Capítulo 21

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Narrado por Zahara

Azrael foi atingido por uma flecha nas costas, que atravessou seu estômago e quase me perfurou. Mas não há ninguém no quarto! Olho pela janela e vejo um arqueiro em cima de uma casa, com outra flecha prestes a ser disparada.

A flecha é disparada. Correndo contra a morte, eu vou até a janela. Se eu tivesse esperado mais meio segundo, a flecha teria atingido meu rosto e não o vidro. Eu vou até Azrael que está ajoelhado e com as mãos na flecha.

— Ela está banhada em sangue de demônio.—Ele diz e retira a flecha.

— Precisamos sair daqui imediatamente, vamos. — Falo. Coloco meu arco e minha aljava nas costas e pego nosso dinheiro.

— Não. — Azrael fala, se levantando.

— Eles nos encontraram, precisamos fugir!— digo indo até Azrael para se certificar que ele não vai cair morto. — Está em condições de continuar em pé? — Pergunto, dando uma olhada no ferimento.

— Enviaram um arqueiro para eliminar uma ameaça que acreditam ser vampiros. São da guarda da cidade. A flecha banhada em sangue de demônio era apenas por precaução. — Ele fala, indo até a janela.

— Ele só está fazendo seu trabalho protegendo a cidade. Seria a coisa certa mata-lo? — Falo indo até a janela também, segurando o braço de Azrael.

— Não me importo. Tentaram nos machucar e vão pagar com suas vidas. — Azrael fala e então aquele arqueiro cai morto no chão, de repente.

Eu me afasto dele, desacreditada com sua frieza.

— Eles mandarão outros no lugar deste, sabem onde estamos. Você o matou por diversão! — Falo, me afastando de Azrael.

— Matarei quem quer que cruzar meu caminho. — Ele fala, olhando para mim.

Eu penso em dizer que ele é um monstro. Penso em dizer que eu estava enganada pensando que ele estava mudando. Mas no final não adiantaria nada. Ele continuaria um demônio cruel e eu continuaria precisando dele. Para ele não importa se pessoas inocentes morrerão na trajetória, ele apenas quer sua vingança. Ele provavelmente não vê a hora em que estará livre do nosso juramento.

Mas a culpada disso tudo sou eu. Eu causei a morte dessas pessoas. Eu soltei o mal no mundo. A culpa é inteiramente minha por eu estar decepcionada, por acreditar que Azrael não era tão frio e cruel.

Então resolvo não dizer nada. Apenas vou até a porta e saio de perto dele. Como posso dormir ao lado de um monstro e me sentir segura? Como posso me deixar atrair por alguém como ele?

— Isso foi um erro. — Sussurro mais para mim mesma, andando pelo corredor. — A PORRA de um erro! — Grito, dando um soco na parede. — AH! — Solto um grito de dor por ter machucado a mão no cimento.

Eu preciso ficar sozinha por alguns instantes. Coloco o capuz sobre minha cabeça e saio do alojamento.

Lendas de vingança e liberdade - O reino massacradoWhere stories live. Discover now