Capítulo 30

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Narrador Observador

Azrael dá um último vislumbre em Zahara antes que o feiticeiro o mande para o inferno, que certamente é o lugar que o guerreiro pensa que irá quando morrer. O velho entra na sua frente, impedindo a vista para a princesa.

— Você se arrependerá de ter ajudado aquela elfa. — O homem diz e ergue a adaga que usará para tirar a vida de Azrael.

Ele fecha os olhos, na espera do fim merecido. Ele só consegue pensar em Zahara, mesmo em seu último suspiro.

— O único que se arrependerá de algo aqui é você.— Alguém diz atrás do feiticeiro e enfia uma adaga em seu coração.

Azrael abre os olhos e se depara com Zahara diante dele, acordada. Ele sorri para ela, já que não pode falar.

"Eu sabia que não ficaria naquele pesadelo para sempre."

O guerreiro diz na mente dela e ela sorri também.

— Parece que hoje foi minha vez de salvar sua vida. — Ela fala, e agora que o feiticeiro está morto é possível libertar Azrael das correntes.

"Você e sua mania de sempre me libertar das minhas correntes."

A princesa solta as correntes das mãos e pés do guerreiro, então retira a faca de sua garganta para que ele possa se curar.

— Quando eu vi que este homem ia mata-lo fiquei com tanto medo. — Ela diz, abraçando Azrael, sem se importar em se sujar de sangue. — Medo de te perder. — Ela sussurra no ouvido dele, e o demônio envolve seus braços ao torno do pequeno corpo de Zahara.

Ele fica feliz diante do significado de tais palavras. Que ela o valoriza o suficiente para temer perde-lo.

"Sou difícil de matar."

— Para o meu azar, sim.— Zahara diz, rindo. — Consegue andar? — Ela pergunta, se desvencilhando dos braços de Azrael.

"sim."

Zahara o solta e ele continua em pé. Ótimo, ela pensa. Em poucas horas ele estará curado e ela dará seu sangue a ele para ajudar no processo.

"Você está bem?"

O guerreiro pergunta e a princesa faz que sim.

— Um pouco atordoada e exausta mentalmente, mas bem. Muito melhor que você pelo menos. — Ela brinca e o guerreiro sorri levemente.

"O anel?"

Ele lembra. Zahara mostra o dedo em que ele está.

— Ele apareceu para mim. Só quando o coloquei consegui despertar da minha ilusão. — Ela diz, um pouco cabisbaixa. — Mas nada mudou. Ainda. Me sinto a mesma de sempre. —

"Pelo fato dele a ter despertado já deve significar alguma coisa. Que ele funciona, de certa forma."

— Quero acreditar que sim. — Ela avista a porta que havia desaparecido. — Vamos logo embora, você precisa de um banho imediatamente e eu também. — Ela fala e Azrael a olha de forma pervertida. — Apenas banho, sem gracinhas. — Ela reforça e o guerreiro revira os olhos, mas concorda.

Ele realmente precisa de um banho.

Lendas de vingança e liberdade - O reino massacradoWhere stories live. Discover now