25 - Vinte e cinco

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Sacrificar o progenitor de cada família era um ritual antigo praticado entre as máfias, isso fazia com que filho não fosse atrás do atual líder buscando por vingança e futuramente o impedia de herdar a liderança perdida pelo pai.

Com a lâmina em mãos o homem ergueu o braço pronto para desferir seu primeiro golpe, foi interrompido por um grupo de convidados barulhentos que invadiram o salão conversando alto atraindo atenção de todos os presentes, aqueles que chegam atrasados não se importaram em ser o centro das atenções até pareciam gostar e fazer tudo para atrair mais ainda o olhar das pessoas. Gargalhavam alto andavam em passos lentos procurando por seus lugares, esses vagos ainda. Não se importaram em interromper a cerimônia.

— Oh! Desculpem, desculpem. — Pediu alto fazendo um gesto com as mãos. — Costume francês, chegar atrasado. Coreanos, não acostumei com jeito tradicional de vocês. Sempre tão certinhos e sérios.

— Apenas achem seus lugares e calem a boca a porra da boca. — Chae ordenou irritado. — Idiotas! — Murmurou.

— Caramba! Chefia calma aí. — Riu. — Meu irmão ficou para trás, lá no estacionando... Mas se insiste podemos continuar ou espera-lo? — Perguntou ainda de pé.

— Seu nome? Diga seu merda. — Questionou sem paciência. — A qual grupo pertence?

— Patrick, da França e sou dos Jeon's. — Sorriu orgulhoso. — Conhece? Que Deus o tenha em bom lugar. Ou não.

— Claro que é. Arruaceiro só podia ser. — Balançou a cabeça em reprovação. — Sem classe, qual outro grupo pertenceria! Ainda bem que chegaram ao fim. — Zombou balançando a arma.

— O-OH! — A plateia disse com a boca aberta e os olhos arregalados.

O anfitrião virou seu corpo em câmera lenta, de costas para a plateia deu de cara com o que jurou ser um fantasma. Jeon Jungkook? Sim. Em carne, osso e uma muleta. Pensou ser brincadeira do destino o homem mancava um pouco e andava com ajuda da madeira, fez um gesto simples com suas mãos e o salão foi tomado por homens diferentes nunca vistos ali.

Armados eles renderam os capangas de Chae, contendo também a multidão alvoroçada e agitada com a aparição do mafioso que até então, estava morto. Jeon era cheio de truques todos sabiam, mas ressuscitar dos mortos, renascer como uma grande fênix isso com toda certeza havia sido o seu melhor truque até hoje, ele pediu que uns dos homens prendessem Chae e tomou da mão do homem o microfone.

— Assustados? — Sorriu simpático. — Vejo o pavor no rosto de todos e bom a felicidade na feição de alguns, o ódio na de outros e claro a curiosidade. Se acalmem! Respirem fundo, contarei tudo desde o início. — Sentou com um pouco de dificuldade no chão, bem na beirada do palco. — Quando fomos para o local da prova eu tinha um plano, eu sempre tenho um. Ah! Desculpem, por favor, soltem Seokjin e o Hobi por gentileza. — Pediu. — Os outros primogênitos também. — Alguns de seus homens subiram até o palco desamarrou os rapazes os ajudando a voltar aos seus lugares. — Voltando, tinha certeza que o senhor Chae se juntaria com Jong-su afinal os dois são quase irmãos não é isso? — Perguntou para o prisioneiro que sorriu irônico. — Pensei em mata-lós por último porque Hui teria que eliminar pelo menos um dos dois. — Gargalhou. — É uma boa linha de raciocínio confessem, mas quando chegamos lá Chae. O Chae você me surpreendeu! Traiu seu irmão no mesmo segundo que desceu de seu carro, atirou no mesmo rindo na cara dele. — Contou vendo o horror no rosto das pessoas.

A máfia aceita tudo, tudo menos traição.

Memória

Os carros pararam no local indicado Jong-su caminhou confiante em direção ao amigo, empolado propôs ao outro que os dois fizessem uma parceria de modo a derrotar os outros concorrentes, Chae gargalhou na cara daquele que dizia ser seu irmão enquanto retirava da cintura sua pistola e apontava a arma em direção a Jong-su. Sem remorso atirou no homem indefeso a queima-roupa, foi preciso apenas uma bala para que o corpo sem vida caísse no chão. Assustado Hui se aproximou tirando satisfação com o assassino. Vendo a discussão imediatamente Jeon entendeu o que acontecia, usou da distração dos dois que brigavam e saiu correndo mata adentro se escondendo em meio a árvores, cansado de correr o moreno escondeu-se por de atrás de uma enorme pedra e sentou no chão quieto ouvindo passos que se aproximavam.

