Capítulo Quarenta e Nove

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No dia seguinte eu me arrumei e segui para a minha programação de sempre. Ao chegar na aula de dança, eu avistei Natasha. Quando me viu percebi uma euforia nela. Estava mais que claro que Natasha quis me prejudicar, eu só não entendo o motivo.

— Alice. — Natasha se aproximou para me cumprimentar com um beijo no rosto.

— O que te deu na cabeça para mandar aquelas fotos para a Helena? — Falei me afastando jogando o envelope com as fotografias em cima dela. Que pegou e o abriu.

— Não fui eu. — Ela diz na maior calma. E isso me ira ainda mais.

— Você se aproveitou da minha fragilidade para tirar fotos enquanto eu dormia na sua cama? Que espécie de ser humano é você, Natasha?

— Alice, não é o que você está pensando, acalme-se, por favor. — Ela pede.

— Não? E o que estou pensando, professora? — A olho firme dentro de seus olhos.

— Sabia que essas imagens podem fazê-la perder seu emprego por se envolver com uma aluna? — Olho espantada ao ouvir a voz de Helena. Não acredito que ela foi até lá para tirar satisfações com Natasha que ao ver Helena, fecha os olhos respirando fundo e demonstra muito nervosismo ao ouvi-la. — Pelo jeito não pensou nisso quando tentou sabotar sua Aluna, não é mesmo?

— Olá, Helena quanto tempo... — Natasha até fala num tom um pouco debochado ao cumprimentar Helena. — Seria a primeira vez que uma professora se envolve com sua aluna? Tenho certeza que você tem essa resposta. — Helena se mantém calada apenas encarando feio a minha professora que falou como quem a conhecesse muito bem.

— Oras, Natasha, que bréguisse essa sua ideia de tentar sabotar meu relacionamento por algo que aconteceu há tantos anos atrás. — Oi? Acho que estou perdendo algo. Elas se conhecem?

— Vocês duas já se conhecem? Não estou entendendo podem me explicar? — Estou completamente confusa com tudo.

— Posso sim, Alice. Acontece que Natasha é uma velha conhecida minha. Aliás, velha conhecida da turma toda. Nos conhecemos na faculdade há 15 anos atrás.

— Isso mesmo, Alice. E sua digníssima namorada, seduziu minha namorada que era aluna dela na época, quando Helena dava aula de educação física na academia do nosso amigo. Sua namoradinha, não passa de uma fura olho na vida.

— Lave sua boca para falar de mim, Natasha. — Helena se arma para avançar em Natasha, mas eu tento segurá-la na tentativa de fazê-la se acalmar.

— Fura olho. É o que você é e sempre será, Helena. — Natasha repete botando mais lenha na fogueira.

— Você não presta, Natasha, e saiba que sua tentativa frustrada de tentar se vingar de novo de uma coisa que não aconteceu, mais uma vez flopou.
— Babado, estou muito confusa. Natasha está acusando Helena de ter roubado uma namorada dela há anos atrás, é isso?

— Você confia em Mônica que te deu o cargo de professora de dança, mas se eu levar esse caso a fundo nem Mônica que te mandou cometer esse crime irá te livrar da cadeia. — Helena diz convicta.

— Não me arrependo do que fiz, Helena. Sei que você não é flor que se cheire. Nada que venha de você pode me atingir. — Natasha é muito debochada.

— Crime? O que aconteceu que vocês não estão dizendo? O que Natasha me fez de tão grave além, de tentar seduzir uma aluna?

— Natasha cometeu um crime, Alice. Ela te drogou na festa.

— Como assim, ela me drogou? — Estou passada com essa informação. — O que Helena está dizendo, é verdade? — Pergunto olhando para Natasha. Que não me responde.

— É sim, Alice. A mando de Mônica. — Helena explica porque Natasha continua calada.

— Mônica? Como assim? Natasha e Mônica se conhecem? E porque fariam isso comigo?

— Porque Natasha cisma que eu seduzi a namorada dela na época da faculdade. Mas isso não aconteceu, embora ela não acredite até hoje na minha palavra. Mas isso já é passado. Mônica está com raiva ainda pelo o que aconteceu, como Mônica arrumou esse emprego para Natasha, então a convenceu de fazer essa loucura. Foi tudo combinado.

— Eu só fiz um favor para uma velha amiga. Nada demais. — Natasha diz como se ter me drogado fosse um ato natural.

— Natasha, como pôde? Eu estava passando mal e você se aproveitou da minha incapacidade. Que coisa horrível.

— Olha, Alice, me desculpe, o que eu fiz não foi pessoal. E eu até gosto muito de você. De verdade. — Ela diz olhando em meus olhos se aproximando.

— Eu confiei em você, Natasha. Eu estava aos seus cuidados. Pensei que eu tinha exagerado na bebida, mas você foi a responsável por eu sair daqui arrastada. Enquanto todos pensaram que era pura bondade de professora para aluna, era nada mais que premeditado? — Estou chocada e desacreditada que Natasha tenha armado tamanha maldade.

— Desculpe, Alice. — Natasha se aproximava, e eu me afastava, mas não foi necessário fugir tanto já que Helena entrou na frente empurrando Natasha para longe.

— Eu deveria te levar pra delegacia, sua psicopata de merda.

— Faça o que quiser, Helena. Alice não é menor de idade, se você não lembra. De qualquer forma, isso não daria em nada. Já que você sabe da verdade.

— Maluca. Fique longe dela. — Helena adverte.

— Desculpe, Alice. Eu sinto muito que esteja envolvida nessa sujeirada toda. Você não merece isso. A propósito, você não merece alguém desse tipo. — Natasha olha Helena de cima abaixo como quem desaprova a pessoa. — Se quiser, me procure para conversar, estarei disponível para você.

— Tira sua éguinha vagabunda da chuva porque ela, não irá há lugar nenhum, Alice não tem nada a tratar com alguém como você. — Helena está muito brava.

— Mandona como sempre! Tenho dó da Alice no meio dessa confusão, assim como senti dó da... como é mesmo o nome dela? — Natasha estala os dedos tentando lembrar algum nome.

— Não se atreva, Natasha.Cale a boca! — Helena ameaça avançar na professora de dança que está prestes a dizer algo, mas está hesitando.

— Ah, lembrei, Tayna... Me conta uma coisa, Helena, nessa historia toda entre você e Mônica, Alice seria a nova Tayna? — Natasha debocha ainda mais.

— Juro que acabo com você, sua ordinária.

— Poupe sua energia, Helena, vai precisar. Sabe muito bem quem é sua maior inimiga e sabe que não sou eu. — Natasha pisca para Helena que está vermelha de ódio.

— Bom... já vou indo, Alice. Lembre-se, estarei aqui se você quiser. — Ela se achega e olha dentro de meus olhos. — Alice... Saia da vida de Helena e Mônica enquanto há tempo para você. Me ouça querida, essas duas não tem nada de bom para lhe oferecer. — Estou sem entender nada. Estou até sem reação ou sem fala porque eu não compreendo nada do que Natasha está falando. — Confie em mim, Alice... fuja delas enquanto há tempo. — Natasha me joga um beijo por cima dos ombros e me direciona um sorriso terno e da as costas indo em direção a saída. Enquanto que eu fiquei lá, parada no meio da sala com Helena ao meu lado também, em silêncio.

VANILLA O Sabor Mais Doce   (CONCUÍDO)✔Where stories live. Discover now