Capítulo 5

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Narrado por Zahara

Ele para a flecha que atirei com a mão. Não é um simples humano.

Estão a cerca de 30 metros de mim. Eu disparo outra flecha, dessa vez no do meio. Antes da flecha o atingir ela para no ar, em seguida cai no chão. Dou um passo para trás.

Então aquele que pegou minha flecha a dispara com a mão, me atingindo no ombro.

arh! Grito de dor, lutando para continuar em pé. Eu os vejo se aproximando de mim. Começo a correr na direção contrária, fazendo o que sou acostumada a fazer: fugir.

Corro o mais rápido que posso. Até que vejo Azrael parado. Quando me vê correndo desesperadamente, franze a sobrancelha. Ele começa a caminhar em minha direção. Ainda estamos um tanto distantes, uns 50 metros.

Estou perdendo muito sangue devido ao ferimento no ombro. Fraca, eu tropeço.

Mas antes que eu atinja o chão algo me segura, envolvendo as mãos em mim. Azrael. Como chegou tão rápido?

— Pensei que tivesse saído para caçar e não ser caçada. — Ele diz, me ridicularizando.

— Cale essa sua boca idiota. — Me esforço para dizer, em seguida olho para trás. Azrael ainda não os viu.

— Eu os senti. — Ele responde. Eu até o xingaria por ler minha mente, mas até mesmo falar faz o ferimento latejar. — Guarde suas ofensas quando estiver em condições de falar. Até lá, fique aqui. — Diz e me senta encostada em uma árvore.

Azrael se põe em pé na minha frente, preparado para enfrentar o inimigo. Os três se aproximam.

— Entregue a Elfa para nós, e nosso mestre considerará poupa-lo. — Um deles propõe. Por que querem a mim?

— Eu até poderia da-la a vocês. — Azrael diz. Eu o olho imediatamente. Demônio traidor. É assim que me agradece por liberta-lo? Ele ri. Provavelmente esse desgraçado está lendo minha mente. — Mas tenho um juramento me amarrando a essa criaturinha frágil. — frágil?

— Eles disseram que você se negaria. Sendo assim... — Os três homens estendem a mão na direção de Azrael e uma rajada de poder é explodida nele.

Eu coloco as mãos na minha frente, me protegendo. Há fumaça por toda parte. O que houve aqui? Azrael está morto?

Começo a ouvir uma risada cruel e com uma pitada de diversão.

— É só isso que tem para mim? — Azrael pergunta, limpando a sujeira do ombro. — Me sinto insultado por terem mandado abatedores como vocês até aqui. — Ele diz.

Os três ficam surpresos por não ter sequer um arranhão no guerreiro sombrio que os encara de forma diabólica. Eles começam a reunir poder outra vez e nuvens negras se formam no céu. Azrael sorri de forma selvagem.

— Vocês podem até conseguir fazer chover. — Ele começa a dizer e sombras negras surgem ao seu redor. — Mas eu sou a tempestade. —Tudo fica escuro de repente, barulhos ensurdecedores de trovões e raios cortam o céu.

Minutos pareceram horas em meio a escuridão.  Quando tudo ficou claro novamente, consigo ver aqueles três homens encapuzados mortos no chão com cortes profundos pelo corpo e um buraco em seus peitos. Azrael havia arrancado seus corações. E devorado.

Quando se aproxima de mim suas mãos estão sujas de sangue e seu rosto todo também.

— Agora vamos tirar isso de você. — Ele fala e põe a mão na flecha cravada em meu ombro. Instantaneamente eu agarro seu pulso, o impedindo que a puxe. Azrael para, me olhando nos olhos.

Apenas o impedi por que estava com medo da dor, mas sei que não posso evita-la.

Ele a arranca de uma vez, me fazendo soltar um grito contido de dor. Para meu azar, o frio só faz a dor ser mais forte.

Eu pego meu cantil cheio d'água, rasgo um pequeno pedaço do meu fino casaco e o molho. Em seguida limpo o ferimento, me esforçando para aguentar a dor aguda. Azrael simplesmente se levanta e sai andando, desaparecendo entre as árvores.

Lendas de vingança e liberdade - O reino massacradoWhere stories live. Discover now