A Batalha de Little Big Horn - II

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Tokalah atravessou o corpo de um homem com uma adaga e seguiu abrindo caminho até Akecheta caído a frente.
Quando vislumbrou o corpo do amigo, não lhe restava mais qualquer sopro de vida, fazendo com que o chefe se debruçar - se sobre ele por instantes tocando sua testa na dele em reverência.

一 Que a grande mãe te receba meu amigo. 一 sussurrou rolando para o lado antes que fosse atingido por um golpe de espada.

一 Maldito pele vermelha! 一 gritou o homem deferindo um segundo golpe fazendo Tokalah desviar mais uma vez e chutar as suas pernas derrubando-o e saltando sobre ele com um golpe de faca na lateral do pescoço. Segurou firme até que o homem parasse de resistir e vasculhou rapidamente a área com o olhar.
A maioria dos homens em pé eram seus aliados, um número incontável de waikikis se amontoava ao chão feridos ou mortos, enquanto Navalha seguia mais a frente reunindo cavalos e homens.

Tokalah retirou rapidamente a cela de um dos animais da Cavalaria e subiu ao lombo. Embora tudo estivesse um pouco confuso conseguiu entender os gritos de Navalha que coordenva todos aqueles que conseguiram montaria a segui-lo, em busca daqueles que agora fugiam em direção ao rio.

O grupo cavalgou em ritmo forte até os waikikis que corriam em desespero, desta vez flechas, machados e facas trataram de por um fim a agonia dos soldados. E o rio ganhou um tom avermelhado quando os corpos eram escalpelados e jogados rio abaixo.

Tokalah observava tudo em silêncio, havia cumprido seu dever, a palavra dada a cavalo louco, os brancos haviam provado da força do povo da terra, mas não haviam motivos para comemorar. O poder dos homens brancos se estendia muito além daquele regimento, toda a terra havia sido dominada por eles e diferente só que aconteceu ali, o indígena sabia que eles eram maioria. Pensou no vale, nos clãs e em sua pequena Wewomi. O pesadelo que teve mais cedo agora com suas mãos cobertas de sangue parecia ainda mais vívido precisava voltar pra casa, pra sua pequena filha e para sua gente.

Os clãs dos Mandan estavam desprotegidos sem seus melhores guerreiros e se um soldado morto fora a desculpa perfeita para assassinar todos no clã de Maralah, o que o forte Bennington faria quando as notícias sobre Big Horn os alcançasse.

Caminhou na direção de Navalha que golpeava incansavelmente o rosto de um soldado com sua faca.

一Ele já está morto. Todos estão 一 Tokalah falou correndo o olhar pela margem do rio.

一 Nem a mãe desse desgraçado vai reconhece-lo.一 Disse Navalha finalmente cessando o ataque e voltando - se a ele. 一 Você e seus homens foram valorosos na batalha de hoje.

一 Foi uma honra, mas voltaremos pra casa. Lutaremos a nosso modo.

一Não tem força para lutar sozinhos contra um exército.

一 E porque estamos lutando se aqueles que amamos estão sozinhos e em perigo? Eu admiro o que estão fazendo e por vezes achei que era o caminho que devia seguir. Mas perdi uma amigo hoje e ele morreu longe de casa, não beijou sua esposa hoje ou brincou com seu filho de que vale a vida se não for pra estar com aqueles que amamos?

一 Covarde 一 ralhou Navalha. 一Estamos lutando por eles! Aquela puta branca deve estar colocando você contra o seu próprio povo.

一 Eu luto pelo meu povo e Elena é minha mulher. Você luta pela vingança, eu também tenho motivos para odiar o homem branco e não julgo o motivo de ninguém aqui, mas não morrerei por vingança, eu vou pra casa, vou ficar com a minha filha, com meu povo enquanto a grande mãe permitir. 一 Falou dando-lhe as costas.

一 Lua Negra! 一 Ouviu a voz de Navalha e quando virou-se viu a psitola apontada para ele seguido do estrondo do disparo.

E em cerca de duas horas, a pouca resistência que havia fugido em direção as colinas, foi cercada por Cavalo Louco e dali nenhum homem escapou com vida.

A filha do General - EM ANDAMENTOWhere stories live. Discover now