Capítulo Quarenta e Dois

279 76 179
                                    

Chegamos a casa de Helena e logo após o almoço, ela saiu voada para o seu compromisso. Ela havia ido me buscar na aula de dança hoje por causa do nosso combinado. Eu ia ficar de babá de novo dos cuecas para que fosse trabalhar.

As crianças estavam calmas, logo mais iriam para a escola, eu estava esperando a perua chegar quando por fim, a campainha tocou. Eu peguei a bolsa de Dudu que estava largada e fui atender.

Abri o portão mas na verdade, não tinha ninguém, pra variar Pepe deixou a lancheira em cima da mesa então, corri para pegar antes que o tio da van, chegasse.

Encontrei a lancheira e voltei rápido ao ouvir uma certa euforia dos meninos. A perua deve ter chegado, me apressei ainda mais.

Quando cheguei na garagem, eu quase tive um treco ao encontrar Mônica segurando os meninos pelas mãos. Ela me olhou de cima a baixo.

— Eu vou levá-los para um passeio.

— Não. — Retruco.

— Não estou pedindo a sua permissão. — Mônica me olha feio.

— As crianças têm aula hoje, Mônica. Você não pode levá-las, e mesmo se não tivessem que ir para a escola, você não pediu permissão para Helena.

— Como sabe que não pedi? —  Mônica  se aproxima de mim.

— Se ela soubesse, eu não precisaria estar aqui, hoje. — Digo olhando para ela na mesma proporção que me olha.

— Está tão afoita, Alice... As pessoas mudam, não é mesmo!?

— Sim, as pessoas mudam, sim. Mas estou apenas cumprindo com minha obrigação.

— Sua obrigação? — Diz me encarando.

— Sim. O combinado foi mandá–los para a escola. E farei isso. — Falo de um modo decidida para Mônica ver que não vou mudar de ideia.

— Não, tia lilice... Vamos passear com a tia Ninica, por favor? — Insiste Pepe meio choroso. Dudu também, já está no embalo do irmão pedindo para que eu não os mande para o colégio.

Claro que preferem passear com a tia Nica, ao invés de irem para a escola. Eu entendo até, mas eu tenho que cumprir com os compromissos.

— Venham, meus amores. — Mônica segura a mão dos gêmeos os condunzindo para fora de casa.

— Mônica, você não vai levá–los. – Tento me colocar a sua frente para impedi-la, mas sou jogada na parede por Mônica. Ela me surpreende imprensando meu pescoço na parede com seu antebraço usando muita força, mas resolve me soltar assim que repara que tem duas carinhas assustadas olhando para ela.

— Pensa que acabou, né vadia? Vai se surpreender comigo, ainda. Saiba que você só vai escapar agora, graças a eles. — Ela fala olhando dentro de meus olhos, seu olhar era cheio de ódio. Eu tossi um pouco tentando recuperar o fôlego, mas estava sem forças e sem voz para dizer algo. Apenas observo Mônica entrar no carro com os meninos e seguir viagem só Deus, sabe para onde.

Minha primeira reação, foi ligar para Helena, que demorou para atender. Quando atendeu, já havia se passado muito tempo desde que Mônica tinha levado os meninos. Imaginem meu desespero. Agora, imaginem também, o desespero de Helena, que só me retornou a ligação 3 horas depois? Eu fiquei o tempo todo uma pilha, andando de um lado a outro sem conseguir pensar onde poderia encontrar Mônica para trazer os gêmeos de volta para casa, ou ao menos encontrar Helena. Eu não sabia onde era a reunião de negócios dela, seria impossível ir até ela.

— Ela não disse nada, onde os levaria? — Pergunta Helena aflita. Estava muito nervosa porque recebeu a ligação da escolinha dos gêmeos perguntando por qual motivo haviam faltado a aula.

VANILLA O Sabor Mais Doce   (CONCUÍDO)✔Där berättelser lever. Upptäck nu