Capítulo 42

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Narrado por Zahara

— Este é Agamenon, aquele que disse a você nas festividades de equinócio. — Falo a Azrael, começando a apresenta-los. — Agamenon, este é Azrael. O demônio que tem me ajudado a reconquistar nosso lar. — Agamenon parece muito, muito confuso com tudo isso.

— Ajudando? Como ele pode conspirar contra a própria raça? — Pergunta, cruzando os braços.

—"Ele" pode falar por si mesmo. — Azrael diz, mostrando os dentes para Agamenon, que também mostra os seus. — O que foi? O mascote está como ciúme de sua princesa? — Azrael pergunta apenas para provocar Agamenon.

— Pare com isso Azrael, não queremos que ele tenha a impressão errada de você. — Falo, tentando acalmar as coisas. Ele se desvencilha de mim e caminha até Agamenon, ambos quase colados um no outro se encarando, enfrentando um ao outro numa disputa de território.

— Ele é um demônio. Não há como não tirar conclusões erradas. Foi ele quem assassinou milhares em um único dia, transformando um reino em cinzas.— Agamenon diz.

— Azrael salvou minha vida diversas vezes. E ele não matou aquelas pessoas Agamenon, Ydris matou. — Explico.

— Isso foi a 600 anos, como um rei humano poderia ter feito tal coisa?—

— Nós temos muito o que conversar, Agamenon. Mas preciso que os dois parem de com seu joguinho idiota de quem tem o pau maior e ajam como adultos. — Digo, irritada.

— Perdoe-me, Vossa Majestade. — Agamenon diz com uma leve reverencia e se afasta, cedendo. Ele pareceu muito contrariado em fazer isso, mas me obedeceu.

— Azrael, vá buscar nossos cavalos. —Mando, porque provavelmente essa conversa será melhor sem ele e seus insultos. Quando ele se afasta, eu solto um suspiro.

— Como pode confiar nele? — Agamenon pergunta e eu não gosto da forma como ele fala de Azrael. Mas eu tento compreender seu lado. Os demônios já fizeram muito mal a todos e são criaturas horríveis, não é de se surpreender que Agamenon não confie nele assim tão rápido. Nem eu confiei.

— Agamenon, há muito por trás de tudo isso. É da vontade dos próprios espíritos sagrados que nós lutemos lado a lado. — Começo dizendo. — Sei que parece difícil de entender, mas Azrael é um aliado muito poderoso. Ele pode não ter queimado aquele reino mas seu poder vai além da compreensão. — Explico.

— Como, princesa? Como isso foi acontecer? — Ele pergunta.

— Meu próprio pai ordenou que eu o encontrasse antes de morrer. Então eu procurei por Azrael durante todos esses anos e o encontrei há algumas semanas. Eu o libertei perante um juramento de lealdade. Ele pode parecer ser um cara difícil, mas tente não insultá-lo mais com suas palavras. —

— Por que ele seria diferente? Ele é um demônio Princesa.— Eu suspiro, nervosa.

— Azrael tinha uma irmã que foi levada pelo rei dos demônios. Ela foi estuprada e assassinada. Mora era um espírito de luz que não se encaixava naquele mundo, diferente dos outros. Azrael a protegeu e cuidou dela durante toda sua vida. Um demônio qualquer não teria tal piedade, não concorda? — Agamenon parece pensativo.

— Rei demônio? — Ele pergunta.

— Azrael me contou que Ydris na verdade é um rei demônio que se infiltrou no reino dos homens para arquitetar seu plano de governar todo o continente. Foi Ydris que matou meu ancestral Rei Aslaug, aquele cujo tinha as chamas da mãe e os raios do pai. — Agamenon parece tão chocado quanto eu quando soube disso. — Ele quem dizimou aquele reino há 600 anos, e quando Azrael veio para vingar sua irmã, Ydrys o culpou por isso e ele foi aprisionado por algo que não fez durante séculos. —

— Agora algumas coisas fazem sentido. Do porquê Ydris não gostou nada quando soube que um demônio exilado havia se libertado. Era de Azrael quem ele falava. — Agamenon diz.

— Entende agora? Não estou dizendo que Azrael é um santo, apenas que ele foi muito injustiçado durante toda sua vida. E ele abriu mão da sua liberdade para salvar minha vida diversas vezes. Nós comemoramos o equinócio de primavera juntos em Arthland. Dê uma chance a ele, Agamenon. — Peço, alisando seu braço.

— Posso levar tempo para confiar nele, princesa. —

— Sei disso. Mas lembre-se que ele está do nosso lado e está disposto a fazer o que for necessário por mim. — Eu o vejo se aproximando com os corcéis e sorrio amorosamente para ele.

—Você está apaixonada por ele, não está? — Agamenon pergunta, vendo a forma como olho e sorrio para Azrael.

— Eu o amo. O amo com toda a força e a alma que há em meu ser. — Falo.

"Eu também te amo, minha pequena coisinha ousada."

O ouço em minha mente.

Agamenon está atordoado, encarando Azrael.

— Eu o ouvi dizer essas palavras em minha mente, você também?— Me pergunta confuso.

— Azrael tem o hábito de se comunicar de formas peculiares. — Digo o encarando quando ele finalmente aparece diante de nós. — Não invada a mente de Agamenon sem sua permissão, estamos entendidos? — Ordeno a ele, lhe apontando um dedo contra seu peito.

— Como quiser, Vossa Alteza. — Ele promete fazendo uma reverencia exagerada do qual ele tem costume de fazer para me provocar.

Eu olho para Agamenon outra vez e o abraço novamente.

— Estou grata em vê-lo vivo, meu caro amigo. — Falo.

—Também estou profundamente feliz em revê-la, princesa Zahara. —

— Não tem nenhuma flor pra mim hoje? — Pergunto quando me afasto, sorrindo com a lembrança dos velhos tempos. Agamenon ri.

— Terei prazer em buscar uma para você, se assim desejar. — Ele diz. — Ou se quiser subir em meus ombros para me fazer como um animal de carga igual fazia quando era jovem. — Vejo um sorriso escapar de Azrael.

— Falando assim você faz parecer que eu o tinha como um escravo! — Digo dando um empurrãozinho em seu ombro.

— Se quiser montar em alguém Zahara, terei um imenso prazer em ser sua montaria. Você certamente gritará de felicidade. — Azrael diz dando ênfase nas palavras de forma perversa e provocativa em meu ouvido, sabendo que Agamenon está ouvindo. Há um sorriso malicioso em seu rosto.

— Você é um pervertido. Mas fiquei interessada na sua proposta, estou afim de me divertir um pouco mais tarde. — Azrael ri e eu o em empurro. — Agora cale essa boca e me deixe conversar com Agamenon. — Digo entre risos.

— Não tem mais nada para fazer, Rapunzel? — Agamenon provoca e Azrael sorri para o elfo, em seguida mostrando o dedo do meio para ele. Agamenon devolve a ofensa.

— Vocês parecem crianças. — Digo rindo com a situação.

 — Digo rindo com a situação

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Recado da autora

Pessoal tentem entender o lado de Agamenon. É difícil para ele compreender que um ser cruel como um demônio pode ser um aliado. Ele foi torturado e obrigado a se ajoelhar perante essas criaturas, por isso sua falta de confiança. Não odeiem ele por não conhecer nosso Demônio favorito como Zahara o conhece. Ele só quer o bem do povo e da princesa.
Juro que vocês vão gostar dele!

Lendas de vingança e liberdade - O reino massacradoحيث تعيش القصص. اكتشف الآن