Capítulo 50

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Narrado por Zahara

— Não. — digo alto e claro.

— Não o que? — Há um sorriso irônico e maldoso no rosto de Azrael.

— Você não é ele. — Eu olho para o demônio. — Azrael nunca faria isso. Nunca me diria tais coisas. — Cuspo nesse impostor. Como ele ousa assumir a aparência do meu Azrael? O matarei por isso.

Mas não é somente por isso que sei que o demônio na minha frente não é Azrael. Assim que fui colocada de joelhos notei o que estava faltando. Suas mãos estavam vazias, sem nenhum anel em sua mão esquerda. Quem quer que essa criatura seja, não é Azrael.

— Parece que você descobriu meu disfarce. — Ele diz e se vira para a porta. Então sua forma muda. Simples assim. Uma hora ele era um belo homem loiro e agora é um rei sádico de cabelos castanhos e olhar cruel.

— Ydris. — Digo olhando pra ele. Eu faria qualquer coisa para me soltar dessa coleira e pular em sua garganta.

— Você tinha que ver sua cara. Foi hilário! — Ydris fala rindo de tudo isso. Como se as coisas não passassem de um show feito exclusivamente para ele.

— Onde está Azrael? — Pergunto, temendo pela vida do demônio que amo.

— Sabe, você é uma garota esperta Zahara. Foi inteligente vocês enganarem Agamenon e induzi-lo a vir dizer a mim onde você estavam, para estarem esse tempo todo armando uma armadilha. — Por um momento me permito sentir alivio. Ele não sabe nada sobre Agamenon ter nos ajudado. — É uma pena que eu não poupei esforços em enviar muitos dos meus demônios nessa missão de reconhecimento, e não esperar para envia-los depois. —

— Onde Azrael está? — Grito, começando a me preocupar com sua vida. Tento me soltar das correntes mas o demônio que as segura não solta. — Onde ele está? — Exijo saber. Ydris ri.

—Você verá seu animal de estimação em breve. Eu não sabia que você se apegou tanto a ele. Azrael sempre foi muito bonito, mas todos que tentavam tirar algum sentimento dele acabavam mortos. Mora, por exemplo. — A frieza com que ele diz tais palavras me enoja. Me causa repulsa.

— Demônio miserável. — Digo. Ydris faz um sinal para seus demônios.

— Levem-na para o calabouço e a deixem lá até que eu ordene o contrário. Se quer ver Azrael, verá ele. — O rei diz e dá as costas para mim, indo embora.

E sou arrastada até o subsolo do castelo, sendo puxada como um cão na coleira. Pelo menos não prenderam minhas mãos. Porém essa coisa no meu pescoço abafa meus poderes e suga toda minha energia.

 Porém essa coisa no meu pescoço abafa meus poderes e suga toda minha energia

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Finalmente chegamos nas masmorras. Os demônios que me levam são cruéis na forma como me empurram e me puxam para la e para cá, fazendo questão de me sufocar vez ou outra no meio do caminho.

Quando descemos as escadas, já estou cheia de hematomas e com o corpo todo dolorido. Então nós entramos. E eu sinto o cheiro dele. De Azrael. Ele está aqui, em algum lugar. Isso me enlouquece.

Enquanto os demônios me levam até minha cela, passamos por Azrael. E quando me vê, ele se enfurece. Também há uma coleira em seu pescoço. Está banhado de sangue negro, há cortes profundos em seu peito e braços. Seu rosto está ferido e roxo. Vê-lo assim parte meu coração e sinto vontade de chorar

Seu olhar é mortal. Ele anda em círculos e soca as paredes, como um animal selvagem enjaulado. Furioso. Ele está fora de si.

— Azrael... — Digo seu nome, o observando.

Então sou jogada no chão dentro da cela na frente da sua. Solto um gemido de dor e a corrente é retirada da coleira de ferro em meu pescoço. Em seguida os demônios fecham a cela e vão embora.

Lendas de vingança e liberdade - O reino massacradoWhere stories live. Discover now