Capítulo Vinte e Oito

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Chegamos ao hospital o mais rápido possível. Antes de sair de casa, Carla e eu, tivemos uma breve discussão, a psicóloga amiga, queria me proteger desse sofrimento, por isso, me mandou ficar em casa. Eu já não estava me aguentando de tanto chorar, com uma notícia daquelas parecia que meu coração ia explodir a qualquer momento.

Helena estava lá, seus olhos estavam inchados e seu nariz vermelho de tanto chorar. Sua cabeça estava baixa. Carla, assim que entrou correu e a abraçou forte, Helena parecia se amparar no ombro de sua amiga. As duas choravam muito, Julia que também já estava no local, abraçou as duas.

— Tem noticias dela? Como ela está? — Pergunto a Carla.

— Não. Ninguém sabe ainda. Desde que ela foi levada lá para dentro, os médicos pediram para esperar aqui. — Diz Carla.

Um tempo depois, dona Rosa chega até o local. Ela estava muito nervosa e preocupada com a filha. Assim que viu a todos, não parava de perguntar o que havia acontecido. Olhou para mim e me abraçou.

Ela agradecia a Deus por eu estar bem. Ela achou que eu estava na hora do acidente, mas logo, falei que eu não estava com Mônica no carro.

A cara dela era de confusão, e queria saber o porquê eu não estava com Mônica, claro que estava feliz por me ver ali bem, mas ficou sem entender a situação.

Pela lógica, era para mim estar no carro junto com Mônica, não? Sim. Por isso, ela não está compreendendo como que apenas Mônica, sofreu o acidente.

O tempo passava e nada da equipe médica comparecer para dar notícias, eu dizia o tempo todo na recepção que queria vê-la mas simplesmente diziam que isso não era com elas, que eu precisava esperar. Já era dia, e esperamos tempo o suficiente até o médico vir até nós. Graças a deus.

— Bom dia. Familiar de Mônica Albuquerque Dias? — O médico dizia olhando para papéis em sua mão. Dona Rosa se apresentou.

— A cirurgia correu tudo bem. Ela teve uma complicação pulmonar, mas está estável. — Suspiramos aliviados. — Mas, não acordou. Tivemos que induzi-la a um coma, porquê senão,  não teria conseguido. — Essa notícia tirou nossos pés do chão.

— Mas até quando ela ficará em coma? Quando acorda? — Pergunta Carla.

— Não temos essa resposta. Ela pode acordar amanhã com o passar dos efeitos dos remédios, como pode acordar daqui a um mês, ou a um ano. Nós realmente não sabemos. — O burburinho misturado a lágrimas é grande neste momento.

Eu custo a acreditar na gravidade de tudo isso.
Dona Rosa foi amparada por Carla, e logo depois seu filho chegou ao local buscando informações, ficou abraçado a ela. Os demais estavam por lá, sentados. Eu chorava como uma criança, tive que me sentar porque eu sentia que fosse desabar, minha perna ainda estava muito dolorida com o acontecido da boate.

Mas a dor que me invadia agora, era outra. Não se comparava a nenhuma dor física. Qualquer dor física seria melhor que essa da qual estava sobre minhas costas. Era tudo culpa minha.

🚑 //Parte 2// 🚑

Eu estava de cabeça baixa entre os cotovelos, queria que aquilo tudo não passasse de um pesadelo, apenas. Queria acordar e estar no apartamento de Mônica, deitada ao seu lado sorrindo para ela e ela me devolvendo com carinho de sempre e que aquela noite, nunca tivesse acontecido.

Já passava das 9 horas da manhã, Carla me levou até a lanchonete e tomamos um café. Eu não queria, estava de greve de fome até Mônica acordar e sair daquele pesadelo sem fim. Mas Carla com toda paciência e habilidade me fez comer bem mais do que eu queria.

VANILLA O Sabor Mais Doce   (CONCUÍDO)✔Where stories live. Discover now