Narrador observador
Zahara acorda Azrael assim que desperta do seu sonho. Muita informação rodopiava em sua mente, a deixando chocada.
Eles estavam destinados a se encontrarem. Desde o início.
— Você sonhou com ele? O Oráculo? — Pergunta e ele se senta, segurando os braços da Elfa.
— O que ele te disse? — Azrael pergunta impaciente pela resposta. Orando para que ele não tenha dito a ela o que disse a ele.
— O mesmo que disse a você. — Azrael ficou pálido como a morte, muito tenso. — Que devemos nos preocupar apenas com Ydris. Também contou que estávamos destinados a nos encontrar. Que apareceu para meu pai e pediu que ele me mandasse à sua procura. Ele disse algo a mais para você? — Sua cor voltou ao normal e ele suspirou, aliviado.
— Nada de importante. — Azrael puxa Zahara pra ele para que se deite ao seu lado.
— O Oráculo me disse para que eu não me preocupasse com a manifestação dos meus poderes. Que eles surgiriam na hora exata que eu precisasse dele. Vou confiar nisso. Até porque ele já sabe o que acontecerá no fim, não sabe? — Fala, traçando uma linha no braço de Azrael que está sobre ela.
— Tudo se resolverá na hora certa, não se preocupe. — Ele diz.
— Não posso esperar para que tudo isso acabe. Que todos estejam de volta na floresta sagrada reconstruindo seus lares roubados e que nós dois estaremos livres para sermos felizes e levarmos nossa vida da maneira que desejarmos. Você irá para casa comigo, não irá? — Ela pergunta esperançosa olhando nos olhos de Azrael.
Ele sorri tristemente diante da imagem dos dois felizes e livres no futuro.
— É o que quero mais que tudo nesse mundo, meu amor. Sabe disso, não sabe? — Zahara sorri.
— Só queria ter certeza. — Ela sussurra e lhe dá um beijo carinhoso na bochecha.
— Acha que seu povo me aceitaria sabendo que sou um demônio assim como aqueles que os fizeram sofrer por tanto tempo? — Ele pergunta.
— Talvez fiquem receosos no início mas certamente o receberão de braços abertos depois de souberem o que fez por eles. Por nós. Farei de você um Rei consorte, Azrael. — Zahara se diverte com a imagem dos dois usando uma coroa um dia.
— Não acho que eu seria um Rei adequado. Sou malvado esqueceu? Eu aplicaria penas pesadas no povo se eles não me obedecessem. — Zahara ri.
— Não se finja de mal. Sei que você não faria isso. Não mais. — Azrael sorri para a princesa.
— Não me importo em ser rei ou ser seu consorte. Ter você ao meu lado já seria mais que o suficiente. — Ele fala acariciando o rosto da Elfa.
— No próximo equinócio de primavera estaremos no meu palácio comemorando e dançando ao som de harpas e violinos. Então vou te ensinar a dança real, aquela que os reis e rainhas dançam em ocasiões especiais. — Ela imagina, permitindo-se sonhar com a imagem.
— Seria fantástico. — Azrael fala, uma tristeza lhe tomando conta por deixar Zahara iludir-se com tais cenários. Ela certamente estará dançando no próximo equinócio de primavera, mas talvez não seja Azrael seu par.
YOU ARE READING
Lendas de vingança e liberdade - O reino massacrado
FantasySeu povo foi massacrado. Seu reino, conquistado. Zahara era a princesa e uma dos poucos elfos que haviam escapado com vida. Seu pai fez seu último pedido a ela. Que encontrasse a vingança para seu povo no norte em um campo de poeira e névoa. Depois...