Instinto Selvagem - II

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一 É claro que sinto falta dele. É meu marido.

一Mas não o ama? Ama?

一 E o que você entende dessas coisas ? É uma criança. Vá se deitar e me deixe em paz. 一Ela retrucou e ele balançou a cabeça segurando o riso.

一 É eu não entendo, pode dormir na tenda de Lytonia se quiser. Eu falei com ela.

一Pois eu prefiro dormir num ninho de serpentes.一 Retrucou voltando-se ao fogo一 Obrigado pela pele, agora vá se deitar o sono está fazendo você falar bobagens.

Na manhã seguinte Elena despertou mais cedo que qualquer um, embrulhou a pele e desta vez, deixou-a protegida dentro da tenda de Witchashawakan.
Andou até os barris de pólvora e olhou em volta garantindo que ninguém a espreitava antes de colocar um pouco do pó escuro dentro de uma palha de milho e cuidadosamente embrulha-la e depois levá-la até seu pequeno esconderijo onde muitos outros embrulhos eram acordados cuidadosamente em um buraco embaixo de uma pedra grande.

一 Elena. Ouviu a voz de Tokalah carregada daquele sotaque que fazia seu nome soar como algo totalmente diferente. Ela ajeitou a pedra e virou-se devagar orando silenciosamente pra que ele não tivesse visto nada.

Wewomi estava ao lado dele com um arco enorme. E ele carregava um aljava grande com flechas coloridas nas costas e um arco pequeno enfeitado com penas coloridas que certamente pertencia a pequena ao seu lado.

一 Elena praticar 一 disse mostrando o arco a ela com um sorriso. A mulher assentiu com a cabeça e seguiu-os até os cavalos e de lá cavalgaram em direção as nascentes adentrando cada vez mais o vale.
Quando alcançaram uma clareira, Tokalah iniciou as lições e a menina foi carinhosamente contida pelo pai, tamanha a insistência em usar o arco maior.

Uma das coisas que vinha admirando nos Mandan, era na maneira com que tratavam suas crianças. Carinho, respeito e igualdade eram ensinados desde muito pequenos. Wewomi não tinha nenhum privilégio por ser filha do grande chefe, e assim como as outras crianças, tinha funções e responsabilidades, que cresciam de acordo com a idade. E o pai, dedicava parte de seu dia a ensinar e contar histórias para a filha e nunca vira ele levantar a mão para ela, mesmo quando se comportava de forma malcriada.

Depois de ajudar a menina a lançar a flecha algumas vezes as quais não passaram nem perto do alvo, ele se posicionou atrás de Elena. Enredou-a em seus braços mostrando como devia segurar o arco, firmou a mão dele sobre a dela e ajustou seus braços e quadris até dar a ordem pra que lançasse e a flecha atravessasse a lateral do alvo.

一 Eu aceitei? Eu aceitei! 一 Elena pulou de alegria, mesmo que o disparo não tivesse sido dos melhores havia pelo menos acertado a madeira da lateral do alvo. 一 Você viu isso Wewomi, sou praticamente uma caçadora de búfalos. 一 Disse a menininha que não entendeu nada mas sorriu contagiada com a alegria da mulher.

Tokalah, tomou o arco e disparou três flechas uma seguida da outra acertando por duas vezes o centro do alvo e a terceira no chão mais a frente.

一 Errou uma 一 Elena disse em um tom um tom de desdém e ele caminhou até a flecha e quando a tirou da grama alta, trouxe com ela uma pequena lebre.

一 Exibido 一 Elena sussurou e a menina tentou repetir a palavra. 一 Não Wewomi, isso é feio.

一Feio 一 ela disse dando risada em seguida. 一 Chinkala comi* ela disse apontando para o animalzinho franzindo o rosto parecendo zangada.

一 Wewomi... 一 ele pausou tentando lembrar das palavras 一 não gosta que cace coelho pequeno. 一 Disse Tokalah com dificuldade 一 Elena preparar 一Falou entregando o animal morto a ela.

A filha do General - EM ANDAMENTOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora