VANILLA O Sabor Mais Doce (CONCUÍDO)✔

Capítulo Cinqüenta e Oito

                 ✨ Parte 2 🎆

🔥Revelações🔥

— Quer saber de um segredo Alice? — Mônica pergunta com um brilho assustador no olhar. Tenho até medo de que segredo seja esse. — Eu sabia quem era você antes mesmo de te conhecer! — Agora eu a olho confusa.

— Como assim você sabia quem eu era? Pelo o que me lembro nos conhecemos lá no projeto sonoro, nunca havíamos nos visto antes. — Ouço Mônica sorrir friamente.

— Uma certa vez, estávamos entre amigos na casa de Julia. Era uma pequena confraternização como as que gostamos de fazer sempre... Helena e eu conversávamos como de costume. — Mônica faz uma pausa e coloca um petisco na boca dando um gole em sua bebida. Eu a olho atentamente.

— Helena me mostrava algumas de suas fotos e vídeos sobre os meninos... o celular estava nas minhas mãos , Helena me deixou vendo um vídeo fofinho dos gêmeos e saiu para ir ao banheiro. Ela confiava em mim, sempre foi assim, Não tinha nada da vida dela que eu não soubesse e vice versa. Helena sempre foi bissexual, eu conheci a primeira namorada dela. Mas depois disso Helena passou a ter relacionamentos sérios apenas com homens. Ela continuava ficando com mulheres mas era apenas uma pegação e nada mais, nunca tive aproximação com seus casos femininos. — Ela dá outro gole em sua bebida. 

— Quando eu vi uma notificação chegar... A mensagem apareceu para mim na hora, Helena ainda estava no banheiro, e sua mensagem pareceu ser algo importante e pela primeira vez depois de muitos anos, eu pude ver que Helena estava de fato interessada por uma mulher. Uma mulher linda por sinal. Eu li uma boa parte da conversa de vocês duas, e passei a entender o porquê minha amiga estava tão mudada e até andava falando que uma “certa mulher” andava mexendo com a cabeça dela já há algum tempo. Era você! — Eu arregalo meus olhos, sinto meu coração acelerar e a respiração começa ficar pesada.

— Sabe... um filme sobre o passado me subiu a cabeça... e, eu talvez tenha esperado muito por esse dia. O dia em que Helena estaria verdadeiramente apaixonada por uma mulher a ponto de querer mudar seu comportamento por ela. — Eu estou tentando entender o que Mônica está dizendo.

— Então eu estava ali com a oportunidade perfeita nas minhas mãos, para fazer Helena sentir na pele o que eu senti quando ela me tirou a minha namorada!

— Você está dizendo... que... Você sabia que... que eu estava falando com Helena? Você me viu no Instagram dela? — Eu estou a ponto de explodir com essa bomba.

— Gosto como você entende rápido as informações Amor!  — Ela diz com a cara mais cínica do mundo, seu olhar carrega uma malícia estranha.

— Mônica como você pôde? — Meu olhar estava marejando e eu queria acabar com ela.

— Helena mereceu isso Alice, ela me devia, porque ela deveria ser feliz com alguma mulher se eu nunca mais fui depois que ela ficou com minha mulher? Ah não! Isso eu não iria permitir. — Ela diz com uma revolta em suas palavras.

— Quando eu peguei toda a informação sobre você. Foi fácil te achar lá no projeto, eu sabia a programação então ficou muito simples te encontrar e me fingir de apaixonada. — Ela ri. Minhas lágrimas estão caindo de meus olhos. Eu estou muito machucada com isso. Mônica me usou esse tempo todo.

— Sua desgraçada! — Eu avancei para cima dela, estapeando sua cara, seu peito, onde eu alcançava eu saí batendo. Eu dei um soco na boca dela,   e ela caiu no chão, se colocando sobre seus joelhos me direcionando um olhar perverso, ela usa sua mão para limpar o sangue que escorria de seus lábios que foi aberto uma fissura com a pancada que dei.

— Está mais fortinha do que ontem Alice... — Diz torcendo levemente seu pescoço. Eu não esperei e pulei no pescoço dela, eu estava furiosa.

Até Mônica conseguir imobilizar meus braços, e me jogar no chão, se colocando por cima de mim Eu bati minha boca no chão e senti doer seguido por um gosto de sangue. Ela prendeu meus braços embaixo de seu corpo e eu não conseguia me mover. Eu chorava de raiva.

— Fique Calma guria. Não foi nada pessoal. — Ela diz deixando escapar um sorriso maligno no canto de seus lábios.

— Mônica pensei que tivesse gostado de mim de verdade. — Digo num fio de voz porque minha garganta está sufocada. — Isso é muita maldade...

— É eu sei, e tenho orgulho de ter dado certo. Tudo saiu como eu planejei. — Ela sorri. — Ver Helena murcha quando te apresentei no dia do meu aniversário. Presenciar ela se limitar a falar com você quando te reconheceu e saber que ela se castigava por reprimir os desejos dela sobre você se tornou uma diversão pra mim. — Ela gargalha. Eu desconheço definitivamente esse ser que está na minha frente.

— Meu deus Mônica. Você é doente. Meus sentimentos foram reais para você. — Falo olhando profundamente nos olhos dela.

— Alice, não chore mais. — Ela fala limpando minhas lágrimas. — Nem por mim nem por Helena que não vale nada. Eu só quis devolver o que ela me deu um dia. Caso encerrado. Mas quer saber? Você e uma ótima companhia de verdade. Não serve para ser o amor da minha vida, mas serve para me acompanhar. Você é uma menina muito boa. — Até estranho ela admitir isso. Está tão louca. — E Helena, bom, Helena também não deve ser a mulher para se ter um relacionamento sério. Mas isso vocês duas não vão saber mais.

— Porque diz isso? Pretende me matar?

— Jamais!  Não sou assassina Alice, deixe de drama! Apenas quero lhe proporcionar o melhor da vida. Não é porque não somos apaixonadas que não podemos curtir. Quando voltarmos você esquecerá tudo isso e viveremos bons momentos juntas. — Ela pisca para mim e eu sinto apenas ranço de toda essa revelação.

— Agora vou limpar esse sangue da minha cara e passar um antisséptico, do jeito que você está, vai que me passa raiva, não quero ser infectada e acabar como uma cadela de rua igual você! — Ela gargalha.

— Você é uma maníaca só pode! — Cuspo no chão a saliva misturada ao meu próprio sangue.

— A surra que te dei de presente na boate lembra?

— Talvez eu nunca esquecerei aquela merda sua filha da puta!

— Então... — Mais uma gargalhada fria.  — Eu tinha a intenção de machucar mais Helena do que você.

— Ué se fosse por isso porque não bateu nela então já foi ela quem me atacou! Sabe que eu não tive culpa? Sabe que eu tentei rejeita-la todas as vezes? Se não sabe disso então você falhou comigo sua imbecil. — Rosno.

— Não ligo para você. Não me importa seus sentimentos. Eu queria apenas machucar Helena. Se eu batesse nela não teria machucado tanto quanto a machuquei batendo em você. Doeu bem mais nela do que em você pode acreditar. — Ela gargalha.

— Louca!

— Sonsa! — Ela rebate e sai andando enquanto continua com suas gargalhadas exageradas.

E eu penso de como não pude descobrir quem era Mônica antes. Mas também não tinha como eu saber! Eu não podia fazer nada...