Capítulo Setenta e Três

214 50 173
                                    

⚠️ O capítulo contém 3.201 palavras⚠️

Helena me levou para sua casa. Confesso que eu me tremia quando o carro entrou na rua de sua residência. Um filme começou a passar pela minha cabeça. Quantas lembranças eu tenho daqui.

— Está tudo bem? — Helena pergunta apertando minha mão que está apoiada em cima da minha coxa.

— Está sim. — Digo tentando disfarçar o nervosismo.

— Hey... — Ela puxa meu rosto pra olhá-la. — Se solta meu amor. Seja você mesma, a Alice que sempre foi.

Eu apenas meneio a cabeça em positivo. Desço do carro e constantemente limpo minhas mãos na minha calça, estão úmidas pelo suor.

Helena abriu o portão e logo meu coração disparou quando ouvi vozes de crianças gritar lá de dentro. Elas estavam eufóricas, nisso não têm novidades nenhuma, sempre agiam assim quando Helena chegava do trabalho, ou com Mônica, era uma alegria só.

Nossos olhos se cruzaram, e os gêmeos pararam, simplesmente acabou a gritaria. Ficaram lá na porta ainda, em pé, e percebe-se que estão tentando reconhecer quem é a visita inesperada que chegou junto com a mãe.

— Oi, Cuecas...

Confesso que meus olhos estão cheios de lágrimas, e eu me esforço para não desabar num choro, estou com tanta saudades desses dois, como eu senti falta dessas duas criaturinhas.

Que falta essa gritaria me fez, esse sorriso. Da última vez que tive isso, foi em um sonho louco quando eu vi Mônica em um lugar de luz. Me lembro como se tivesse sido real o abraço dos dois.

— Tia Lice? — Pepe pergunta, ele espreme os olhinhos para me olhar bem, está com dúvidas se sou quem ele pensa pelo jeito, é engraçado a cena.

— Titia Lilice... você voltou mesmo! — Eu não sei se estava preparada mas sentir o impacto do abraço de Dudu quando correu em minha direção, foi surreal.

— Sim, meu cueca, eu voltei... — Sinto muito mas a essa altura meus olhos já estão cheios de lágrimas. Eu beijei Dudu e o apertei em meus braços e sentir seu cheirinho foi uma sensação maravilhosa.

Pepe parece que ainda não está acreditando que sou eu, ou ele não me reconhece mais e talvez esteja estranhando. Pode ser isso, mas ao chegar mais perto, percebo seu olhar buscando o meu. Coloquei Dudu no chão e então abracei Pepe.

Me lembro de como ele amava estar perto de mim, nós conversavamos muito, é engraçado mas isso é sério, sempre que eu cuidava deles tínhamos um momento em que os dois falava sobre suas atividades no geral, eu me divertia muito com esses momentos.

E Pepe era o mais falante, e o mais que perguntava sobre coisas que eu gostava de fazer. Acabamos criando um vínculo muito forte, nos conhecíamos muito bem.


O abraço foi o mais breve possível, respeitei porque ele não quis muita intimidade. Seu olhar tinha um ponto de interrogação enorme piscando.

Depois ele parou de me olhar. Ficou assistindo enquanto Helena foi para a cozinha preparar algo para comermos.

A nova babá das crianças se despediu logo quando chegamos e saiu. Dudu grudou em mim e não queria largar mais. Eu estava aproveitando o momento.

A mesa está linda, a surpresa de Helena era essa, me trazer para jantar em sua casa com sua família como já fizemos um dia por tantas vezes.

VANILLA O Sabor Mais Doce   (CONCUÍDO)✔Where stories live. Discover now