— Jungkook sei que está por perto. — Reconheceu a voz de Hui não muito alta. — Apareça logo, temos pouco tempo antes que Chae nos aches, por favor. — Pediu angustiado. — Olhe vou soltar a arma. — Jogou a mesma para longe.

— O que você quer? — Perguntou. — Está desarmado posso facilmente te matar.

— Chae ele é maligno, vai acabar nos matando você viu o que fez com o próprio amigo. — Tinha medo em seus olhos. — Tenho um plano, pretendo lhe ajudar se deixar os meus filhos viverem. — Propôs. — Poupe meus filhos, esse homem ira matar a sua pequena também Jungkook. — Pela primeira vez o moreno viu um mafioso chorar a seus pés. — Vou fingir te matar e então ele me mata, o resto e por sua conta só quero meus filhos vivos.

— Porque deveria confiar em você? Quem garante que não é como ele? — Duvidou do homem. — Vamos mata-lo juntos, ai voltamos.

— Não vai dar certo ele está se aproximando anda Jeon. — Pegou sua arma. — Confio a você meus filhos, entregue isso a eles e diga que eu os amos. — Jogou um colar nas mãos do outro.

Sentido a presença inimiga se aproximar, Hui gritou o nome de Jeon mirou a arma em direção ao outro e atirou em seu ombro o fazendo cair, Chae chegou na hora exata do tiro, incrédulo questionou a veracidade da morte de Jungkook e para convencer o homem o assassino chutou a perna do moribundo dando um segundo disparo na perna do moreno caído no chão silabando perdão ao rapaz que acenou com a cabeça.

— Matou Jeon? — Questionou desconfiado. — Ótimo muito obrigado, recordarei disso pode ter certeza. — Outro ato de traição atirou na cabeça do mafioso que caiu por cima de Jeon.

Segundo ato de traição do dia, como uma cobra traiçoeira Chae levantou sua mira até a cabeça de Hui apertou o gatilho disparando mais uma bala. O homem caiu sem vida em cima de Jungkook o banhando com seu sangue.

Memória off-

A plateia ouvia todo o relato com atenção e horror, todos eram mafiosos tinham experiências com o mundo do crime, mas sabiam que mesmo dentre os bandidos a traição não era bem vista. Traição não era e nunca foi um ato aceito na sociedade dos grandes mafiosos, eles tinham seu próprio código de conduta e seguiam a risca suas próprias leis.

— Bom depois que Chae deixou o local me rastejei até o carro onde havia deixado um celular novo, liguei para Patrick meu novo amigo. — Apontou para o rapaz. — Ele é fiel, nada que uns dedos a menos não façam não é mesmo? — Riu brincalhão.

— Vá se foder Jeon. — Mostrou o dedo do meio para o homem que gargalhou.

— Temos negócios a tratar agora certo, interrompi sua cerimônia de posse Chae? Desculpa ela é minha agora. — Sorriu de novo. — Primeiro vamos voltar lá no comecinho, tigres e dragões são minhas e foi o que desencadeou tudo isso certo? — Todos confirmaram. — Como prometi a Hui seus filhos venham aqui, por favor, tomem isso. — Entregou a corrente do pai. O brasão da máfia. — Vocês permanecem com a vossa máfia, serão ajudados por mim no que precisar serei padrinho da máfia agora. — Se surpreendeu com o abraço dos garotos. — Também ganharam o território do Jong-su. — Grato os dois irmãos subiram ao palco agradeceram Jeon, abraçaram o moreno, emocionados pelo gesto de lealdade dos mesmos também emocionados e chorosos pela morte do pai. — Quanto ao senhor Chae sei que puno as pessoas arrancando-lhes seus dedos, mas hoje é um evento especial. — Se aproximou do outro.

Jungkook posicionou-se atrás de seu inimigo, uma de suas mãos levou a cabeça do homem puxando forte o seu cabelo expondo seu pescoço e a outra ergueu a mesma katana que usou para ameaçar os inocentes minutos atrás antes, com agilidade elevou o braço e o abaixou em um movimento rápido passou a lâmina afiada na garganta de Chae abrindo-a de orelha a orelha chocando todos. Jeon terminou de decepar a cabeça o homem a separando do corpo, empurro o mesmo no chão ergueu a cabeça o mais alto que pode e gritou.

— UM NOVO COMEÇO! — Quase todos o acompanharam em seu grito de vitória. — VIVA OS JEON'S!

O MAFIOSO E O PROFESSOR DE BALLETWhere stories live. Discover now