A filha do General - EM ANDAMENTO

Por meu Filho - V

一 Quando você me disse que criaria o bastardo daquela rapariga, embora acreditasse ser uma insanidade sua, imaginei que pelo menos o menino tivesse nascido branco, como a mãe 一 resmungou a mãe ao observar o bebê nos braços da filha Sarah e voltou-se ao filho que se servia de um caneco de vinho.

一 Mamãe! Isso é coisa que se diga?! 一 Exclamou a loura com o rosto vermelho de vergonha.

一 Ora Sarah, qualquer um que olhe pra essa criança vê que é um pele vermelha da cabeça aos pés, não tem absolutamente nada da mãe! Sinceramente Andrew, onde quer chegar com isso? Ser ridicularizado a vida toda? Quando esse menino tiver idade pra entender, vai saber na hora que não é seu filho.

一 Não pretendo mentir pra ele, ele vai saber a verdade, que eu o acolhi e o criei, que a mãe dele estava doente da cabeça e o homem que carrega o sangue dele é um bandido, um índio, assassino, ladrão e violador de mulheres. 一 retrucou em tom ríspido 一 E no mais, ele é o herdeiro da minha esposa e graças a ele vou poder manter o controle sobre os bens dela mesmo quando sair o desquite, sem que o general krigher ou os Stevens possam reave-los, então esse pele vermelha é quem vai pagar o dote das meninas e as dividas do seu marido bêbado, então mellhor cuidar bem dele.

一 Um bastardo, herdeiro.一 Marilla revirou os olhos descrente  一Que tempos são estes?

一Já chega mamãe, nunca mais de refira assim ao meu filho, ele é um Norton agora e eu só o trouxe porquê não tenho escolha. Os casos de varíola estão crescendo na cidade, não quero que ele fique doente. E tem Augustine que não me deixa em paz, Elena fugiu novamente e agora ela culpa por isso, não quero ela bisbilhotando no forte ate chegar ao menino.  Aqui ele estará seguro e precisa crescer com um hom exemplo de família e educação religiosa, até que eu me disquete totalmente de Elena e arranje uma nova mãe para ele, é aqui que ele vai crescer.

一 parece que já está decidido então 一 resmungou a mulher 一 Eu não teria problema algum em cuidar de qualquer filho legítimo seu, tiraria do meu próprio prato para alimenta-lo, mas um indiozinho bastardo, nessa casa onde prezamos pela moral e bons costumes, exige que pelo menos os gastos de uma  boca a mais sejam cobertos

一 Não imagine que seria diferente 一falou retirando um envelope do bolso do casaco e entregou-o a mãe que examinou com um sorriso concordativo.

一Deve dar pra uma semana. Terei de ordenhar uma cabra, lavar as fraldas e cueiros....

一 Mamãe.... 一 Sarah balançou a cabeça negativamente 一 não se preocupe meu irmão eu cuidarei pessoalmente do meu sobrinho. 一Falou se aproximando do irmão que lhe deu um beijo na testa e depois outro na fronte do bebê que resmungou mexendo a cabeça prós lados. 一Andy melhor fazer essa barba a pele dos bebês é muito sensível.

一 Dos bebês brancos são, agora esses aí crescem no meio da sujeira e couro de búfalo. Eu vou ver as vacas 一 Falou Marilla enfiando o envelope no bolso do avental.

一 Fique de olho nela, se ela maltratar o menino, me avise.

一Eu vou cuidar dele , prometo. Assim já vou treinando pra quando tiver os meus filhos, meu noivo quer doze! Seis meninos e seis meninas, não vejo a hora de casar e ter meu próprio bebê, deve ser tão maravilhoso trazer uma criança ao mundo. Ela fez uma pausa.... Eu não sei se devo perguntar, mas antes de tudo isso, Elena e eu éramos amigas, quase irmãs, pra onde acha que ela foi? E ela está mesmo louca? Não deveria ir atrás dela?

一 Eu fiz tudo que poderia fazer por Elena e ela quebrou meu coração inúmeras vezes. Nem o mesmo o filho é mais importante pra ela do que aquele índio maldito, deve estar com ele agora. Só prova que eu fiz a coisa certa, tirando-o dela. 一Disse com os olhos marejados e a irmã concordou com a cabeça. 一Mas enfim, há coisas que não podemos controlar, tive de aceitar isso. Eu virei uma vez por semana ver Willian.  Falou se afastando e atarrachando o chapéu na cabeça. 一 Preciso voltar ao forte, tenho uma reunião em algumas horas. Até mais ver, Sarah.