Seu povo foi massacrado. Seu reino, conquistado. Zahara era a princesa e uma dos poucos elfos que haviam escapado com vida. Seu pai fez seu último pedido a ela. Que encontrasse a vingança para seu povo no norte em um campo de poeira e névoa.
Depois...
Azrael e Zahara descem até um riacho que ouviram estar próximo para darem o que beber aos corcéis.
Enquanto os animais matam sua sede Zahara enche a mão de àgua e joga em Azrael. Rindo, ela se levanta e começa a se afastar para que ele não retribua.
— Pode correr mas não pode se esconder. — Azrael fala após ter perdido a princesa de vista entre as árvores.
Zahara está de costas contra uma grande árvore, do qual se esconde de Azrael e tampa sua boca para não lhe escapar um riso. Após um momento ela ouve um barulho atrás dela, mas antes que possa se virar alguém a agarra por trás e tapa sua boca. Ela tenta gritar e se soltar, mas a pessoa que a prende é forte. E alta também.
— Shhhh! Há um demônio aqui. Você não estava se escondendo dele? — A pessoa fala, uma voz melodiosa e leve e Zahara reconhece a voz. Ela busca em sua memória quem teria uma voz assim. — Eu vou tirar a mão de sua boca, mas não grite ou ele irá nos encontrar. — Diz e a solta.
Zahara se vira e quando vê quem a estava segurando perde o fôlego, quase caindo de joelhos.
— Agamenon?! — Ela diz, reconhecendo o guerreiro pela sua inconfundível cicatriz e seus cabelos escuros como o dela. O homem parece surpreso por ela saber seu nome.
— Como me conhece? — Ele indaga confuso. Há lágrimas nos olhos de Zahara e ela se choca contra ele em um abraço.
— Não se lembra de mim? Sou eu, Zahara! —Ela diz. O guerreiro fica em choque.
— Princesa? — Ele indaga, lhe envolvendo com seus braços também. — Nós pensamos que você estava morta. — diz, imensamente feliz em ter encontrando-a. — Você cresceu, está uma mulher agora. — Zahara sorri.
— 11 anos se passaram. — Ela fala.
Agamenon vê o demônio que Zahara estava fugindo e a coloca atrás dele, protegendo sua princesa.
— Fique longe dela. — Agamenon ameaça e o demônio parece furioso.
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Uma fúria toma conta de Azrael quando vê lágrimas nos olhos de Zahara. Esse homem queria tirá-la dele e a fez chorar.
Quando Zahara vê a fúria nos olhos de Azrael ela prevê que uma briga fenomenal está prestes a acontecer. Ela precisa impedi-los antes que acabem se matando. Mas um sorriso maldoso lhe curva os lábios. Ela quer brincar um pouco.
Então Zahara sai de trás de Agamenon e olha nos olhos do demônio. Ele parece confuso com o olhar travesso da princesa.
— De joelhos, demônio. — Ela ordena. E não é uma simples jovem que fala, e sim uma mulher poderosa.
Um sorriso curva os lábios de Azrael quando ele percebe o que ela está fazendo. Agora ele vê com clareza, livre de sua raiva ao ver que ela está bem. O homem que a protege tem uma cicatriz no rosto. Agamenon, ele imagina. Mas Azrael não diz nada, apenas entra no jogo de sua princesa.
Ele se ajoelha diante dela, e uma cara de espanto toma conta de Agamenon ao ver o demônio obedecer sem reclamar.
— Como... — Ele sussurra e Zahara começa a se aproximar de Azrael.
— Agora beije meus pés. — Ela ordena, e sorri para Azrael de forma travessa, aproveitando que está de costas para Agamenon e ele não pode ver seu rosto.
"Você é ousada demais para alguém que tem apenas um metro e meio, meu amor."
Ela o ouve em sua mente, mas ele faz como ela ordena, Zahara ergue o pé e o apoia no joelho de Azrael, então ele deposita um beijo no alto de seu pé. Há um sorriso selvagem no rosto de Zahara, e isso o diverte profundamente.
— Princesa, tome cuidado com esse demônio. Ele pode ser perigoso.— Agamenon avisa se aproximando dela.
— Oh certamente ele é muito perigoso. — Ela diz e tira os pés do joelho de Azrael, que a encara. — Este demônio fez coisas terríveis comigo, não é? — Ela pergunta. Azrael ri de forma perversa.
"Realmente, foder você daquele jeito ontem a noite foi um ato de crueldade inimaginável, não foi Zahara?"
Ele provoca a princesa que se segura para não lhe dar um chute e rir.
— Afaste-se Agamenon, vou dar a esse demônio o que ele merece. — Ela diz e o Elfo faz como sua majestade ordenou. — Levante-se. — Ela manda e Azrael se levanta. — Suas últimas palavras? — Indaga.
— Você fica adorável quando me dá ordens, sabia? — Azrael diz e Zahara não consegue mais fazer isso.
— Me desculpe, eu precisava fazer isso. Não resisti. — Ela diz e cola seus lábios nos de Azrael, que passa as mãos em torno dela, segurando-a contra ele.
Agamenon está perplexo com a situação, completamente confuso e atordoado. Zahara acabou de beijar o demônio que a estava perseguindo? Ela afasta os lábios de Azrael e passa o braço e torno da cintura do demônio, se virando para Agamenon.
— Eu estava fugindo dele, sim. — Ela diz, rindo da cara confusa e perplexa de Agamenon. — A Rapunzel aqui não gostou nada quando eu joguei água em seu rosto e estava prestes a me jogar dentro do rio. — Zahara diz, dando um tapinha no peito de Azrael. Uma risada curta escapa de Agamenon quando ela chamou Azrael de Rapunzel.
— Você está junto a esse demônio? — O elfo pergunta.
— Agamenon, você conhece a lenda de Azrael, o Anjo da morte? —
