Capítulo Cinqüenta e Três

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Eu estava dentro de um ônibus enquanto sentia náuseas por chacoalhar tanto. O calor não ajudava amenizar a sensação de morte. Calor demais pressão baixa. Mas logo eu estaria melhor. Quando cheguei ela já estava a minha espera.

Ao longe eu tive quase que um dejavu. Era mais como uma lembrança talvez. Mônica com seu all star em sua calça jeans e sua jaqueta de couro preta me trazia memórias de um tempo bom.

Parecia que tudo estava se repetindo, exceto pela emoção, contando que as coisas depois de diferentes dificilmente voltam a ser como antes, por mais que ambos se esforcem não é uma tarefa fácil. Acho até que isso seja impossível.

Não. Eu não estou namorando com Mônica. Apenas eu não consegui dizer não para todas as vezes em que ela me procurou para conversarmos ou só para passar um tempo juntas. Ela estava mudada aparentemente, sem os picos de estresse, sem os estouros de raiva, sem os olhares de julgamentos sobre mim.

Isso era legal, eu queria tanto conseguir seu perdão e parece que finalmente isso estava acontecendo mesmo que eu não merecesse. Eu não guardo mais mágoas dela a respeito de Nicole que está agora de volta ao sul vivendo sua vida. Parece que realmente Mônica largou dela, que era algo quase que impossível já que as duas estavam juntas há anos. Sim, porque lembrando bem mesmo quando Mônica estava comigo, Ela namorava a Nicole também.



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Eu não falei mais com Helena depois da última vez. Uma semana havia se passado desde o último encontro, ela não me ligou e muito menos eu para ela. Era melhor Assim.

Mônica quer sair para jantar, recusei seu convite por alguma tempo mas ela acabou me convencendo. Chegamos ao restaurante e logo fomos servidas, o jantar estava uma delícia, a conversa estava boa e a sobremesa foi um manjar dos deuses, aquela torta de morango estava espetacular, comi e repeti.

Era hora de ir embora e tudo corria muito bem, noite gostosa, ambiente agradável, a paz parecia reinar.

Mônica insistiu tanto que acabei aceitando ir para seu apartamento, ela queria me mostrar umas coisas que estavam diferentes e que eu iria gostar, não estava sentindo de ir mesmo, mas como ela estava tão empolgada me deixei ser levada.

Quando chegamos notei a diferença, ela tinha feito umas reformas básicas nada muito extravagante, tudo ainda tinha sua cara e seu cheiro. A maior novidade foi uma bolinha de pelo branca que veio correndo e pulou nos meus pés..

— Wow quem é essa coisinha fofa? - Pergunto eufórica abaixando para pegar a bola de pelo nos braços.

— Meow... — Ouço a coisinha fofa me responder e sorrio a abraçando, com uma vontade de esmagar de tanta fofura que emana.

— Essa é a gatinha que encontrei na rua dois dias atrás. — Explica Mônica.

— Que linda Mô. Que gesto lindo você adotá–la. — Sorrio — Como ela se chama?

— Eu não coloquei um nome ainda... — Mônica fica pensativa. — Que tal você fazer isso? Sei que é boa em dar nomes aos animais. — Mônica sorri. Ao olhar bem aquele pelo branquinho e aqueles lindos olhos azuis, eu sabia perfeitamente qual deveria ser.

— Baunilha! — Mônica me olhou divertida.

— Tinha que ser claro! É sempre nome de comida né? — Ela ri.

— Claro... Ela é a cara de Baunilha, é branca como a flor e tem um cheirinho delicioso. — Sorrio também achando graça.

— Tudo bem, então ela vai se chamar Baunilha. — Mônica repete e o nome sai de seus lábios como um doce.

Depois de dar nome a gatinha fofinha Mônica ainda me mostrou algumas séries novas que ela tinha baixado e que gostaria que eu assistisse com ela. Queria que fosse naquele instante, mas eu disse que iria para casa, mesmo ela insistindo para que eu ficasse pra dormir com ela.

Mônica já estava querendo algo a mais, suas carícias por onde suas mãos deslizavam já estavam aumentando então decidi ir logo que acabasse de um jeito que eu não queria.

— Mônica... eu não sei se é uma boa ideia isso... — Afasto meu rosto após Mônica tentar me beijar.

— Porque não? Já fizemos isso antes Alice , não vejo novidade nenhuma. — Ela diz puxando meu rosto para olhá–la.

— Mô... você sabe... Eu estava com Helena, eu preciso de um tempo...

— Ah claro! —  Mônica levanta a voz demonstrando uma certa irritação. - Tinha que ter Helena nesse mato!

— Mônica não é isso, mas ainda estou confusa com tudo o que aconteceu. Pense, 7 meses se passaram e muita coisa mudou...

— Seu problema é que não sou Helena! — Eu arregalo os olhos porque Mônica me puxou para colar meu corpo ao seu com tanta força que chega a machucar meus braços onde ela está pressionando usando muita ira.

— Mônica está me machucando, me solta por favor? — Peço. Ela continua me encarando com fúria no olhar, não tem nada a ver com mulher mansa e dócil de minutos atrás.

— Eu só quero uma noite maravilhosa com você Alice! Só isso. Por que não colabora para nossa noite terminar em puro prazer? — Ela solta um sorriso de canto. Sorriso que eu desaprovei,foi tão diabólico. Eu vi maldade em seu olhar.

— Mônica me solta agora! — ordenei usando autoridade na voz além de gritar.

— Você acha que tem o direito de vim até aqui e me dizer o que devo fazer?

— Não! Mas tenho o direito de dizer o que não fazer ainda mais se for comigo! Porque quem manda no meu corpo sou eu, então eu decido o que vai ser ou não! — Digo ainda mais brava. Recebo um sorriso frio de sua parte. Mônica me arrasta para uma direção oposta da porta de saída. Eu me debatia para que não fizesse, queria muito ir embora. Mas ela não me permitiu.

— Vamos ver quem manda no seu corpo! — Mônica me jogou contra a parede e usou muita força para tentar amarrar meus pulsos em alguma coisa. Quando por fim ela teve êxito eu estava presa sem poder me soltar.

VANILLA O Sabor Mais Doce   (CONCUÍDO)✔Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum