Atos e Consequências

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Capítulo 3

Elena voltou para casa irritada e seguiu a passos firmes até o gabinete do pai, encontrou-o lendo alguns papéis e usou a força ao colocar o pacote com as compras para casamento sobre a mesa de madeira, chamando sua atenção.

- Espero que isso seja apenas ansiedade para mostrar-me o comprou para o casamento - o homem falou sem tirar os olhos do caderno.

- Deu parte do meu dote a ele, sem me consultar? Aquele dinheiro é meu, sei muito bem que minha mãe deixou-o para mim, não tinha esse direito! - Redarguiu a garota com fúria e o pai levantou-se da cadeira encarando-a nos olhos.

- Eu não sei o que o imbecil do Armand lhe ensinou, mas você é uma mulher, a você não pertence nada, nada! - gritou no rosto da filha que continuou a encará-lo, o que deixou-o ainda mais irritado - Eu sou seu pai, eu tomo as decisões por aqui, aquele dinheiro é meu, assim como as roupas que veste ou os sapatos que usa, assim como você! Então não volte a falar nesse tom comigo mocinha.

- Eu não sou parte da sua mobília, não vou me casar com o capitão Norton e quero o meu dinheiro de volta. - Exigiu a garota e recebeu uma bofetada em resposta.

- Você me bateu... - disse a garota consternada.

- E só não baterei novamente porquê deve estar bonita para seu marido em seu casamento, agora pare de insubordinação e saia do meu gabinete - Disse voltando a sua cadeira.

Elena permaneceu perplexa por instantes, embora a revolta e a raiva pulsasse em suas veias, sabia que continuar a desafiar o general só traria a ela uma bela surra, como as que os irmãos levavam quando eram crianças. No entanto, krigher nunca havia levantado a mão para ela, nem mesmo durante as travessuras de infância. Sempre achou que tinha o carinho e a simpatia do pai por ser a única menina, mas naquele instante percebeu que ele só não havia feito antes, porque ela sempre contou com a proteção dos tios, que sempre criticaram a forma violenta de krigher lidar com os meninos. Voltou para seu quarto o mais rápido que pode e se pôs a arrumar as malas, chamando a atenção da ama Davina.

- Posso saber o que se passa senhorita krigher?

-Vamos voltar para a Inglaterra assim que possível, arrume suas malas Davina, deixe-as prontas.

- E eu posso saber o motivo desse disparate todo?

- Meu pai jamais teve a intenção de cumprir com a promessa que fez a minha mãe, O senhor Norton já recebeu parte do meu dote sem mesmo me conhecer, ou seja, não importava quem eu fosse desde que ele recebesse por se casar com a filha do General.

- Ora minha querida e seu pai permitiu que voltássemos à Inglaterra?

- Não sou propriedade dele, Davina. Ele não pode me obrigar a casar com o capitão, minha tia me instruiu sobre isso, sou uma mulher de poses, não uma camponesa para ser entregue a alguém a quem não desejo. Eu deveria tê-la ouvido e ficado na Inglaterra.

- Ora, você estava com saudade de seu pai e seus irmãos, eles são sua família e achei que tivesse apreço pelo capitão Norton, seu rosto ruboriza toda a vez que ele abre a boca e com que dinheiro regressaremos? - A mulher questiona e a moça respira profundamente percebendo que restará apenas alguns dólares da viagem, e tudo que ela possuía estava nas mãos de seu pai ou de seu tio Armand, na Inglaterra. - Querida o capitão Norton parece um bom homem e de longe nota-se, que ele gostou da senhorita. Talvez as coisas dêem certo entre vocês.

A filha do General - EM ANDAMENTOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora