Elena

661 60 9
                                    

Elena respirou com alívio ao ver a pequena cidade pela janela da carroça. Depois de dias, não vendo mais que deserto e pedras, Charlottetown trouxe vigor a exaustiva viagem e o anúncio, de que logo estaria em Forte Bennington. E este, horas mais tarde resplandeceu imponente entre a aparentemente árida vegetação do norte de Dakota.

Diferente dos fortes londrinos, Bennington se assemelha mais a uma pequena cidade cercada por altos muros de madeira, do que as grandes construções de pedra da europa. No entanto, segundo seu cocheiro, eram tão eficazes quanto, já que os inimigos aqui nas novas terras, na maioria das vezes usavam flechas e machados. Seguiram pelas ruelas apinhadas de comércio de todos os tipos, frutas, utensílios de cozinha e tecidos, a cercaram por todo o caminho até a maior construção dentro dos muros. O casarão Bennington.

Elena sorriu alegremente com seu rosto pequeno de feições delicadas, emoldurado por cabelos castanhos avermelhados, quando avistou os homens de sua família. Fazia mais de dez anos que não via o pai, o General Donald krigher, que agora impunha cabelos prateados sob o chapéu vermelho e azul cravejado por estrelas douradas que denunciavam sua alta posição dentro do exército.
Ao seu lado, seus dois irmãos, que também mudaram desde a partida para o novo mundo há cerca de seis anos. Edward, continuava galante com sua postura altiva, cabelos quase negros e olhos verde água, e por último Edgar, este por sua vez lembrava mais as feições doces da irmã, era baixo e franzino, e diferente de seu pai e irmão ele tinha um largo sorriso enquanto via as duas mulheres desceram da carruagem.

一 Fez boa viagem? 一 Pergunta o general krigher estendendo a mão à filha.

一Não diria boa, mas aqui estamos sem nenhuma grave intercorrência 一 Diz a garota com a face rosada.

一 Meu Deus, veja que bela moça! O que fizeste com minha irmãzinha ranzinza? 一Diz Edgar enredando a irmã num abraço e a levantando do chão, finalizando com beijo forte em sua bochecha.

一 Edgar não seja inapropriado, ela não é mais uma criança, deve agir com postura 一 reprime o mais velho. 一É um prazer tê - la conosco novamente, Elena 一 Edward beijou sua mão carinhosamente.

一 Obrigada irmão, também não posso conter minha felicidade em vê-los. Eu tenho muitas novidades e trouxe alguns presentes de tia Augustine, mas a viagem foi deveras exaustiva e com muita poeira, creio que Davina e eu necessitamos de um banho com urgência.

一 Sim senhorita, eu adoraria um banho 一 Disse a mulher magra de feições envelhecidas.

一Venham por aqui, Dorothy vai acomodá -las. 一 Diz o general chamando a atenção de uma velha senhora de traços nativos e longas tranças negras.

Já estava na hora do jantar quando Elena despertou do cochilo, ainda exausta da longa viagem a jovem faz um grande esforço para levantar da cama, precisava se aprontar para o jantar, afinal, talvez essa noite pudesse conhecer o futuro marido.

Nas últimas cartas que recebeu de Edgar, ele lhe relatou que o pai pretendia arranjar um bom casamento para ela, e que o pretendente era possivelmente um capitão do exército. Um militar, filho de holandeses, nascido e criado na terra nova, que vinha ganhando fama por seus feitos e certamente, teria uma brilhante carreira a percorrer no novo mundo.

A jovem veste seu melhor traje, um vestido de veludo azul escuro, de cintura bem demarcada e um trançado de fitas no busto. Davina trançou e prendeu parte de seus cabelos num coque, deixando alguns cachos soltos para demonstrar que ela ainda era uma moça solteira, um pouco de pó de arroz e um leve beliscar nas bochechas para parecerem coradas e ela estava pronta.

一 Você está muito bonita, minha menina.一 Diz Davina com um sorriso orgulhoso.

一 O general mandou que venham para a sala de jantar 一 fala a velha índia, surgindo a porta como uma visão fantasmagórica.

A filha do General - EM ANDAMENTOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora