Edgar

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Edgar não estava certo que te tomara a melhor das decisões fechando o acordo com Lua Negra, mas se não o fizesse suas palavras seriam desacreditadas por todos ali, assim como eram por seu pai e o alto escalão da sétima cavalaria.
Mas por sorte seus ideais pacifistas haviam ganhado alguns adeptos no último ano, contando até com a simpatia do governador que lhe deu a missão de iniciar os trâmites para um possível acordo com os nativos da região.

O jovem no entanto não contava que seria tão difícil iniciar uma conversa com os Mandan e levou meses e muitas doses de coragem para se aproximar de Mahalah. Quando as coisas finalmente pareciam fluir a notícia de que Cazy horse havia enviado recrutadores a região pesou sobre as negociações com o chefe do clã do sul, e foi extremamente difícil para ele guardar o segredo de que Charlotetonw seria saqueada.
Ao mesmo tempo que Edgar sentiu-se como um traidor da própria farda, sabia que aquilo era um teste que se passasse ganharia a total confiança de Mahalah, então arriscando ter nas mãos o sangue dos inocentes moradores da cidade, calou-se em prol de um futuro pacífico entre colonos e nativos.

A noite já começava a cair quando voltou a falar com lua Negra, diferente de Mahalah que já havia tido contato com brancos e até mesmo sabia balbucear um inglês ruim, o jovem chefe era um selvagem em sua essência. A pele num tom acobreado, músculos aparentes e cabelos tão negros quanto as noites de inverno. Tokalah tinha feições sérias no rosto de traços bem demarcados e olhos estreitos e negros e brilhantes tal qual seus cabelos.

Mahalah contou-lhe que o clã de Lua Negra cresceu sobre o comando forte de seu pai, Hotake, conhecido como Vento da noite, que cultivou no filho um verdadeiro ódio pelos brancos.
Mahala tinha certeza de que se este ainda vivesse já teria se unido a Crazy Horse há muito tempo pois Vento, apesar de contido e seguindo a tradição Mandan de evitar a violência, quando esta era anunciada, não desperdiçava a chance de pendurar mais um escalpo louro em sua camisa de guerras.

Lua Negra por sua vez, sempre lhe pareceu mais paciente e ponderado que seu falecido pai. Não carregava em seu íntimo o gosto por ter sangue inimigo em suas mãos, mas desde que foram atacados enquanto buscavam um novo acampamento e este perdeu sua esposa, Lua Negra tornou-se mais duro. Decretou que nenhum homem branco que se aproxima-se de seu novo lar deveria sair dali com vida e seguidamente grupos de garimpeiros que buscavam riquezas encontravam seu fim na amais dos nativos. Para sorte de Edgar, Mahalah que comandava o primeiro e menos isolado Clã, não partilhava da mesma lei de lua Negra e os visitantes embora não fossem bem vindos de início, não teriam o peito atravessado por uma flecha se se aproximassem demais.

一 Tudo bem, você consegue Edgar 一 disse a si mesmo respirando profundamente enquanto analisava os mapas cedidos pelo governador e a proposta de limites da reserva.

Quando chegou próximo a fogueira viu Lua Negra e outros dançando ao seu entorno junto a algumas mulheres e pequenas crianças que divertiam-se rindo e correndo entre os adultos.
Edgar sentiu-se e observou, até que seu companheiro de viagem Stuart kleppeh um louro de olhos de um azul escuro e sorriso largo sentou-se ao seu lado.

一Ele não parece tão assustador assim, não é? 一 comentou o rapaz.

一 Eles são homens como nós, só com menos roupas 一 disse com um sorriso brincalhão.

一 É a parte que menos me incomoda neles, mas enfim, soube que ele pediu nossas armas e seu escalpo se não o convencer, você não acha que é uma aposta alta demais? 一 questionou e Edgar soltou um suspiro profundo.

一 Dizem que é um homem sábio e íntegro e eu acho que ele sabe que não há outro caminho, que a paz é a única forma de manter o seu povo e suas tradições de alguma forma.

一 Eu confio em você, mas devia ter apostado apenas os rifles.

一 Se eu não firmar um acordo, prefiro nem voltar, admitir que meu pai estava certo e que não há como conviver com os nativos seria pior que a morte para mim.一 Disse e percebeu que a cabeça e o olhar do amigo já estavam longe, precisamente em cima de uma bela mulher indígena que parecia sorrir de volta a ele. 一 keepleh, não faça isso, lembre porquê estamos aqui.

A filha do General - EM ANDAMENTODär berättelser lever. Upptäck nu