braile. — A safada gargalha debochando. Não me aguento e caio na risada também.

Algumas semanas se passaram após a cirurgia, desde então, nada ainda aconteceu. Alice não teve sua visão restaurada. A doutora Valery continua estudando o caso e cogita uma segunda cirurgia mas, Alice está bastante relutante. Isso ainda é algo da qual teremos que discutir.
Desde que voltei a rotina, tenho ido trabalhar mais tarde e saído muito mais cedo. Trabalho dia sim, dia não.

VANILLA O Sabor Mais Doce   (CONCUÍDO)✔Where stories live. Discover now