Narrado por Zahara
Azrael foi atingido por uma flecha nas costas, que atravessou seu estômago e quase me perfurou. Mas não há ninguém no quarto! Olho pela janela e vejo um arqueiro em cima de uma casa, com outra flecha prestes a ser disparada.
A flecha é disparada. Correndo contra a morte, eu vou até a janela. Se eu tivesse esperado mais meio segundo, a flecha teria atingido meu rosto e não o vidro. Eu vou até Azrael que está ajoelhado e com as mãos na flecha.
— Ela está banhada em sangue de demônio.—Ele diz e retira a flecha.
— Precisamos sair daqui imediatamente, vamos. — Falo. Coloco meu arco e minha aljava nas costas e pego nosso dinheiro.
— Não. — Azrael fala, se levantando.
— Eles nos encontraram, precisamos fugir!— digo indo até Azrael para se certificar que ele não vai cair morto. — Está em condições de continuar em pé? — Pergunto, dando uma olhada no ferimento.
— Enviaram um arqueiro para eliminar uma ameaça que acreditam ser vampiros. São da guarda da cidade. A flecha banhada em sangue de demônio era apenas por precaução. — Ele fala, indo até a janela.
— Ele só está fazendo seu trabalho protegendo a cidade. Seria a coisa certa mata-lo? — Falo indo até a janela também, segurando o braço de Azrael.
— Não me importo. Tentaram nos machucar e vão pagar com suas vidas. — Azrael fala e então aquele arqueiro cai morto no chão, de repente.
Eu me afasto dele, desacreditada com sua frieza.
— Eles mandarão outros no lugar deste, sabem onde estamos. Você o matou por diversão! — Falo, me afastando de Azrael.
— Matarei quem quer que cruzar meu caminho. — Ele fala, olhando para mim.
Eu penso em dizer que ele é um monstro. Penso em dizer que eu estava enganada pensando que ele estava mudando. Mas no final não adiantaria nada. Ele continuaria um demônio cruel e eu continuaria precisando dele. Para ele não importa se pessoas inocentes morrerão na trajetória, ele apenas quer sua vingança. Ele provavelmente não vê a hora em que estará livre do nosso juramento.
Mas a culpada disso tudo sou eu. Eu causei a morte dessas pessoas. Eu soltei o mal no mundo. A culpa é inteiramente minha por eu estar decepcionada, por acreditar que Azrael não era tão frio e cruel.
Então resolvo não dizer nada. Apenas vou até a porta e saio de perto dele. Como posso dormir ao lado de um monstro e me sentir segura? Como posso me deixar atrair por alguém como ele?
— Isso foi um erro. — Sussurro mais para mim mesma, andando pelo corredor. — A PORRA de um erro! — Grito, dando um soco na parede. — AH! — Solto um grito de dor por ter machucado a mão no cimento.
Eu preciso ficar sozinha por alguns instantes. Coloco o capuz sobre minha cabeça e saio do alojamento.
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Lendas de vingança e liberdade - O reino massacrado
FantasySeu povo foi massacrado. Seu reino, conquistado. Zahara era a princesa e uma dos poucos elfos que haviam escapado com vida. Seu pai fez seu último pedido a ela. Que encontrasse a vingança para seu povo no norte em um campo de poeira e névoa. Depois...