36 - Trinta e seis

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Deitado em sua cama Seokjin encarava o marido analisando cada detalhe do rosto do homem que mexia em seu celular, a realidade é que desde a briga por mensagens os dois pouco se falaram. As únicas vezes foram por conta do filho ou assuntos de extrema necessidade.

— Pretende me ignorar por quanto tempo? — Jin tentou iniciar uma conversa. — Olha pra' mim Namjoon. — Pediu com calma.

— Não estou ignorando ninguém, só não quero conversar. — Respondeu rude. — Tenho tido muito trabalho será que podemos conversar outra hora, pode ser? — Inventou uma desculpa qualquer para evitar o marido.

Não pode afirmar que foi às palavras, pois, talvez o tom do moreno pode ser que magoou profundamente Seokjin, mas aquilo fez com que ele chegasse ao ápice da raiva, sentiu-se esgotado tanto mentalmente quanto fisicamente. Nas últimas semanas estava frustrado decepcionado com ele mesmo e a última coisa que precisava era alguém para lhe colocar para baixo ou ser ignorado.

Jin precisava, implorava por apoio carinho e atenção do marido. Não, do desprezo.

— CHEGA! Não aguento mais. — Explodiu em sentimentos assustando o parceiro. — Deve ser foda viver comigo não é? — Se levantou da cama. — Desculpa KIM NAMJOON! Perdão por tentar ser um marido presente, um pai atencioso, coisa que nunca fui e adivinha não tem manual de instruções me ensinando como conciliar tudo isso. — Esfregou o rosto.

— Não coloque palavras em minha boca, se quer insinuei isso. — O marido tentou falar. — Senta aqui vamos conversar como adultos. — Pediu preocupado, até mesmo culpado.

— Agora quer conversar? Olha, foi mal por tentar ser um homem de negócios que dirigi a própria empresa e não precisa viver a sombra do marido, sou um fodido mesmo. — As lágrimas banhavam seu rosto.

— Para com isso vai acordar todo mundo. — Ficou de pé. — Tem visitas na casa pelo amor de Deus. — Insistiu.

— Cala a boca! Você só sai de casa vai até o galpão e no final do dia volta, esse é seu trabalho meu bem e adivinha? Não, eu não reclamo. — Encarou o moreno. — Não te cobro nada, mas você parece um carrasco ultimamente. Vou te fazer o enorme favor e te deixar quieto. — Pegou a carteira com as chaves do carro calçou o chinelo e saiu vestido de pijama.

— Jin! Meu bem volta aqui, onde você tá' indo? — Seguiu o outro. — É quase madrugada vamos dormir.

— Pode dormir em paz, vou pra' um hotel ou durmo no carro mesmo. — Falou sem olhar para trás.

Sem rumo Seokjin dirigiu praticamente em círculos pela cidade, como era madrugada não tinha aonde ir e seu rosto vermelho molhado os olhos inchados devido às lágrimas teimosas que insistia em cair, não, queria qualquer lugar. Ele buscava conforto um ombro amigo que pudesse chorar.

Lembrou-se do único que podia lhe abrigar e ouvir em plena madrugada, Jimin.

Envergonhado estacionou o carro em frente o prédio do loiro, pegou seu celular discou os números do outro que não demorou a atender e em poucas palavras ele explicou sua situação para o professor que o convidou imediatamente para pernoitar em seu apartamento. Aliviado ele desceu do veículo, subiu as escadas correndo e assim que chegou ao apartamento jogou-se nos braços do amigo que o esperava na porta, envolvido pelos braços do dançarino Seokjin chorou alto.

— Ele foi cruel, e eu não fiquei atrás. — Contou triste. — Falei coisas terríveis, não tem perdão o que fizemos um pro o outro hoje. — Abraçados foram até o sofá.

— Calma não fica assim. — Sentou-se com o amigo. — Vocês vão se acertar só precisam conversar com calma, nada se resolve em uma briga. — Foi positivo.

O MAFIOSO E O PROFESSOR DE BALLETOnde as histórias ganham vida. Descobre agora