Capítulo 17

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Narrado por Zahara

Quando acordo pela manhã vejo Azrael na janela, observando as pessoas lá fora. Seu cabelo está trançado em uma linda trança viking. Qualquer dia vou pedir que me ensine a fazer uma assim em mim.

Me levanto, visto minhas botas e amarro meu cabelo em um rabo de cavalo.

— Preciso de roupas novas. E vou comprar uma capa com capuz para cobrir seus olhos de demônio. — Ele olha pra mim. — E depois vamos comprar alguma coisa pra mim comer. — Eu vou até a porta e a abro. — Vamos? — Azrael parece um pouco distante hoje.

Ele me segue, fechando a porta atrás de si. Sinto que vai ser um longo dia. E ainda são só seis da manhã. Pra nossa sorte não há muitas pessoas na rua essa hora. Ou seja, a chance de alguém resolver vir nos incomodar é baixa. Mas ainda sim evitamos passar perto dos guardas da cidade. E dos mercenários.

Após uns minutos procurando, avisto um lugar de longe que provavelmente tem o que preciso. Entramos no local e de cara vejo uma capa com um conjunto feminino.

 Entramos no local e de cara vejo uma capa com um conjunto feminino

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Eu pego todo o conjunto e vou atrás de uma capa para Azrael. Encontro uma da mesma cor que a minha e de tecido bom também.

— Essa tá boa pra você? — Pergunto.

— Tanto faz. — Ele diz dando de ombros. Eu a entrego e vou até as cortinas para ver se as roupas que peguei servem. Eu as coloco juntamente com a capa. São um pouco justas, mas ainda é possível ter certa agilidade com elas.

Saio do provador improvisado e vou até Azrael, que também já vestiu sua capa.

— Você fica ainda mais assustador com isso. —Digo e ele se vira, me olhando dos pés a cabeça. — O que achou? —Pergunto, dando uma voltinha.

— Está aceitável. — Ele fala e eu dou um tapinha em seu ombro. — Aceitável? Estou encantadora! — Falo, fingindo estar brava.

— Você estaria encantadora se estivesse usando um vestido. Mas confesso que essa roupa lhe caiu bem, princesa. — Ele fala e vamos pagar pelas roupas.

— Quando eu recuperar meu lar, vai se enjoar de me ver usando vestidos. — Digo e dou as 30 moedas de ouro cobradas pelo artesão. Azrael olha para mim, surpreso.

— Vai querer que eu esteja em seu reino? — Ele pergunta enquanto saímos do local.

— Se você se comportar e prometer não assustar as crianças ou matar os elfos, posso conceder um lar para você floresta do povo Feérico. — Falo e Azrael ri. — Até porque tecnicamente você é minha responsabilidade a partir do momento que te libertei. — Digo.

— Um lar... — Ele diz, pensativo.

— Se você quiser é claro. Nada mais justo por você estar me ajudando nisso. —

— Também tenho meus próprios interesses em estar te ajudando. —

— De qualquer forma, sempre terá um lugar para você comigo. — Falo. — Quer dizer, na minha floresta. — Corrijo. Por que eu disse "comigo"? — A menos que queira voltar para seu mundo. — Azrael não responde. Ele parece pensar na ideia.

— Tenho coisas inacabadas em meu mundo. — Ele fala. Não sei porque fiquei... chateada com isso. Pelo fato dele ter que ir embora. Bom, acho que ele teria que voltar de qualquer forma. Talvez ele não tenha gostado ou se acostumado aqui. Ou comigo...

Já são quase sete da manhã e as pessoas estão indo para seus trabalhos. Eu coloco meu capuz e dou um cutucão em Azrael.

— Coloque logo isso. — Digo e ele também coloca seu capuz, que cobre parcialmente seus olhos. — Quando montar em um cavalo vestindo isso vai parecer um cavaleiro da morte. — Falo, rindo.

— Sou pior que um, então não faz sentido. — Eu reviro os olhos

— Idiota arrogante. - Azrael solta uma risadinha maldosa. — Vamos procurar uma padaria agora. — Falo.

Peço uma torta de morango e um pouco de suco de laranja para o padeiro e depois de poucos minutinhos ele leva meu pedido até mim na mesa.

— O que mais precisa fazer nessa cidade? — Azrael pergunta enquanto tomo meu café da manhã delicioso.

— Hmm. — Termino de mastigar. — Preciso recuperar um anel mágico. — Falo baixinho.

— E onde esse anel mágico está? — Ele pergunta.

— Há uma propriedade real no centro de Arthland. Fiquei sabendo que o rei o guarda lá junto com outros tesouros. Hoje nós iremos até lá apenas para observar e formular um plano, para depois recuperarmos o anel. — Falo e bebo um pouco do suco. — Sabe, deveria experimentar essa torna, está deliciosa Azrael. — espeto um pedaço dela com o garfo, a levando próxima da boca de Azrael.

— Não quero essa torta idiota. — Ele fala, afastando minha mão.

— Só um pedaço para experimentar. Ela não vai te matar. — Insisto.

— Demônios são alérgicos a morango. — Ele inventa, tentando escapar da minha insistência. — Mas eu aceito sangue. — Eu reviro os olhos.

Termino de comer e pago o padeiro com uma moeda de prata.

— Vamos pegar os cavalos para irmos até a casa real. Depois eu penso em deixa-lo beber mais um pouco do meu sangue viciante. — Falo e vamos até o alojamento de Lydia para pegarmos os corcéis.

Lendas de vingança e liberdade - O reino massacradoWhere stories live. Discover now