Lendas de vingança e liberdade - O reino massacrado

Capítulo 37

Narrado por Zahara

Eu dormi nua a noite toda, já que Azrael deu minhas roupas para aquela garçonete lavar.

Ela veio ao nosso quarto pela manhã com as roupas limpas dobradas e as entregou diretamente para mim, já que eu já havia me recuperado para andar novamente.

Quando eu e Azrael descíamos para partir, fomos abordados por um padre na frente da taverna.

— Ellie me contou o que fizeram por nós essa noite. Alguns homens encontraram o corpo do lobo na floresta ao leste do vilarejo mais cedo. — O velho diz e tira algo de dentro do casaco. — Receba isso como agradecimento por nos salvar, Milady. — Ele diz e me entrega uma bolsa de dinheiro.

— Ficamos feliz em apenas ter livrado esse mal de vocês. — Digo, colocando minha mão sobre a mão do padre.

— Aceitamos seus agradecimentos. — Azrael diz e pega o dinheiro. Eu olho feio pra ele, que dá de ombros. Que seja.

— Obrigada. — Agradeço e o padre sorri.

Então nós montamos em nossos cavalos e partimos do vilarejo.

Dia seguinte...

— Seu cabelo está maior que o meu. — Digo observando Azrael por trás, acima de seu cavalo.

O cabelo dele está quase no final das costas enquanto o meu bate um palmo pra cima do cotovelo.

— Se bem me lembro minhas mãos ficaram um pouco ocupadas enquanto eu estava acorrentado por 600 anos num castelo abandonado. — Ele fala e minha mente se ilumina com um pensamento hilário.

— Não, eu não acredito que não pensei nisso antes. — Digo, me segurando para não explodir em risadas. — Você estava preso no alto da torre de um castelo esse tempo todo. Tem longos cabelos loiros e foi resgatado por mim, que estava me escondendo naquele castelo. — Azrael olha para trás.

— Aonde quer chegar com isso? — Ele pergunta, franzindo a sobrancelha.

— Você é a Rapunzel! — Digo e dessa vez não seguro a gargalhada que me escapa. — Eu deveria ter dito "jogue seus cabelos Rapunzel" quando encontrei você. Perdi uma oportunidade e tanto. —

— Você é a pessoa mais idiota e sem noção que eu já tive o desprazer de conhecer. — Azrael diz mas mesmo estando atrás dele, consigo ver um sorriso lhe escapar.

— Agora nós duas somos princesas. O próximo passo é conseguir um vestido adequado para você. Qual cor prefere, Roxo ou azul? — Isso está sendo sensacional. Eu apresso meu corcel para que ele trote ao lado do de Azrael para que eu possa ver seu rosto.

— Isso é ridículo. - Ele diz. —

— Ah qual foi, não gostou da brincadeira Rapunzel? Prefere que eu te chame de Cinderela, é isso? — Digo entre risos, então de repente sou empurrada de cima do meu cavalo, caindo no chão.

— Ei! — Reclamo após cair de bunda no chão. Azrael me olha com um sorrisinho maldoso e irônico no rosto.

— Quer que eu jogue meus cabelos para você subir de volta? — Ele responde dando risada, e é impossível ficar séria ou brava diante disso. — Quem está rindo agora, hein? — Ele pergunta e eu subo novamente no meu cavalo.

— Você é um cara cruel. Como pude me apaixonar por você? — Digo, fingindo estar brava.

— Não subestime o poder de sedução das trevas. Até o coração mais puro pode ser atraído por ela.— Azrael responde me olhando com um sorriso de lado, orgulhoso.

— Acho que nenhuma garota resiste a um cara mau, no final das contas. — Eu olho pra ele de forma travessa, e Azrael pareceu prever o que eu ia dizer pela forma como ele suspirou e revirou os olhos. — Mas esse não é seu caso, até porque você é uma princesa, não é Rapunzel? — Volto a rir feito criança de e até ele deixa escapar um sorriso contido.

— Continue me chamando de Rapunzel e vou te empurrar desse cavalo outra vez. —

— Como quiser. — Falo escondendo uma risada.