Capítulo Vinte e Dois

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Depois daquele terrível dia, eu não vi mais Mônica. Fazia 18 dias desde a última vez, foi quando ela esteve na casa de Rumy e depois, os dias dela foram intensos e afundados em reuniões. Saiu de São Paulo e ficou no sul por 3 semanas.

Eu sei como são suas reuniões de negócios, ela se instala em algum hotel e mora nele, praticamente. Embora, ela sempre tenha tempo para tirar excelentes fotos. Mônica está sempre sorridente nas fotos, sempre linda, às vezes, nem parece que está presa num escritório com tantos americanos e Asiáticos chatos, vampiros sugadores de boas idéias, sempre em busca de produtos Made in Brazil com inflações pequenininhas.

Essa semana, ela postou uma foto que tinha alguém a abraçando. O local era muito bonito, cheio de flores atrás, o céu estava lindo. Eu percebi a mão envolto da cintura de Mônica e era feminina, devido a delicadeza e esmalte. Porém, a foto estava cortada. Ela não quis postar essa foto com a pessoa. Eu não sei porque. Mandei mensagem para ela perguntando quem era. Ela desconversou dizendo que era uma moça asiática que pediu uma foto. Mas que, ela não a conhece. E a moça se apresentou com uma grande admiradora do trabalho de Mônica. Ela não se negou e fez a foto. Como ficou linda, quis postar. Mas queria só ela. Ok. Explicado. Morreu assunto.

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Passei o dia em casa.
Minha mãe avisou que sairia cedo e não teria hora para voltar eu ficaria em casa sozinha. Eu amo, puro silêncio para ler, escrever, estudar, ou até mesmo ouvir minhas músicas a vontade no fone de ouvido.

Estava saindo do banho, quando a campainha tocou. Isso sempre acontece, ah, que raiva. Até eu descer, a pessoa só falta formar um arranjo musical com a bendita campainha.

Estava abrindo a porta. a campainha toca novamente, a pessoa provavelmente ainda não me viu descer. Saio na garagem tentando avistar quem é. Mas preciso chegar mais perto. Vou até o portão.

Eu quase cai pra trás quando uma mulher de cabelos loiros se projeta na minha frente. Ela tira os óculos de sol e me encara. Deus amado, eu não tenho reação.

— Oi, Alice. — Ela me cumprimenta. Eu não tenho voz. Eu não sei o quê fazer na verdade. Esqueci completamente como se atende uma porta. Eu queria um buraco pra me enfiar dentro, só isso. — Não vai me convidar para entrar?

— Milhões Cacete! — Foi tudo o que veio em minha cabeça. A mulher me olha estranhando o que eu disse, acho que ela não entendeu, porque eu falei baixo.

Normalmente, eu não sou mal educada, recebo muito bem uma visita, mas eu estava em desespero. Estava trêmula, estava com a garganta seca. Estava ficando sem fôlego.

Eu vou até o portão maior e o abro. Fui relutante, pensando em correr e me trancar lá dentro ao invés de abrir. Mas seria mesmo muito sem educação se eu fizesse isso.

— Entra. — Digo.
Ela entra. Toda altiva, me olhando de cima a baixo.

— Costuma atender as visitas assim? —  Ela fala gesticulando seu dedo em direção aos meus seios, eu estava com uma regatinha e sem sutiã, só a blusa mesmo e o tecido é fino mas foi porque eu peguei qualquer uma e desci correndo para atender a porta.

— Estou em casa, oras! — Respondo dando de ombros. Helena se inclina para me beijar, acho que seria na boca mas eu não fico parada para descobrir a sua intenção. Apenas, me afasto, ela ficou no vácuo enquanto me olhava, não insistiu e se recuou.

Eu já estava suando frio. Parecia que minha pressão estava baixando. Por que me sinto assim, perto desse ser? O que é isso? De onde vem esse efeito?

Ao entrar em casa, lhe ofereci almoço, ela recusou porque já tinha almoçado, mas aceitou o suco de laranja geladinho. Estava uma tarde calorenta. Pedi para que sentasse, assim o fez. Mas disse que não ia demorar.

VANILLA O Sabor Mais Doce   (CONCUÍDO)✔Where stories live. Discover now