Capítulo Cinqüenta e Quatro

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Eu nem podia acreditar que Mônica estava agora tão diferente da pessoa que estava calma e feliz poucas horas antes. Ela estava agressiva e prometendo fazer coisas comigo das quais eu me arrependeria muito quando terminasse. E eu estava entrando em desespero porque eu não tinha mais o que fazer para ajudar a mim mesma a sair daquela situação.

-— Você é minha, Alice! Sempre foi. — Eu senti sua mão entrelaçar os fios de meus cabelos e os puxar fazendo minha cabeça ir para trás enquanto Mônica falava essa frase ao meu ouvido.

— Mônica eu não sou sua e nem de ninguém. Me solte eu quero ir embora agora! — Falei  com autoridade outra vez.

— Cala a boca... — Mônica usa uma fita para amordaçar minha boca. E se pôs sobre meu corpo e o analisava como uma presa investiga sua caça.

— O quê pretende com essa sua atitude de troglodita? Vai me tocar intimamente como fez lá na boate? Você sabe que o que fez foi abuso?

— Aí Alice, me poupe,  aquilo foi mais uma sessão do que tudo. Além do mais você estava no lugar perfeito, só uni o útil ao desagrado de ter que ver Helena e você zombarem da minha inteligência bem em baixo do meu nariz.  O que você queria?

— Eu não vou perdoar o que fez.

— Não vai perdoar? E porque foi atrás de mim insistindo para que eu perdoasse você ao invés?

— Porquê eu estava louca e confusa demais pra enxergar a verdade.

— Que verdade é essa?

— Que a única pessoa que não deve desculpas aqui sou eu. Eu fui sua vítima.

Ela riu enquanto eu mantive minha feição fechada. Estava com raiva de suas atitudes idiotas.

— Já acabou com seu discurso imbecil? Porque a única coisa que fiz ali, foi somente te expor como eu ou qualquer top poderia, por direito, exibir sexualmente sua posse em uma linda sessão bdsm.

— Bdsm, já diz tudo, é consensual. Ambas as partes precisam estar de acordo, se não, jamais poderá acontecer sem que haja aí um abuso de alguma das partes. Fique ciente. — Finalizo.

— Eu tenho plena consciência de tudo o que faço querida. Não preciso de aulas.

— Não Parece que pensa mesmo assim.

— Não importa. A questão foi que você me provocou. Eu me descontrolei e acabei fazendo aquilo.

— A questão é de que a culpa nunca é da vítima. sendo assim, não jogue a culpa em  mim.

— Você não é vítima apenas está se vitimizando. Mas sabe que houve uma baita provocação aquela noite.

— Ridícula! — Rebato.

Ela usava força quando começou a me amarrar na tentativa de imobilização.  Para o que eu não sei.

Não estava dando indícios de que me faria o que fez na boate. Ao menos isso. Mas o quê ela estava pensando? Nao sou propriedade sua.

Isso é um crime. Eu estava me odiando por estar ali tão indefesa me sentindo um lixo nas mãos dela que estava me mantendo presa sem meu consentimento.

Mônica, me fez algumas ameaças, o que retruquei deixando-a ciente de que aquilo tudo era descabido. Como sempre seu descontrole raivoso subia ao extremo simplesmente por odiar ser contrariada. Azar o dela. Não sou obrigada a nada.

Depois da sessão tortura psicológica da maluca, por fim,  resolveu me liberar. Eu fui tomar banho. Procurando uma forma de sair dali.

Eu não tinha muita saída, me tranquei no banheiro e tomei um banho com muita raiva de Mônica. Não esperava isso dela, não imaginei de que fosse capaz de tamanha atitude.

Comecei a pensar em Helena. De quando disse que eu não sabia do que Mônica era capaz. Será que a loira sabia que a amiga poderia fazer essas coisas e só tentou me alertar?

                                ......

Eu estava sozinha num dos quartos de seu apartamento, Mônica me trancou lá dentro sozinha depois que eu não quis abrir a porta do banheiro, ela ficou com raiva, após 4 horas lá dentro a porta foi aberta com auxílio de um chaveiro que Mônica contratou para fazer outra chave. Ela estava ainda mais brava do que antes.

Eu não fiquei quieta, retribui na mesma proporção, lógico que a folgada não gostou nada e usava força excessiva. Acaba ganhando na força por seu tamanho e técnicas de esporte de lutas, da qual sabia usar muito bem. Era nítido a minha desvantagem sobre ela.

Meu braço já está dormente porque ela me amarrou na cama. Eu choro de raiva novamente, e paro quando ouço meu cel vibrar. Ele está em cima da cômoda de longe avisto o rosto de Helena iluminado pela luz do celular, eu me desespero para tentar alcançar o aparelho com as mãos não consigo chegar até ele, eu estico minhas pernas até lá.

Eu consigo usar o dedão do pé para trazê-lo para mais perto de mim, ele cai no chão e por sorte com a tela touch virada para cima. Eu consigo com muita dificuldade com um toque sutil abrir a chamada.

Alice.... Alô... — Ouço a voz de Helena tão baixo por causa da distância em que o aparelho estava de mim.

Helena... Me ajuda Mônica está louca outra vez, estou presa em seu apartamento, ela não me deixa sair. Me ajuda por favor! Foi eu pedir socorro a Helena para Mônica entrar no quarto rápido pegando o celular do chão encerrando a chamada urgentemente.

                            *********

Sua cara emanava ódio e intolerância, ela já havia me advertido para não aprontar mais. Segundo  Mônica, eu não sairia de seu apartamento nem tão cedo até entender que eu era sua e faria tudo o que mandasse dali em diante.

Eu queria entender o que deu nela. Era a coisa mais absurda que já aconteceu em toda a minha vida. Isso estava virando um pesadelo.

Meu dia estava sendo um inferno, ela ficava brava por me trancar no banheiro e por não querer jantar, acabei jogando tudo na cara de Mônica e ela se zangou a ponto de me amarrar de novo. 

Me jogou dentro do quarto. Por hoje cedo trouxe o café da manhã e novamente eu com meus pés joguei a bandeja no chão, quando ela tentava colocar a comida na minha boca, por que minhas mãos estavam amarradas.

Eu estou em greve de fome. Mônica disse que por este motivo eu ficaria a semana inteira sem comer e sem beber já que eu não colaborava com ela. Assim eu ia aprender a respeita-la. Prefiro morrer de fome e desidratada mas não vou ceder aos seus caprichos.

Eu não tinha reparado que Mônica esqueceu o meu celular na cômoda. Mas nem eu lembrava dele, Até ele tocar e eu conseguir atender e pedir ajuda para Helena, mas eu não sei se ela ouviu o que eu disse.

Na hora Mônica chegou e interrompeu a ligação. Ela estava entrando no quarto apenas para me punir, eu já estava acostumando com isso, a qualquer momento ela vai entrar por essa porta e sei o que vai acontecer.

VANILLA O Sabor Mais Doce   (CONCUÍDO)✔Where stories live. Discover now