Prólogo

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— Papai, pode me contar uma história antes de dormir? — Pergunta a pequena Zahara já em sua cama no grande palácio da floresta sagrada Feérica.

— Prefere qual delas? — Seu pai pergunta e ela sorri de forma travessa.

— Uma assustadora! — pede a garotinha.

— Já ouviu falar na lenda de Azrael o anjo da morte? — A pequenina faz que não com a cabeça. — Ele é um poderoso guerreiro que deixou seu mundo e veio para o nosso centenas de anos atrás. —

— Por que? — Zahara indaga, curiosa como sempre.

— Ninguém sabe ao certo. Dizem que seu mundo era lar dos mais perversos e cruéis monstros e que Azrael veio para nossa terra em busca de mais poder para si mesmo, tentando conquista-la. Com seu imenso dragão negro, ele devastou um reino inteiro e o transformou em cinzas, deixando apenas o castelo onde daria início ao seu império sombrio. —

— E que reino é esse papai? — A menina pergunta, querendo saber o lugar do qual ela jamais irá querer chegar perto.

— Seu nome foi esquecido para que ninguém soubesse sua localização. Azrael foi amaldiçoado por um espírito ancestral antigo. Ele ficaria trancafiado naquele castelo por toda a eternidade. — Explica.

— Mas qual o motivo de ninguém poder saber onde é esse lugar? —

— Há outra lenda que diz que o homem ou mulher corajosos o suficiente para enfrentar sua face e saírem vivos, poderiam liberta-lo se desejassem.—

— Por que alguém libertaria ele? isso seria muita burrice papai. — O homem ri e se levanta do banco que estava sentado.

— Realmente querida. Agora vá dormir, você irá acordar cedo amanhã para treinar. — A pequena elfa Zahara sorri.

— Um dia quero ser uma rainha forte igual você, papai. — Ela diz e fecha os olhos, sonolenta.

— Você será, minha pequena. — Diz o Rei dos Elfos da floresta para a jovem princesa, sua filha.

dia seguinte

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dia seguinte...

Tudo estava acabado. Havia fogo e desgraça por toda parte. O povo Feérico da floresta estava sendo morto pelo Rei sádico de Ilium que cobiçava aquela terra para ele. Em meio a todo esse genocídio a sangue frio estava Zahara, que devia estar treinando arco e flecha e não fugindo da espada de um assassino.

Seu pai, o Rei dos elfos, a estava defendendo sozinho. Ele se ajoelha diante da garotinha, os olhos cheios de lágrimas.

— Fuja, Zahara. Vá para o norte, onde encontrará um campo de poeira e névoa. Lá, busque a vingança e a liberdade do nosso povo. —

Narrado por Zahara

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Narrado por Zahara

Já fazem 11 anos desde que mataram e escravizaram meu povo até não sobrar quase ninguém, além de mim

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Já fazem 11 anos desde que mataram e escravizaram meu povo até não sobrar quase ninguém, além de mim. A herdeira de um reino esquecido e massacrado, sem um trono, sem um povo. Completamente sozinha. Desde então eu tenho fugindo de Ydris, o Rei de Ilium que mandou assassinar minha espécie.

Eu fugi e me escondi durante anos em busca de um único objetivo: um campo de poeira e névoa, no norte.

Nunca entendi por que meu pai pediu que eu viesse para cá. Depois de todos esses anos eu nunca encontrei o campo que ele pediu que eu
encontrasse. O que há lá que eu possa usar para vingar meu povo?

Com um capuz para esconder minhas orelhas pontudas, eu atravesso um vilarejo. Minha velha égua morreu há 5 dias, desde então tenho viajado a pé, ainda em busca do que nunca encontrei. Vingança e liberdade.

Está ventando muito hoje. O dia está mais silencioso que o comum. Tudo parece diferente, distante. O que o destino tem em mente para mim neste dia tão anormal?

Conforme ando pelo vilarejo ouço barulho de cavalos correndo. Olho para trás devagar. Os homens do rei me encontraram. Apesar de estar farta de fugir, eu começo a correr.

Corro o mais rápido que posso até que saio do vilarejo e entro na floresta. Ainda os ouço me perseguirem. Como fui encontrada? Eu continuo correndo até sentir que meu pulmão irá se estilhaçar. Eles estão mais perto. Droga!

Corro tanto que até mesmo a floresta acaba. Eu paro repentinamente, completamente sem fôlego. Não devido a eu estar fugindo, e sim pelo o que está na minha frente.

Um campo vazio, sem árvore ou arbusto, apenas feito de poeira. E névoa. Névoa tão intensa que é impossível enxergar algo há mais de 5 metros a frente.

Olho para trás. Os cavaleiros do rei estão quase me alcançando. Eu fecho os olhos por um instante, ainda parada diante do campo.

Finalmente encontrei meu destino. Mas tudo ainda parece tão... solitário e vazio. Ouço os cavalos mais pertos que nunca e preciso tomar uma ação imediatamente. Sem hesitar, eu entro no campo de poeira e névoa.

Esse lugar é assustador. Cheira a morte e podridão. O silêncio é perturbador, mas ainda sim é como se eu estivesse ouvindo gritos de desespero por toda parte. Além da névoa, também há algo a mais no ar. Cinzas.

Eu vejo algo que me faz paralisar. Um castelo. Imenso e completamente abandonado. O que meu pai tinha em mente, me enviando até esse lugar maldito? O que há entre as paredes despedaçadas deste grande castelo?

Ouço barulho de homens conversando entre si e cavalos trotando. Eles entraram no campo atrás de mim.

Se eu ficar aqui fora, certamente terei uma espada cravada no meu coração. Se eu entrar, posso ter a morte como destino também. Não há mais nada pra mim. Não tenho um lar, um povo e nem uma família. Nada pode ser tirado de mim. Então, acho que posso arriscar.

Eu entro no castelo.

Lendas de vingança e liberdade - O reino massacradoOù les histoires vivent. Découvrez maintenant