Capítulo 27

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Narrador observador

Conforme Azrael andava pelo corredor do alojamento, seu sorriso satisfeito não saiu de seu rosto.

— Porra, eu precisava disso.— Ele sussurra enquanto se aproxima dos corcéis. Enquanto ele alimenta os animais, sua mente vagueia.

A forma como Zahara sorriu quando ele disse que ela era o motivo de sua mudança. Ele quer que ela sorria pra ele de novo dessa forma. Com pura e inocência e alegria iluminando seu rosto angelical. Como alguém como ela se sente atraída por ele? Zahara é esperançosa, iluminada e cheia de vida apesar de seus inúmeros problemas. Sempre há espaço em sua vida para apreciar as estrelas, não importa o tamanho de seu problema.

Ela perdeu sua família, seu povo e seu lar. Que diferente do dele, era um lugar feliz e acolhedor. Deve ter sido terrível. E ainda assim sua luz continuou a brilhar. Enquanto a perda de Azrael o fez mergulhar em escuridão. E é como se Zahara o tivesse arrancado desse poço escuro e vazio, trazendo luz a sua vida.

Pela primeira vez ele se sente esperançoso. Que talvez, apenas talvez, ele possa ter uma vida aqui. Com ela, com sua pequena e protegida Zahara.

Azrael a sente próxima dele. Ele sabe quando ela se aproxima pela vibração em seu coração, como se ele disse "ei, sua garota favorita está ai. Dê atenção a ela agora."

Ele se vira para trás e a vê se aproximando, a trança que ele havia feito um pouco bagunçada, porém ainda inteira.

— Eu tenho certeza que se eu montar nesse cavalo vou me arrepender. — Ela diz e ele se segura para não rir. — Você pegou pesado logo pela manhã, isso complica tudo.— Ela reclama, dando uma maçã para seu corcel.

— Prefere montar em mim? — Ele pergunta com a intenção de tirar sarro da garota.

— Cale essa boca suja e pervertida. — Azrael ri.— Temos uma coisa realmente importante para fazer. E difícil. — Ela fala, montando em seu cavalo.

— Como pretende entrar na mansão? — O guerreiro pergunta, apesar dele já ter seu próprio plano para isso. Que envolve matar os guardas do portão principal e eliminar qualquer obstáculo. Ele monta em seu cavalo e eles começam ir em direção ao seu destino.

— Eu estava realmente pensando em pedir-lhes que por favor deixasse uma estranha vagar na propriedade real. Mas é meio obvio que não funcionará. Então pretendo entrar por trás onde teremos menos atenção ou resistência. — Ela explica seu plano. — Sei que é um plano simples, mas é que eu sou mais uma improvisadora nata do que uma planejadora cuidadosa. —

— Faremos assim, então, — Azrael concorda e eles cursam o resto do caminho em silencio, ambos antecipando situações de perigo e ponderando a melhor maneira de evita-las.

Atrás da mansão há um bosque pouco frequentado e abandonado, no qual deixam seus cavalos amarrados ás arvores. Há três guardas protegendo essa parte da muralha, ambos em alerta com qualquer presença.

— Tente apenas deixa-los inconscientes. — Zahara pede conforme se aproximam da muralha.

— Ei, vocês ai. Parados. — O guarda fala, pegando sua espada banhada em sangue de demônio.

Azrael envia suas sombras e elas adentram os guardas, os fazendo caírem instantaneamente. Isso exige uma quantidade muito específica e concentrada do poder de Azrael, uma vez que ele não foi feito para deixar outros inconscientes e sim matar suas vítimas. Mas ele conseguiu.

— Eu estava pensando em entr... — Zahara começa a dizer mas é interrompida quando Azrael a pega no colo e simplesmente a arremessa pro alto, a fazendo cair pro lado de dentro com uma pancada. Doeu, mas ela vai sobreviver.

A princesa se levanta e olha ao redor, dando de cara com mais guardas apontando suas espadas para ela. Então ela ouve outra coisa se chocar no chão atrás de si, e ondas de sombras são enviadas na direção desses guardas também.

— Você poderia ter me avisado. — Ela diz levemente irritada com o guerreiro quando ele vem para seu lado.

— Você não concordaria. — "Realmente". ela pensou mas não disse.

Eles se aproximam da entrada traseira da mansão e mais uma dezena de guardas vem ao seu encontro.

— Zahara, não posso desperdiçar muito do meu poder para adormecê-los. — Azrael diz, derrubando-os antes que se aproximem muito.

— Então vamos entrar logo. — Ela diz sacando sua adaga e eles entram na propriedade.

Há um grande e iluminado salão principal vazio. Há portas de madeiras espalhadas por toda parte, dezenas delas.

— Qual delas leva até a sala do tesouro? — Zahara pergunta, indecisa de por onde começar. Ela estranhou o fato de não ter nenhum guarda ali dentro.

Azrael agita suas sombras, e com um comendo as envia, cada uma atravessando uma porta para buscarem o que eles procuram.

— A penúltima a esquerda. Há algo lá dentro. — Azrael fala e eles se aproximam da porta. Ela se abre sozinha quando se aproximam.

Tudo lá dentro é escuro, mesmo para a visão feérica aguçada de Zahara.

— Vamos logo com isso. — Azrael diz e os dois entram na sala.

Lendas de vingança e liberdade - O reino massacradoWhere stories live. Discover now