Crows

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[AVISO DE GATILHO: Este capítulo contém conteúdo sensível (Violência EXTREMA E ESTUPRO) caso não se sinta a vontade coloquei uma pequena resenha no fim do capítulo, relatando de uma forma mais branda os acontecimentos para entendimento dos capítulos posteriores.]

Durante alguns minutos tudo que Elena conseguia ver, era o balançar do trote do cavalo e parte da perna coberta de desenhos indecifráveis de seu algoz.
Toda a vez que tentava levantar a cabeça, sentia uma pancada em sua nuca que a fazia perder os sentidos por alguns instantes. Quando o cavalo finalmente parou, viu seu corpo ser arremecado contra o chão e sem poder reagir, sentiu o rosto bater contra o chão arenoso e a boca preencher-se com o gosto de terra e sangue por ter mordido a própria língua.

一 Senhora Elena 一ouviu a voz de Enepay que mesmo amarrado pelos pés e mãos se arrastou até seu lado.

Quando pode assimilar tudo percebeu que estava em um acampamento, havia uma pequena tenda de couro, uma grande fogueira onde parte de um porco selvagem terminava de assar e mais dois selvagens de crânio raspado onde o mais velho deles se abaixou diante dela e segurou seu rosto entre os dedos encarando-a por instantes.

一 Abra a boca. 一 Ele disse com dificuldade 一 Mostre os dentes 一 Repetiu já num tom agressivo e Elena olhou assutada para Enepay que assentiu com a cabeça. Ela entreabriu os lábios e sentiu uma ânsia crescer em seu íntimo quando ele enfiou os dedos sujos em sua boca e raspou a ponta pelos seus dentes. Assim que tirou ela cuspiu contra seu rosto levando uma bofetada que lhe fez tombar para o lado. Em seguida viu ele fazer o mesmo com Enepay que permaneceu de joelhos em silêncio.

一 Posso conseguir uns dois dólares pela mulher, talvez mais e o garoto deve render algumas moedas 一 disse o homem a outro mas alto e forte com um moicano vermelho no topo da cabeça.

Aquele com rosto pintado em duas cores, caminhou até Enepay e cortou o cordão que prendia seus punhos, tornozelos e depois dispôs uma faca na frente dele e em seguida colocou um pequeno punhal em frente a mulher com um sorriso.

一 Não pega 一 disse Enepay rapidamente ao perceber as intenções de Elena ao mirar o objeto 一 São Crows não seremos dignos de sermos mortos por eles se não nos mostramos guerreiros. 一 Sussurou o garoto 一 Não revide, nos deixaram em paz pela manhã ou nos venderão para os mexicanos.

一 Mexicanos, e isso é bom?

一 Eu nunca conheci um mexicano, mas acho que será mais fácil negociar com eles. Principalmente quando souberem quem você é. Não vão querer problemas com a cavalaria. Os Crows não se importam com isso, se souberem quem você é ou se revidarmos, vão nos torturar até imploramos pra que nos matem 一 disse ele em tom baixo.

Ela viu o grupo se reunir ao redor do fogo e ali eles comeram e beberam. Elena tentou imaginar todas as formas possíveis de fugir, mas sabia que além de mais numerosos e armados, o baio com dois sobre o seu lombo jamais seria rápido suficiente para escapar daqueles cavalos que pareciam tão selvagens e perigosos quanto aqueles que os montavam, já que condessa não fora encontrada.

Quando o frio já fazia a jovem tremer e a fogueira jazia em brasas um deles se aproximou dela, agachando em sua altura. Ele tinha penas de águia na cabeça e uma trava atravessando o nariz. Acariciou levemente seu rosto fazendo a mulher recuar e disse algo aos outros que os fez rir.

一O que ele disse? 一 Helena voltou-se ao rapaz aí seu lado.

一 Sua pele... Tão branca e fria como a barriga de uma rã. 一 Disse o selvagem pausadamente em sua língua.

一 Fala meu idioma? Por favor, por favor nos deixe ir. 一 Elena implorou.一 Minha família tem posses, eu tenho posses, darei o que quiserem, mas nos deixem ir 一 E o homem a encarou profundamente nos olhos levou sua mão de forma suave pela lateral de seu rosto até desprender o grampo que segurava os seus cabelos.

A filha do General - EM ANDAMENTOWhere stories live. Discover now