Capítulo Cinqüenta e Sete

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Mônica passava para a garagem levando Pepe no colo, depois voltou e pegou Dudu. Os dois estavam acordando, e mostravam animação ao ver a madrinha, como de costume.
Ela pegou algumas mochilas também, suponho que seja roupa dos meninos e coisas das quais precisem.

Eu ja estava chorando muito porque não dava pra fazer nada da forma que eu me encontrava. Eu ouvi o carro ser ligado e sei que ela levaria os meninos como da outra vez. Eu ficaria ali no chão imobilizada sem poder impedir mais uma vez.

Ouço um silêncio e acredito que ela já tenha ido embora. Tento achar uma forma de me soltar olho ao redor a vista ainda está embasada. Mas paro ao ouvir passos vindo pelo corredor. Graças a deus Helena deve ter chegado.

— Anda sua vagabunda. — Sou surpreendida por Mônica me levantando brutalmente. Ela me empurra em direção a saída, o carro já está fora da garagem. Eu pensei que ela tinha ido embora mas não foi. Eu ainda tentava em vão falar, tudo o que saia de mim eram sons abafados, porque minha boca estava com a fita para evitar que eu falasse, mas Mônica resolve remover a fita da minha boca.

— Fala Alice... sei que está louca pra isso... — Mônica revira os olhos demonstrando impaciência.

— Não! Mônica o que Pepe e Dudu fazem aqui? — Indago desesperada.

— Vamos dar um passeio. Só nós quatro como antigamente...

— Você está errada! Helena não lhe deu permissão para isso...

— Entre no carro Alice. Não estou interessada em ouvir suas regras toscas... — Ela fala mostrando para mim sua arma na sua cintura.
Eu entrei com dificuldades com o auxílio de Mônica. Ainda me recusei a entrar, mas ela segurou firme em minha cabeça e me forçou contra minha vontade mesmo. Não deu para fugir, minhas mãos estavam ainda amarradas.

Passamos pela portaria sem sermos paradas. Mônica escondia a arma em sua jaqueta de couro, não era possível vê-la.

Andamos pela cidade e passamos pelas grandes rodovias principais até cair numa longa estrada onde pude ver a cidade que eu conhecia sumir atrás de nós.

— Para onde está nos levando Mônica?

— Quando chegar você verá. — Ela diz. Mônica dirigia agora tranquila. Eu conseguia enxergar pelo lado de fora e aquela estrada estava começando a me parecer familiar.

Foi questão de 2 hora para o carro estacionar. Olhei ao redor e logo me encontrei. Era o sítio, estávamos em Rio Verde. Eu estava voltando la depois de 7 meses, desde a última vez.

Olhei a piscina, a mesma que eu cai quando Helena e eu tivemos aquele infortúnio envolvimento pela primeira vez. Me subiu um frio na espinha e eu me arrepiei toda só de lembrar. Chacoalhei a cabeça em negativo na tentativa de espantar as lembranças passadas.

— O que foi? — Pergunta Mônica ao me ver pensando longe.

— Nada demais. — Respondo indiferente.

— Vem meus amores! Chegamos! — Mônica pega os dois de uma vez para colocá-los no chão. Eles brincam o tempo todo.

                          *******

Após o almoço Mônica relaxava na piscina com os gêmeos enquanto eu fiquei na varanda tentando achar uma forma de sair dali levando os pequenos comigo.

Mas era praticamente impossível, o sítio ficava a quilômetros de distância da rodoviária. Não tinha pontos de ônibus assim tão próximo. Fugir dali seria uma missão quase que impossível.

— Até quando pensa que irá nos manter aqui?

— A intenção não é mantê-los aqui Alice... apenas vamos nos divertir. Passar um tempo juntos. Isso é crime?

— Mônica você trouxe os gêmeos  sem a permissão da mãe. Você colocou uma arma na minha cabeça e me obrigou entrar no seu carro enquanto você dirigia em fuga até aqui.

— Não seja tão dramática Alice! Estamos todos entre conhecidos. Olhe para os meninos. — Ela faz minha cabeça se virar na direção para onde ela está olhando.

Vejo os gêmeos correndo com uma arma de brinquedo que solta bolas de sabão enquanto um dos irmãos corre tentando estourar o máximo de bolhas que consegue.

—  Olha essa felicidade. Seria bem difícil acreditar que eu estou cometendo um crime contra meus afilhados. Eu tenho total direito de passear com eles.

— Mônica isso é um Sequestro! — Eu grito irritada. Ela me encara serena. — Quanto tempo acha que vai levar para Helena nos achar? E quanto tempo acha que vai levar ate que minha mãe sinta minha falta e chame a polícia? Mônica acorde, você está se complicando por nada.

— Não tenho medo de Helena. E não se preocupe com sua mãe, ela sabe onde você está. Estive o tempo todo falando com ela por whatsaap me passando por você através do seu. — Ela pisca para mim.

— Mônica você fez tudo isso de caso pensado?

— Sim. Eu sabia que seria fácil te envolver e te levar lá pra casa depois de ter aberto seus olhos contra Helena na casa de Natasha.  Se eu dissesse o que queria fazer, você jamais teria aceitado e poderia alerta-la.  Eu fiquei com muita raiva quando você atendeu a ligação de Helena hoje pela manhã, e meus planos estavam indo por água abaixo, porque eu sabia que Helena logo apareceria lá no meu apartamento para te buscar. E eu estava certa. Bom, Helena é boa de briga, eu perdi a primeira luta, mas, não deixaria que ela vencesse a guerra.  Foi quando eu tive a brilhante ideia de fugir do hospital, depois inventei sobre eu estar em um outro hospital e querendo me redimir de tudo. Sei que Helena iria correndo para la, pois, está louca para me trancafiar outra vez. Otária, ela pensa que não sei suas reais intenções. — Ela detalha sua estupidez como se fosse um triunfo.

— Mônica isso é loucura...

— Loucura seria mais uma vez eu me contentar com Helena roubando a minha felicidade. — Ela diz isso e eu presencio a insanidade ardendo em chamas em seu olhar.

🔥 Proximo capitulo: CONTINUAÇÃO PARTE 2 🔥

                 

VANILLA O Sabor Mais Doce   (CONCUÍDO)✔Where stories live. Discover now